segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O que fazer, Quando fazer

O Governo há muita sabia que as medidas agora anunciadas tinham de ser tomadas. A questão que sempre se lhe pôs foi, quando. O timing certo. Quando é que a sociedade estaria receptiva a tais medidas provocando o mínimo de turbulência social. Como Governo minoritário, não poderia arriscar agir unilateral e precipitadamente. A oposição não colaborava e sentia-se excessivamente sozinho para tomar as medidas com esta envergadura, dimensão e impacto. Optou então por deixar que a situação se degrada, que matura-se, que a maçã apodrece-se. Que fosse bem visível, por todos, que não havia outro caminho. Esperou que ficasse claro que a oposição não colaboraria. Que a ODCE anuncia-se as s/ oito medidas (e tão comentadas que foram); que a U.E., através dos seus representantes, incluindo Durão Barroso, manifestasse, alto e bom som, que era chegada a hora de intervir. Que as taxas de Juros, na colocação da n/ dívida, atingisse os máximos. Disfarçadamente esmagados pela pressão nacional e internacional, agiram então.
Pelo que se está a observar, o acolhimento das medidas está a ser razoàvelmente pacífico. Veremos, claro. Mas a situação estava, repito, madura. O risco de erosão ou colapso do Governo foi sábia e prudentemente acautelado. Era chegada a altura. De resto as medidas foram, com um ou outro ajustamento, replicadas de outros países. Ou seja, mais ou menos já todos sabiam o que aí vinha. Claro que ocorrerão manifestações várias, mas não serão exageradas. Aliás os mais atingidos (com ordenados superiores a 1.500€), não ousarão expor-se pùblicamente, sabendo que correrão o risco de serem 'apedrejados'. Mas todos sabem que o caminho era este. De resto a equação encontrada, um mix de corte nas despesas (2/3) com aumento de imposto (1/3), está a ser recebida, no geral, com bastante consensualidade.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Solução: corte nas despesas, aumento de impostos ou um mix de ambas.

Com os holofotes internacionais - a Agências de Rating e U.E. à cabeça - a incidirem sobre a nossa dívida, nacional e principalmente internacional, as diversas soluções já elencadas para a resolver são claras: i) cortar nas despesas, ii) aumentar os impostos ou iii) um mix das duas.
1. Cortar nas despesas seria, òbviamente, a solução mais aconselhada e duradoira(todos o dizem): reduzir as transferências para as Autarquias; para os Governos Regionais; para as Empresas Públicas; Eliminar Institutos e Fundações; reduzir os ordenados da Função Pública ...
Aplicar esta receita seria relativamente pacífica, excepto no último ponto. Como reduzir, silenciosamente, os ordenados dos Polícias, dos Professores, dos Militares, dos Médicos, dos Enfermeiros, por exemplo? (só nestes 5 grupos está 80% da despesa). Lembremo-nos que são os grupos com maior força corporativa, que melhor ganham - pagos pelo OGE -, capazes de se organizarem em 'lobi' e de enfrentar qualquer Governo, principalmente se for minoritário. Um solução que, se não for suportada pelos vários partidos, não é passível de execução. E mesmo assim ...
2. Aumentar os impostos, o mais possível equitativamente, seria a solução socialmente menos dolorosa e de resultados mais rápidos. Porém, os mais ilustres economistas nacionais e não só, dizem que tal atitude tem efeitos muito perversos no crescimento da economia de curto, médio e longo prazos. E que, digo eu, contribuiriam, òbjectivamente, para a manutenção das disparidades salariais conhecidas, em particular da função pública. (este ano, mesmo sem aumentos salariais oficiais, os ordenados da Função Pública aumentaram mais de 4%, só pela aplicação do clausulado contratual). Evidentemente, traria algumas convulsões sociais. (vejam-se as greves que, pelas mesmas razões, ocorrem na Grécia e em Espanha).
Os Partidos da oposição, dizem que tem de ser do lado das despesas, tentando encurralar o Governo, encostando-o às tábuas, e obrigando-o a ficar com o ónus das enormes contestações que as Corporações lhe moveriam, tententado assim capitalizar votos. O Governo sabendo disso, diz que está disposto a negociar com os outros partidos, mas, sabendo das contestações, preferirá ser o FMI/U.E. - entidades externas - a ditarem o caminho a seguir, e por-se a salvo a tempo, alijando o ónus.
Neste quadro, não é difícil de admitir que, de facto, a solução seria a vinda destas Instituições e serem elas as 'responsáveis' pelas medidas necessárias, que serão brutais e socialmente cegas. Com eles as preocupações são mais com os resultados e menos com os meios para lá chegar. Aplicarão o mix de ambas de forma a obter resultados ràpidamente.
Ninguém gosta que sejam estranhos a mandar na nossa casa, mas com o actual status quo político, seria um mal necessário e aconselhável, quanto a mim.
Atendendo à crescente taxa de juros que nos é exigida em todos os prazos na colocação da nossa dívida (atingiu o máximo histórico e igual à Grécia quando esta foi intervencionada pelo FMI/U.E.), reafirmando, penso que estão - também por esta razão - criadas as condições para a intervenção do FMI.Com realismo e sem preconceitos, venham esses Senhores.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Fim do Caso Freeport

Ao longo de todo este processo, muitos foram os que vociferaram - a palavra mais exacta é conspiraram -, contra 1º Ministro, tentando atingí-lo polìticamente. Derrubá-lo simplesmente era o lema. A oposição, encabeçada entre outros por JPPereira, esmiuçava tudo à procura do melhor argumento para sustentar a tese da corrupção. Inteligentes como são e pensando, no seu egocentrismo, que conseguiam vender a ideia, e em perfeita deriva intelectual - eles que se julgam impolutos -, debitaram diàriamente sound bites para os media. Chegavam a parecer actos de autêntica catarse em público, chegando mesmo a construir uma corrente de opinião que quase levou o 1º Ministro à saída.
Finalmente - e diferente de muitos outros casos - o Tribunal pronunciou-se pela não acusação ao 1º M. Não se apurou qualquer tipo de envolvimento polìticamente condenável.
Curiosamente, diria que toda a gente - opinião publicada - se regozijou com a sentença, melhor dizendo, com o facto de, por uma vez, o tribunal ter concluído um processo destes.
Não vi, salvo distracção, ninguém dos outrora detractores da imagem do 1º M, dar a cara e retractar-se pela maledicência com que, objectiva e afanosamente se tinham empenhado ao longo dos meses na tentiativa de o enlamear. Ficou claro que, agora, tentaram passar pelos pingos da chuva sem que fossem vistos. Não mais falaram nisso e mais, ouvi muita gente bem-dizer do 1º M, realçando-lhe inclusive as qualidades como Governante.
É inaceitável que em política tudo valha para se conseguir chegar ao poder. Não prevalecem os valores tradicionais nem a ética e assim também a sociedade vai sucumbindo. Uma sociedade sem valores, sem referências, não é sustentável e terá um futuro bem complicado.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Madeira, temporal, 42 mortos.

O temporal que assolou este sábado a Madeira tirou a vida a 42 pessoas e fez 120 feridos, alguns em estado grave. Há ainda a registar 163 desalojados, revelou o secretário dos Assuntos Sociais da Madeira, Francisco Ramos.
A Baixa do Funchal está afogada pela lama, os prejuízos vão levar tempo a ser totalmente contabilizados.
A Madeira acordou hoje mais calma, com o sol a substituir as nuvens cinzentas que cobriram durante o dia de ontem o céu no arquipélago. Só agora se começa a fazer a contabilidade da catástrofe. Por enquanto sabe-se que morreram pelo menos 42 pessoas, 120 ficaram feridas, há 240 desalojados e um número indeterminado de desaparecidos, naquela que foi a maior catástrofe dos últimos 100 anos na região.
Os media internacionais destacam o forte temporal que varreu ontem a ilha da Madeira, considerado o mais grave desde 1993.
CNN:
"O número de vítimas mortais das inundações e deslizamentos de terras na ilha portuguesa da Madeira subiu para 38, com mais de 100 feridos. Os deslizamentos de terra e inundações arrastaram carros e deitaram ao chão árvores. Centenas de pessoas foram evacuadas para instalações militares e da protecção civil, no Funchal".
Bloomberg: "Tempestade e inundações na ilha portuguesa da Madeira causaram 32 mortos e 68 feridos estão no hospital. Muitas casas e lojas foram inundadas e algumas pontes ruíram".
Sky News: "Pelo menos 32 morreram e dezenas ficaram feridas, depois de inundações e deslizamentos de terras terem provocado o caos na ilha este fim-de-semana. Cheias arrastaram carros e destruíram casas. As ruas ficaram bloqueadas por árvores que caíram e algumas pontes caíram".
BBC: "As forças militares portuguesas enviaram equipas de resgate para a ilha da Madeira, onde pelo menos 32 pessoas morreram devido à tempestade. Toneladas de lama e pedras foram arrastadas pelas encostas da ilha abaixo, inundando as ruas da capital do arquipélago, Funchal, e outras localidades. As autoridades temem que o número de mortos possa aumentar. Água, energia e telecomunicações foram cortadas em algumas regiões".
El Pais: "O temporal de chuva e vento que está a castigar desde sábado de madrugada a ilha turística da Madeira causou pelo menos 40 mortos, mais de 100 feridos e 250 pessoas desalojadas. Portugal acelerou o envio de ajuda de emergência, depois das inundações que também provocaram numeroso danos materiais".
Corriere Della Sera: "O mau tempo, particularmente intenso no sul da ilha, com rajadas de vento superiores a 100 quilómetros por hora, provocaram inundações, deslizamentos e queda de árvores. O aeroporto internacional da Madeira esteve encerrado e também as viagens marítimas foram interrompidas: a Madeira esteve completamente isolada até à noite".
Alguns depoimentos de madeirenses sobre a calamidade:
"Não consigo sequer descrever o que estou sentindo. :// Tenho amigos que até mortos já viram hoje. É uma verdadeira calamidade", disse Isabel Freitas, Estudante de enfermagem."Pá eu continuo preso no centro da cidade desde as 11 da manhã, está muito complicado circular na baixa da cidade. Dolce Vita tem os três andares submersos...Olha confirma-se os 3 andares de estacionamento do Dolce Vita estão completamente inundados. Algumas pessoas estão retidas no Funchal, consigo circular na zona da Sé - Banco de Portugal até o largo do colégio. Na RTP dizem que já há falta de água e as comunicações telefónicas são complicadas.” - Mensagem enviada via sms."Fui parar ao porto santo.. ! era para ter chegado às 9 e depois de muitas tentativas aterrei às 14 horas. Isto esta o caos :((" Mensagem enviada por sms de jovem que chegou hoje ao Funchal de avião."O meu pai foi ao hospital fazer exames mas dps veio-se embora quando começou a ver tantas pessoas feridas.." - Madeirense fala sobre o caos no hospital."Famelga esta tudo bem, estamos em casa. Não consigo fazer chamadas... obrigada!"

sábado, 20 de fevereiro de 2010

ONG's

Conheço respeitáveis ONG’s que cumprem, na prática, o espírito da sua fundação e que as anima. Louvável a entrega à humanidade das gentes que aí militam. Prenchem um complementar papel na sociedade que, sabemos, os governos não assumem. É-lhes devido o reconhecimento público pela abnegação que mostram, pelo bem que fazem e pelas lacunas que cobrem. Muitos seres humanos vivem melhor com essas ajudas e muitos são, inclusive, assim salvos.
Estive uns tempos a viver no Hotel Presidente em Luanda (5* +/- 300 €/dia) e fazia-me companhia uma senhora pertencente à PAM(?). Baixinha, gordinha, de bem com a vida, que toda a vida tinha pertencido a uma qualquer ONG. Vivia bem e feliz.
A tv relata-nos o caso de um português que vive no Haiti, integrando uma ONG, há 27 anos.
São conhecidos muitos exemplos de pessoas que periódica ou permanentemente se entregam as estas nobres causas. E ainda bem.
Muita dessa gente, porém, anda nessa actividade como única alternativa de vida, obtendo disso um bom rendimento, um quê de aventura que todo o ser humano ambiciona, e uma realização pessoal satisfatória, a coberto destas ong's. E é este lado que os media não falam. Dir-se-á que é justo e sem isso as ong’s não funcionariam. É verdade. Mas há que desmistificar a relativa moralidade e bondade destas atitudes. Continuar a apoiar essa gente sim mas percebendo as suas reais motivações.

PS
Fernado Nobre (AMI) candidata-se a Presidente da República.

O novo governo

Viva a Manuela Moura Guedes (que finalmente anda em saltos altos, bem visível). Viva Mário Crespo (que finalmente saboreia o facto de todos falarem dele e até publica livro, = + $). Viva o SOL (que finalmente ganha quota de mercado e $, escapando da falência). Viva o Público (e o s/ ex-director que conseguiu arruinar a reputação de seriedade que tinha o Jornal).Viva o Juiz de Aveiro (que tão prejudicados foram os Juízes com a reforma de Sócrates...).


Ganharam as últimas eleições e portanto têm de governar. O povo agradece.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CUBA. Fui lá ver...

A informação que tinha sobre Cuba era muita e diversificada. Como seria realmente a vida das pessoas? E o País? Quem fala verdade? Fidel?
Pois bem, fui lá ver com os meus próprios olhos. E o que vi não foi nada bom. A imagem que mais permanece é a da pobreza, da miséria para ser rigoroso.
O País no seu todo mais parece ter saído de um enorme terramoto, uns anos atrás, e não mais ter tido condições para se recompor. Está parado no tempo, há 50 anos. As pessoas nada têm para viver. Supermercados, não há, e quando há nada têm para vender. E, mesmo que tivessem, não há dinheiro para comprar. Os stocks das mercearias são confrangedores. Existe o sistema de caderneta/senha que controla o que cada família pode comprar por mês. A economia não funciona. Não há empregos verdadeiramente. O grande empregador é o estado e só o estado. A única excepção é o vendedor de pirolitos (que exagero!) e, mesmo esses, pagam impostos. O estado a todos emprega. No supermercado vi mais empregados que clientes. As pessoas não sabem o que fazer para melhorar suas economias. O estado não permite alternativas. Todos são seus empregados.
Impotentes e resignadas já não lutam. Fica a ideia de que não têm mais força. Estão exaustas de tantos anos de sofrimento, situação que não é só de agora da era Fidel mas que remonta ao colonialismo, Espanhol e Americano. A luta pela independência explica-se e até se aceita, o que não se aceita é o continuado fecho de portas ao mundo. Não é possível a qualquer país viver fechado em si mesmo. As consequências disso são terríveis para as suas gentes. Gente que vai sabendo como é o mundo através dos turistas. Da geração antiga não adianta esperar mais. Só da nova, da que agora tem 20/30 anos, é que sairá força para acabar com o sistema e virar a ilha para fora. É com essa gente, com perfil idêntico à geração de 60 – que nada teve a ver com a 2ª guerra e que não queria continuar a pagar-lhe os custos – é que será possível dar a volta. Demorará portanto ainda alguns anos. Os homens que ainda estão no poder e a sua imensa entourage não vão deixar fàcilmente o lugar. Aguentarão até ao limite, até serem empurrados. Homens marcados que, inexoràvelmente, serão atirados borda fora.
Nenhum governante, qualquer regime e a qualquer título, tem o direito de manter durante tantos anos – 50 anos – tanta gente, várias gerações, amordaçadas, oprimidas, escondidas e esfomeadas. Muita dessa gente passou pela vida sem a conhecer e viver.
Contudo vi gente simpática, muito cordial e amistosa. Usam aliás a simpatia para se aproximarem do turista, mais exactamente dos dólares. Disfarçadamente interesseiras. Os ilhéus têm uma característica em comum: sabem que por mais que corram ou tentem fugir, têm sempre aquela barreira natural e muitas vezes intransponível que é o mar. E no caso de Cuba, imenso mar. São prisioneiras na própria terra natal. Fidel não deixa sair, não há barcos à mão, não há dinheiro – muito menos dinheiro convertível. Daí a resignação e o tentar viver com o que há. São poucos os que tentam sair. Alguns o tentaram, poucos com sucesso, mas é um sério risco de vida.
E a ilha é tão bonita e agradável para se viver. Que o diga Ernest Hemingway ou o nosso Eça de Queiroz. Onde encontrar um mar como o de Caribe com as suas areias brancas e a suas águas de azul-turquesa, uma água sempre cristalina e quente, um sol abundante e uns daiquiris/mojitos deliciosos!? Porque não experimentar um puro, cuhíba por exemplo.

Tenho o desejo de poder ainda ver um dia uma 'Cuba Livre e independente', livre de Fidel e do 'comandante Cheguevara'. As suas gentes merecem uma Oportunidade.

Cuba. Mercado negro cresce na web.

"Publicado em 03 de Fevereiro de 2010
Um bairro nos arredores da capital cubana, Havana, uma mulher, mãe de dois filhos, vai de porta em porta vender fitas de cabelo e outros artigos aos vizinhos. Um homem idoso vende também bolachas e doces àqueles que tocam à campainha da sua casa dilapidada. Uma avó enche latas de cerveja vazias com rum barato, que vende à noite para arredondar o orçamento.Este género de iniciativas é ilegal, mas floresce nas ruas da cidade, mesmo debaixo do nariz dos capitães do quarteirão, cuja missão é reportar este tipo de transgressões à cadeia de comando do Partido Comunista.Cuba vive um momento duro em termos económicos e, embora o mercado negro por aqui sempre tenha sido animado, parece particularmente intenso hoje em dia, com os cubanos empreendedores numa busca constante de compatriotas com dinheiro para gastar.Não há anúncios classificados no jornal do Partido Comunista "Granma" nem nas outras publicações estatais que circulam em Cuba. Em vez disso, as vendas são feitas através da Radio Bemba, que não é uma estação de rádio. Acaba mais por ser uma ampla rede de bisbilhotice nacional, baptizada a partir da palavra espanhola que significa lábio.Dois cubanos na casa dos 20 anos, que trocaram a ilha por Espanha, criaram uma forma de facilitar as vendas secretas. É uma espécie de Craigslist [site norte-americano que disponibiliza anúncios gratuitos a nível mundial - atinge mais de 400 cidades - desde ofertas de empregos, electrodomésticos a fóruns de discussão online] cubana, que permite a um número de de cubanos ainda pequeno, mas em crescimento, com acesso a computadores e à internet, comprarem e venderem com menos secretismo, através da web.As autoridades, apesar de recentemente terem atenuado um pouco as restrições à venda de computadores, têm bloqueado repetidamente o acesso ao seu website, Revolico, que significa rebuliço. Um dos programadores que criou o site (www.revolico.com) explica, por email, que ele e o co-fundador travam uma batalha constante para conseguirem que o site passe a censura do governo. "Escolhemos o nome para aludir à desordem que estamos a tentar organizar", explica o programador, que falou sob anonimato para que os seus familiares, que ainda vivem na ilha, não tenham problemas com as autoridades.Embora reconheça que a Craigslist foi a inspiração para o Revolico, o site cubano está construído de forma a abrir mais rapidamente nas fracas velocidades de ligação de Cuba. E embora algumas categorias do site - carros para venda, computadores, rapazes procuram raparigas, rapazes procuram rapazes, por exemplo - sejam idênticas às da Craigslist, há muitas trocas que são particularmente cubanas. Por exemplo, vendem-se lugares na fila para os vistos na embaixada espanhola para sair de Cuba. Ou oferecem-se casamentos para ajudar os cubanos a partirem para outro país. Ou, ainda, os carros clássicos, como um Dodge de 1950, um Chevy de 1956 ou um Buick de 1954, todos ainda a andarem depois de terem sido reparados com peças improvisadas durante mais de meio século.Existe claramente um mercado para este site, como demonstra o aumento regular do número de visitantes, tanto dentro como fora de Cuba. O site, que entrou online em Dezembro de 2007, está actualmente acessível fora de Cuba e também aos cubanos que utilizem um software especial para contornar o bloqueio imposto pelas autoridades de Havana. Em Janeiro de 2008, houve 336 595 visitas a este mercado negro online. Mas, em Janeiro de 2009, as visitas já tinham aumentado para 1 331 161. Em Agosto de 2009, o Revolico anunciou que ultrapassara os dois milhões de visitas mensais.As ofertas neste bazar online cobrem toda a gama de produtos, embora seja impossível dizer quais são os vendedores que são legítimos, quais são vigaristas e quais poderão mesmo ser agentes do governo a montar uma armadilha. Um post recente oferecia antenas de satélite ilegais, que as autoridades por vezes apreendem de cima dos telhados para impedirem transmissões estrangeiras nos lares cubanos. Havia também oferta de aulas de inglês, máquinas de escrever antigas, brinquedos sexuais, cães de raça e químicos para branquear os dentes. Procuravam-se pessoas com permissão para viajar para comprar roupas, electrónica e outros artigos e trazê-las na sua bagagem.O fundador diz saber da existência de cubanos que ganham a vida praticamente só a comprar e a vender artigos no Revolico. Um cliente habitual diz ter comprado o Windows 7 no site por cerca de cinco dólares: qualquer coisa como 3,40 euros. Telefonou para o número que vinha no anúncio do Revolico e, em seguida, um jovem apresentou-se à sua porta e instalou o software pirateado no seu computador."No Revolico, vemos Cuba exposta, as vidas quotidianas dos cubanos, coisas que revelam muito da Cuba actual", diz o fundador.
Exclusivo i, The New York Times"

Independência Jornalística!

Ao longo da última legislatura, e também na era Cavaco (o que ele fez para conseguir a maioria!), a oposição de agora e a de outrora - incluem-se portanto todos os agentes políticos - defenderam, exaustivamente, como melhor sistema político, o da governação de uma minoria. O argumento de agora e o de então era o de que um governo minoritário era mais democrático (governaria mais próximo das pessoas), tentando assim fragilizar quem estivesse no poder semeando na sociedade a ideia de que os governos maioritários não o são tanto quanto os outros.
Para ampliar esta ideia força, é utilizada a comunicação social, toda ela. Sabendo nós que a independência da comunicação social visa servir justamente os diferentes grupos que de resto lhes paga, temos que ganha essa batalha quem mais comunicação conseguir arregimentar, quem consegue falar mais alto. Os jornalistas, no geral, a coberto da bondade da ideia da independência jornalística, estão pois ao serviço - sempre - de uma ou outra correntes. As últimas peripécias ocorridas inserem-se neste contexto. TVI, SOL, PÚBLICO serviram os seus grupos disfarçados de D. Quixote.


Percorrendo os governos europeus em geral, salvo raras excepções, são governos ou maioritários ou com alianças parlamentares sólidas capazes de imprimir à sua governação um rumo certo, rumo que transmita à população em geral a percepção de que os seus destinos estão em boas mãos.
Defender o contrário não é sério. Está mais que provado. E em Portugal muito mais. Com as percentagens das forças partidárias existentes no terreno não é viável uma governação minoritária. Acrescente-se ainda a crise e a dificuldade que qualquer governo minoritário tem para tomar as medidas necessárias, e temos explicado o clima político entre nós.

Sócrates sucumbe! António Costa 1º ministro!

Começo a pensar que Sócrates vai sucumbir à enorme avalanche de casos criados na comunicação social. A orquestra regida por várias batutas está afinada numa nota: derrubar Sócrates. E estão quase a consegui-lo. Para eles não importa de saber se os ‘casos’ publicados são verdade ou não. Importa tirá-lo de lá. Ele mexeu em muitos interesses instalados prejudicando-os a favor de uma melhor gestão do colectivo e maior equidade social, quando tinha maioria, e esses interesses ‘diminuídos’ não lhe perdoam.
Por outro lado seu entourage começa a dar sinais de cansaço, a sucumbir eles também, quando começam a argumentar, por exemplo, que existem dentro do PS boas alternativas a Sócrates…
Desiludam-se contudo os maestros. Podem conseguir derrubar Sócrates mas não haverá eleições gerais antecipadas. A não ser que, nos próximos meses, haja sondagens que dêem ao PS novamente a ambicionada maioria. Caso não, o PS gerará um novo primeiro-ministro e impolo-á. Nesta linha tem lá dois homens que porão os maestros a tocar a sua música: António Vitorino e António Costa. O primeiro creio que não quererá mas o segundo avança concerteza.
A sua retirada para a Câmara de Lisboa foi um acto premeditado visando resguardá-lo da exposição pública e mantê-lo intacto para uma eventual necessidade. Resultou e ele deverá ser o próximo primeiro-ministro.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Política, Economia e Off Shore

Supremacia da economia em detrimento da política.
Nunca ninguém percebeu, a não ser os próprios beneficiários do sistema, porque é que os Governos, a nível mundial, deixaram que se criassem as Off-Shore. Os Governos sabiam que esse sistema era, claramente, uma fuga aos impostos - a sua mais valia de resto -, impostos esses de que (os Governos) sabiam não poder prescindir. Nunca o deveriam ter autorizado. Sabiam ou deviam saber que, pela imponderabilidade da evolução da economia e pelas cada vez mais exigentes condições sociais, nunca poderiam abdicar da capacidade de captar impostos e entregar a meia dúzia, justamente os mais endinheirados, essas verbas tão necessárias a qualquer OJE. Mas os homens do dinheiro tudo querem e tudo podem e os políticos mostraram até hoje, não terem força suficiente para se lhes impor. Aliás muitos políticos são eles próprios os homens do dinheiro. Abraçam a política para fins económicos e financeiros. Tantos exemplos...
E, neste estado de coisas, chegamos à CRISE, com a conhecida responsabilidade dos homens das finanças.
Os Governantes do mundo tinham agora a oportunidade única de, não só impor novas regras ao mundo financeiro como erradicar as Offshore. Seria um passo de gigante para impor, assim, a política às finanças.
Fizeram-se muitas reuniões a muitos níveis, principalmente as ocorridas entre os grandes blocos económicos. Era aí que tudo se jogava e que alguma coisa podia acontecer uma vez que a nenhum país, isoladamente, se aconselha que o faça. Seria um suicídio. Tem de ser uma solução global concertada, sem excepções que furem o sistema.
Barack Obama, no epicentro do problema e portador de muitas expectativas, pensou-se que seria homem capaz de impulsionar a resolução da questão. Ainda não o fez. Deixou passar, também ele, a ocasião política para colaborar activamente na alteração do tema. Penso que teve na mão o tempo certo de agir, ele e o mundo em geral. O tempo urge. Começa a ser tarde. O clima é-lhe cada vez menos favorável interna e externamente. Penso mesmo que já nem ele nem outrem têm força social e política e estatuto para repegar no assunto. E é pena.
Oxalá esteja enganado e amanhã venha a contradizer-me, mas acho que não, infelizmente.

OBRIGADO, povo chines!

Os paladinos dos direitos do Homem, desde Mão Tse Tung até hoje, passando pelo bando dos 4, sempre apontaram baterias para a china reclamando desta a aplicação dos DH, como conhecidos no mundo ocidental. A China por seu lado sempre fez ouvidos de mercador e proseguiu sózinha seu caminho indiferente ao que lhe era exigido. Cresceu, cresceu muito, enriqueceu, cumprindo-se acelaradamente a profecia de Nostradamus.

Apesar de crescer não cuidou dos DH. Não gastou dinheiro com a assistência social a 1,3 bi de pessoas. E isso é muito, mas muito dinheiro se comparado com o que é gasto nessa rubrica no mundo ocidental. Comprou dívida americana (900 mm de dólares), investiu em todo o mundo. O dinheiro, por via dessa poupança, abunda. Diria até que sobra.
Dá-se a crise e o mundo fica sem dinheiro para encarar o dia à dia e o futuro. Os EUA têm a maior deficit de sempre, países vão à falência outros a caminho. A China para não perder o que já tinha investido por esse mundo fora, abre os cordões à bolsa e empresta mais e mais. Que dinheiro emprestado é esse? Justamente aquele que não foi gasto com a assistência social, com as pessoas do próprio país. A China subsidia o mundo à custa das pessoas que continuam a viver mal, muito mal.
O que se exigia do mundo ocidental e em particular dos ditos paladinos dos DH - que agora estão calados - é que, no mínimo, tivessem uma palavra de gratidão para com esse povo. O mundo ocidental ou a maioria dele continua a viver, pràticamente, como sempre viveu, isto é bem, enquanto esse povo continua como sempre esteve: mal.
Por mim estou a fazer a minha parte.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

GREVE, que moralidade !!!

1.
Observando o que se passa com as greves em Portugal chega-se a uma conclusão perturbadora. Quem é que tem capacidade, verdadeiramente, para fazer greve? Apenas os funcionários públicos e, de entre estes, os que melhor ganham e consequentemente os que mais poder têm para se organizarem em lobi e vir para a rua. Ex.: Professores, Enfermeiros, Transportes Públicos, Função Pública ...
Os outros, nem pensar. Os privados, pontualmente aparece um ou outro isolado que ameaça, mas raramente - nem me ocorre da última -, chega a vias de facto.
Ou seja, faz greve e provoca agitação pública, os funcionários públicos que ganham o seu ordenado mensal certinho do OJE - produzam ou não -.
Está isto certo? Questionável. Não está em causa o direito à greve. Absolutamente. Mas há aqui um longo mas que mexe com o sentir colectivo da sociedade. Pergunte-se a quem ganha o ordenado mínimo ou nem isso ou a quem tem de reforma 250/mês.
2.
Quem é prejudicado com as greves? As pessoas em geral que têm de suportar as vicissitudes de tais demonstrações públicas e aguentarem as suas consequências continuando a pagar as 'regalias adquiridas' e, ano após ano, mais reivindicadas e aumentadas.
3.
É ainda questionável a bondade dos cabecilhas profissionais que muitas vezes, se não sempre, se posicionam nestas organizações visando, com a visibilidade daí resultante, redimensionar os seus interesses pessoais que passam, as mais das vezes, por ilimitadas aspirações. Não cito nomes por serem por demais evidentes e conhecidos.
4.
Sou trabalhador privado, por conta de outrem, e apesar de estar num sector até agora também privilegiado, tal não aplana a minha visão sobre a organização e funcionamento da nossa sociedade que se pretende justa e equilibrada.

sábado, 30 de janeiro de 2010

MADEIRA, AJJ E O DEFICIT.

 A Madeira viu o deficit do seu orçamento acumulado excessivo até 2000, saldado por obra e graça de intenções ‘políticas’, para simplificar. Tal acção visava criar novas bases de partida ao Governo Regional e avisar aquele Governo que, a partir daí, devia ganhar juízo.
O que aconteceu?
AJJ, ao o seu velho estilo, ignorou. Continuou a gastar o que tinha e o que não tinha, endividando-se mais e mais, ano após ano, chegando agora à impressionante soma de 600 M.
Fez aeroporto, auto-estradas e viadutos. Modernizou em geral a Ilha a pontos de a tornar a 2ª região mais rica do País, a seguir à de Lisboa. Favoreceu os madeirenses em detrimento e à custa do resto do País, ao taxar o IVA local a 14%, contra os 20 nacionais e ao financiar-se no futuro, não à custa dos locais mas do OGE.
Posto isto é exigível que o Governo Nacional diga basta e faça alinhar a Ilha pelo resto do País, nem que para isso tenha de alterar a lei das Finanças Regionais.
Não pode o resto da população portuguesa permitir que um qualquer Governo continue a alimentar o AJJ e seus apaniguados. É fácil assim ‘fazer flores’ e pavonear-se com o povo pelos carnavais e romarias.
Muito me move contra AJJ quer pela forma quer pelo conteúdo da s/ postura como governante e este lado da questão é só mais um a alimentar o meu desacordo.
É claro que os madeirenses ‘gostam’ do AJJ. Se lá vivesse também votava nele... Viva o forró!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Raul Solnado | Homenagem

Este homem ajudou muita gente, a mim também, a viver uma vida mais feliz. Ainda novo o seu 'tá lá, é da guerra', foi uma novidade no humor no n/ País. Teve tal impacto nas pessoas que perdurou anos e anos. Na sua despedida, aos 80 anos, foi ainda lembrado este skecht. Deu-lhe fama e encorajou-o a prosseguir nessa senda. Fê-lo toda a vida, sempre brilhante. Atrás dessa ideia outras vieram. Passou para as 'revistas à portuguesa' sempre com enorme êxito e, mais tarde, para o famoso ZipZip de cariz marcadamente de intervenção política. O formato foi bom e duradoiro. E ainda bem. Foi bom para ele e para as pessoas que sempre o reconheceram e acarinharam. A homenagem que o País lhe prestou no final da vida através de toda a imprensa, foi genuína e merecida. Pouco faltou para ter lugar no Panteão Nacional. Bastava-lhe mais um pouco de internacionalização. É credor de muita gente de muitos bons momentos que ajudou a passar. E isso já é bastante para ser sempre recordado.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

GRIPE A

 
(i)GRIPE A. Nascida no México e como que ligada por um interruptor, a notícia chegou instantaneamente a todo o mundo. A imprensa – internacional e nacional - fez o seu papel, o de sempre aliás, e a notícia ecoou em todo o lado mesmo nos cantos mais recônditos. Preocupada em arranjar notícias que lhes enchessem as páginas, a imprensa não cuidou de investigar o que estava por trás da notícia. Replicaram-se simplesmente uns aos outros. Uns alimentaram os outros e todos comeram do mesmo prato. Rico e farto por algum tempo. Consequentemente, numa sociedade fortemente mediatizada, a população em geral deixou-se tomar pelo pânico. E os (ii)governos ficaram com esse problema para resolver: acalmá-las. Nenhum governo tinha condições para negar o que a imprensa tornava crível. E os governos responderam comprando vacinas. Todos compraram vacinas, milhões de vacinas, gastando milhões de euros. E as farmacêuticas facturaram…
Interessante foi verificar a reacção das (iii)pessoas. Se num primeiro momento aderiram, preocupadas, e em massa à ‘doença’, não aderiram depois, avisadas (?) à cura. Porque é que não quiseram vacinar-se? Fenómeno ainda mal percebido. Será que adivinharam que não se justificavam preocupações!? Que tudo não passava de uma grande, desmesurada e empolada aldrabice? O certo é que a gripe ainda aí está (na semana finda ainda houve 3.500 casos) mas a s pessoas não querem saber. A imprensa deixou cair o tema. A pressão inicial desvaneceu-se. Vão vivendo a ver o que dá mas muito menos aflitas. E os Governos, o que vão fazer com os excedentes de vacinas? (em França sobraram milhões…). Quem paga esses excedentes? O orçamento de estado, òbviamente. Todos nós, interiorize-se. Quem os recebeu? (sim porque esses não vão devolver o dinheiro). E assim vai o mundo…

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Classe baixa

Dizem as estatísticas, não contestadas: 1,8 milhões de pessoas em Portugal vivem com menos de 500 € mensais.
De entre estes, há ainda os que vivem com pensões/reformas de 240/250 €. Há ainda os que recebem o rendimento mínimo. E ainda há quem não tenha qualquer fonte de rendimento.
Relembrando a história da humanidade, confirma-se que sempre houve classes diferentes em todas as sociedade. Não me ocorrem excepções. A era comunista proclamou a sua abolição mas mesmo dentro dela havia os 'mais iguais que outros', no dizer de Jorge Orwell.
Fixemo-nos por agora naqueles que ganham abaixo de 500.
No escalonamento das diferentes classes existe esta que não sendo embora a mais baixa é uma classe numerosa e perfeitamente identificada e visível. Observa-se uma certa menorização e até desdém no trato com que as classes mais altas, mais abastadas, as olham para não dizer toleram. A ironia disto é que é precisamente esta classe, tida como menor, que desempenha os trabalhos mais difíceis e servis para a classe alta. É ela que lhes limpa as casas. É ela que lhes lava as ruas. É ela que lhes cuida dos filhos. É ela que, quase sempre na sombra, é a sua muleta para tudo, importante muleta, na condução de suas vidas. É ela ainda que, em finais de vida, cuidam deles nos lares, muitas vezes com enorme e abnegada dedicação. Porque se igoram então!?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"PANDEMIA, GRIPE A" - "SUÍNA"

Por Carlos Henrique Custódio, jornalista - Brasil
A campanha mundial contra a «pandemia da gripe A» já rendeu cinco mil milhões de euros aos grandes laboratórios farmacêuticos, com o pormenor de a «pandemia» não ter existido, pelo linear facto de... ter sido inventada.
A acusação surge do próprio presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o alemão Wolfgang Wodarg, ao afirmar que a campanha da «falsa pandemia da gripe, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros institutos em benefício da indústria farmacêutica, é o maior escândalo do século em Medicina».
Este médico alemão é também responsável pela proposta a ser debatida com carácter de urgência no Conselho da Europa no próximo dia 25, alegando o exagero da OMS sobre os perigos da gripe A.

«O Conselho da Europa», acrescentou Wodarg, «vai organizar um debate sobre a influência da indústria farmacêutica na OMS e, posteriormente, serão informados dos resultados 47 parlamentos da Europa».
Os pormenores da tranquibérnia são avassaladores.
António Vaz Carneiro, Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, afirmou ao CM que os organismos científicos internacionais «reagiram de uma forma política, numa situação lamentável».
E pormenoriza: «A OMS avançou com a possibilidade, muito reduzida, de haver 71 milhões de mortos no Mundo [vítimas da gripe A].
A verdade é que até hoje morreram 12 mil no Mundo.

Valor muito abaixo da gripe sazonal, que só em Portugal mata dois mil por ano».
E esta monumental «previsão» da OMS, de que o Inverno faria 71 milhões de mortos no mundo com a gripe A, ainda por cima foi apresentada como uma «possibilidade reduzida», deixando no ar o terror de uma mortandade dantesca.
O que abriu caminho, obviamente, a que a generalidade dos países desenvolvidos (os únicos com dinheiro para gastar) se lançassem numa corrida à vacinação em massa.
As consequências são conhecidas, embora não haja, curiosamente, alarde do caso na comunicação social: as populações começaram a esquivar-se à toma da vacina ao verem os corpos clínicos e de enfermagem a dela também se furtarem; o Inverno, que traria uma mortandade de peste medieval, afinal parece que só «matou» o vírus da gripe A e, de repente, a Alemanha viu-se a braços com 25 milhões de vacinas excedentárias, a França com 50 milhões, a Espanha com 24 milhões, a Holanda com 19 milhões e a Suíça com 4,5 milhões (falando só de alguns casos), o que ao módico preço de 7,5 euros por dose dá uma batelada de milhões de euros deitados à rua, ou, melhor dizendo, lançados nas contas das grandes empresas farmacêuticas, cujos lucros também já estão devidamente contabilizados:
Até ao final deste 1.º trimestre de 2010, a Novartis vai embolsar 428 milhões de euros, a Sanofi 786 milhões, a Roche 1200 milhões e a GSK (norte-americana) uns módicos 2642 milhões.
Tudo graças a uma «pandemia» impingida ao Mundo a contra-relógio por entidades tão responsáveis como a Organização Mundial de Saúde e o Centro de Controlo de Doenças dos EUA e que são, nas palavras do Prof. Vaz Carneiro, «os grandes responsáveis por criarem um pânico infundado» com a gripe A. Aliás, tal como já haviam feito «com as vacas loucas e a gripe das aves»...
Na verdade, a grande pandemia que o Mundo enfrenta é mesmo o sistema capitalista que, obscenamente, até já doenças inventa para multiplicar os lucros. »

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cavaco | Santana | Ordem Cristo

CAVACO SILVA, SANTANA LOPES, Grã-Cruz da Ordem Militar de CristoTalvez haja um – o próprio PSL – e quiçá mais meia dúzia de esperançosos santanistas que sejam capazes de reconhecer mérito à sua acção como primeiro-ministro. A forma (e conteúdo) como pegou no País foi desastrosa. Na altura a palavra mais usada e, diga-se, apropriada, era 'trapalhada'.
Jorge Sampaio, Presidente, fez bem em exonerá-lo. O País – todo – acolheu esse gesto. Ninguém queria lá PSL. Ficou demonstrado que não era homem para estar à frente dos destinos do País. Não fazia bem as coisas nem sabia o que estava a fazer. O País não confiava nele. Desastre.
Dito isto, chegamos à atribuição da medalha Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Porquê? Porquê reconhecer pùblicamente esse mérito, digo, demérito?
Vejo algumas explicações, a saber:
- Cavaco Silva vai recandidatar-se em 2011 e isto é já um acto de campanha. Pretende assim mostrar a sua isenção e distanciamento partidários. Que está acima do simples dia à dia. Que é um Homem de Estado.
- Demonstra também, contràriamente ao que deseja, que não é – já se sabia – um Homem de Estado. Homem com dimensão, capaz de dar boas indicações ao País. Capaz de rupturas. De prestigiar os bons e condenar os maus actos. Preferiu, neste e noutros casos, lavar/distinguir a mediocridade. É mais um acto falhado de CS. Lembro aqui, outro acto falhado, a explicação desastrosa ao País no caso das escutas.
- É ainda um acto de cobardia política. Tendo presente as relações políticas entre ambos no passado, sabendo-se que sempre se pautaram por, no mínimo, discordâncias, esta distinção é incoerente, inconsequente e não é aceitável sob qualquer ponto de vista. É portanto cobardia. Gesto que poderia e deveria ter sido evitado. Lembro aqui que foi CS que tramou PSL com a célebre frase 'má moeda' e que nessa altura terá contribuído para o definitivo prego no caixão do seu governo e no seu futuro político.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Túnel do Marquês | Sá Fernandes


Quixotesco, pitoresco, romântico, irresponsável, demagógico. Vários qualificativos para dizer o mesmo. Mas dos mais aplicáveis ao caso Túnel do Marquês/Sá Fernandes, escolho demagógico e irresponsável. Claro que todos temos direito à liberdade de expressão e opinião e de pugnar pela justiça quando a vemos posta em causa. Porém tais direitos exigem responsabilidade e, no caso, por se tratar de um bem público, de redobrada responsabilidade. Movido por razões que ainda hoje se desconhecem mas onde os interesses pessoais e partidários estão seguramente, SF enceta uma batalha, hasteando a bandeira do bom senso e da boa gestão política, pretendo alterar as decisões doutrem. Não vou agora ajuizar se essa decisão doutrem foi boa ou má. O que me interessa neste momento é relevar a tomada de posição pública deste senhor e as consequências de tal acto. Depois de transitado em julgado, o tribunal não lhe deu razão. E, em consequência, e porque as obras estiveram paradas a aguardar o final do processo judicial, a autarquia em questão, a de Lisboa, vai ter de desembolsar para o empreiteiro mais 18.000.000 de euros para além do orçamentado. 18.000.000 M, repito. E o senhor viu garantida a sua continuidade na dita câmara como vereador, para cúmulo. Pelo meio foi saneado do partido, o Bloco de Esquerda. Cada um julgue por si de acordo com os dados que tenha sobre o assunto. Para mim essa atitude, irresponsável, repito, é totalmente condenável e é justo, isso sim, denunciá-la na esperança vã de que não se repita noutras paragens.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

RENDAS | Sector Privado

Viajando, principalmente pelos EUA e mais precisamente por NY, fica-se com uma ideia bem clara s/ o funcionamento que esta área de negócio tem para sociedade e para a economia. Com efeito o arrendamento nos EU é tido como uma possibilidade de se fazer dinheiro, como outro negócio qualquer. Dá dinheiro? Pois invista-se. E o que é facto é que este sector funciona mesmo. Òbviamente a compra de casa própria também foi importante, concretamente com o impulso dado pelo ex-presidente Bill Clinton, ao difundir a ideia junto dos Bancos, para emprestarem dinheiro mais fàcilmente aos cidadãos. O dinamismo que a partir daí se observou no sector da construção nos EU, ajuda, com a chamada crise do sub-prime, a justificar a convulsão financeira em todo o mundo e muito em particular lá. Mas isso fica para outra altura.
Na Europa a dimensão desta questão é bem diferente e em Portugal tem também, como não podia deixar de ser, um comportamento muito próprio.
Até 1975 o sector funcionava pròsperamente. Havia aí um nicho de mercado de investimento possível e houve muitas pessoas que apostaram. As rendas compensavam o investimento e o sector existia. Deu-se o 25 de Abril. A estrutura económica e financeira em que até então assentava o país, simplesmente ruiu. E este sector acompanhou a queda para não mais se erguer. Até hoje. Os outros sectores económicos conseguiram-se renovar e florescer mas este não. As rendas congeladas mantiveram-se até 2006. Uma grande parte da população optou, por razões diversas, por comprar casa própria. Até porque a taxa de juros favorecia a solução. Todavia as rendas era um assunto pendente. Cada dia que passava esse componente clamava actualização e justiça. E os senhorios empobrecidos também.
Finalmente e depois da natural discussão na sociedade, que durou anos, apareceu alguém, na circunstância o PS na pessoa Eduardo Cabrita, que apresentou uma nova lei – NRAU – como sendo a SOLUÇÃO. Foi uma lei muito carregada de medos e fantasmas que respeitou exageradamente as pessoas pobres que viviam ainda nessas casas, e desconsiderando o sector e os senhorios acabou por aprovar a dita lei. Só que a montanha pariu um rato. A lei estava demasiado armadilhada, cheia de vírgulas e não funcionou de todo. Nem para o sector nem para os senhorios antigos e novos. As enormes expectativas de anos de sufoco para muitos e para o sector goraram-se. Simplesmente NÃO FUNCIONOU. Ainda hoje. A crise mundial acontece com as consequências conhecidas. Os Bancos apertaram o crédito, as pessoas deixaram de ter dinheiro fácil e o sector definhou até ao ponto que o conhecemos. Quando a possível solução poderia ser a capacidade de resposta do sector para o arrendamento, tal não aconteceu por razões de sequência.
Consta no do articulado do NRAU que, em anos em que não haja inflação ou que seja negativa, não haja os tradicionais e normais aumentos de rendas. O princípio em si mesmo até que não está mal. Se o aumento é para compensar a inflação e se esta não se verificar, não faz sentido aumentá-la. Está certo. Só que foi pràticamente o único segmento económico onde tal se verificou. Ou seja, mais uma vez os senhorios estão a subsidiar os inquilinos. Porquê? Porque não têm voz suficientemente audível nas instâncias próprias. Não são capazes de se organizarem em lóbi e fazerem valer os seus direitos como os demais.
Até quando esta diferenciação e marasmo? Continua a ser urgente que alguém retome o tema e lhe imprima actualidade. Esperamos que um qualquer partido o inscreva no seu programa eleitoral de modo a que uma nova lei seja implementada, uma lei capaz de revigorar este segmento da economia, o sector, os senhorios e os potenciais inquilinos.
Estas duas opções ao dispor das pessoas na solução da sua habitação - aluguer/compra -, contém duas consequências aparentemente conflituantes. Por um lado i), a solução de arrendamento, agiliza a mobilidade nacional, com impacto, nomeadamente, no emprego e na economia. Por outro ii), a solução compra de casa, não só fixa mais as pessoas a uma região como contribui, para muita gente - se bem gerido - para um investimento a longo prazo nas reformas que no nosso caso português é avisado fazer-se.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

12JAN2010_Sismo no Haiti

Um sismo de 7.0 na escala de Richter atingiu cerca das 22h50 a costa do Haiti. O epicentro localizou-se a 15 quilómetros a sudoeste de Port-au-prince e a 10 de profundidade, informa o USGS - U.S. Geological Survey.Depois do primeiro abalo sísmico, seguiram-se já três réplicas: 5.9, 5.5 e 5.1 na escala de Richter."É uma catástrofe de enormes proporções", afirmou já um membro do governo do Haiti. O embaixador do país nos Estados Unidos já apelou a ajuda norte-americana no terreno. Há registo de pessoas a chorar, em pânico. O palácio presidencial da capital caiu e um jornalista da Reuters afirma ter visto dezenas de mortos e feridos entre os escombros. Mais de 100.000 mortos ...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A defesa da liberdade_09JAN2010

'Independentemente dos argumentos com alguma razoabilidade (à mistura, por vezes, com preconceitos desajustados), a verdade é que já não era possível prolongar por mais tempo uma questão que está resolvida em todos os países democráticos e com um grau civilizacional elevado: o casamento de pessoas do mesmo sexo.
É uma questão pura de liberdade. Em rigor, não há nenhum argumento sólido que contrarie o direito de dois adultos se unirem pela lei do casamento. E, sem dúvida, é um sinal inequívoco de que em Portugal respeitamos as minorias, acolhemos os seus direitos, enquanto cidadãos de pleno direito, e não nos detemos em velhos preconceitos ou em teses passadistas. José Sócrates foi inflexível e determinado, apesar de cuidadoso com a opinião dos opositores.
Esta matéria foi inscrita há muito tempo nos propósitos do PS, vertido no Programa do Governo sufragado pelos eleitores e, por isso, com inteira coerência e legitimidade, só nos podia conduzir à discussão e aprovação no Parlamento de uma lei que acabasse com esta discriminação. A sua coragem era importante e não falhou na hora da verdade.
Também por isso, Sócrates deixa o seu nome ligado ao progresso social, à modernidade, à salvaguarda de direitos legítimos. A Democracia cumpriu-se e saiu honrada ao consagrar os direitos, liberdade e garantias dos cidadãos. Uma das suas preocupações é não adoptar uma lógica impositiva às minorias, sobretudo quando é claro que lhes assiste o direito e a razão. É neste contexto que é aceitável que não haja referendo. Com todo o respeito pela minoria que lutou por esse objectivo, é óbvio que os direitos não se referendam.
A vontade maioritária que legitima a Democracia não pode chegar ao ponto de decidir se os direitos fundamentais devem existir ou não. Aos partidos de esquerda que acompanharam o PS é-lhes devido também o mérito deste avanço civilizacional. Acho, no entanto, que foram imprudentes quando quiseram aprovar a lei do casamento e, cumulativamente, a de adopção, não percebendo que essa posição extremada era insensata.
A consideração em dois tempos distintos de matérias delicadas que mexem com a sensibilidade dos cidadãos e chocam com hábitos seculares é uma atitude avisada, até porque o casamento é um direito indiscutível e a adopção, quando muito, é uma prerrogativa que envolve terceiras pessoas. O Governo andou bem, a Assembleia da República fez História – e é gratificante viver num país que consagre e respeite as liberdades'.

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Emídio Rangel, Jornalista

sábado, 9 de janeiro de 2010

Esclarecimento

Os posts depois deste, são a reposição de alguns publicados nos Jornais, em datas anteriores.

MST


Sujeitinho polémico este, hein!?O s/ melhor papel é, apesar de tudo, como escritor. Aí tem imaginação e coerência. Como politólogo, acerta n'algumas. Ex.: 'professores'. A maior parte das vezes é um botabaixista militante. Está sempre tudo errado. Não diz como fazer bem nem ajuda a criar uma corrente positiva alternativa. Isso também eu...

Os Críticos

Quem critica não sabe normalmente fazer. Os críticos de pintura não sabem pintar. Mas, ao criticarem, colocam-se acima do pintor, num plano quase divino.

MRS



O 'inteligente', Marcelo Rebelo de Sousa nas s/ 'conversas em família' de Domingo - defendendo causa própria e corporativa-, declarava que os funcionários públicos tinham um estatuto especial na sociedade, traduzindo por 'missão de dedicação à sociedade'.
Utilizar a catedra de todos nós para defender o seu fim de mês e dos seus ...
Caro Marcelo, s/ opinião é ofensiva para os privados.

Governo Minoritário

Apenas para sublinhar, copiando: só os políticos inconscientes e simplesmente interessados em chegar ao poder a qualquer preço, podem apregoar a viabilidade de um governo minoritário. Portugal é a única democracia da Europa, dos vinte sete, que tem um Governo apoiado por apenas um partido minoritário no Parlamento. Mesmo a Dinamarca, Estónia e Bulgária (a Espanha é um caso especial), em que o Governo não tem uma maioria parlamentar de suporte, têm coligações na governação.

Estado de Direito

Vivemos num Estado de Direito (e ainda bem que assim é). Logo TODOS estão sob a alçada das mesmas leis e, clarificando, sob a alçada de leis já feitas/em vigor. (Se alguém não gosta delas, isso é outra coisa e tem de votar em partidos que se proponham alterá-las no sentido que deseja). Mas no caso do "Sr. Engº J. Sócrates" têm de ser aplicadas as ditas leis, já em vigor, e não aquelas que desejaríamos, cada um de nós, ver aplicadas. Se a lei diz que o Juiz de Instrução (o de Aveiro) não pode instruir qualquer processo ao "Sr. Engº." sem o prévio consentimento do STJ e se o fez, não cumpriu a lei, ele próprio. Porque o fez? Não sei. Mas ficou, ele também, sob suspeita. As intenções dele são postas em causa, òbviamente. Ou é mau profissional ou persseguia outros objectivos. VIVA O ESTADO DE DIREITO.