terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cavaco | Santana | Ordem Cristo

CAVACO SILVA, SANTANA LOPES, Grã-Cruz da Ordem Militar de CristoTalvez haja um – o próprio PSL – e quiçá mais meia dúzia de esperançosos santanistas que sejam capazes de reconhecer mérito à sua acção como primeiro-ministro. A forma (e conteúdo) como pegou no País foi desastrosa. Na altura a palavra mais usada e, diga-se, apropriada, era 'trapalhada'.
Jorge Sampaio, Presidente, fez bem em exonerá-lo. O País – todo – acolheu esse gesto. Ninguém queria lá PSL. Ficou demonstrado que não era homem para estar à frente dos destinos do País. Não fazia bem as coisas nem sabia o que estava a fazer. O País não confiava nele. Desastre.
Dito isto, chegamos à atribuição da medalha Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Porquê? Porquê reconhecer pùblicamente esse mérito, digo, demérito?
Vejo algumas explicações, a saber:
- Cavaco Silva vai recandidatar-se em 2011 e isto é já um acto de campanha. Pretende assim mostrar a sua isenção e distanciamento partidários. Que está acima do simples dia à dia. Que é um Homem de Estado.
- Demonstra também, contràriamente ao que deseja, que não é – já se sabia – um Homem de Estado. Homem com dimensão, capaz de dar boas indicações ao País. Capaz de rupturas. De prestigiar os bons e condenar os maus actos. Preferiu, neste e noutros casos, lavar/distinguir a mediocridade. É mais um acto falhado de CS. Lembro aqui, outro acto falhado, a explicação desastrosa ao País no caso das escutas.
- É ainda um acto de cobardia política. Tendo presente as relações políticas entre ambos no passado, sabendo-se que sempre se pautaram por, no mínimo, discordâncias, esta distinção é incoerente, inconsequente e não é aceitável sob qualquer ponto de vista. É portanto cobardia. Gesto que poderia e deveria ter sido evitado. Lembro aqui que foi CS que tramou PSL com a célebre frase 'má moeda' e que nessa altura terá contribuído para o definitivo prego no caixão do seu governo e no seu futuro político.

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