domingo, 14 de fevereiro de 2010

CUBA. Fui lá ver...

A informação que tinha sobre Cuba era muita e diversificada. Como seria realmente a vida das pessoas? E o País? Quem fala verdade? Fidel?
Pois bem, fui lá ver com os meus próprios olhos. E o que vi não foi nada bom. A imagem que mais permanece é a da pobreza, da miséria para ser rigoroso.
O País no seu todo mais parece ter saído de um enorme terramoto, uns anos atrás, e não mais ter tido condições para se recompor. Está parado no tempo, há 50 anos. As pessoas nada têm para viver. Supermercados, não há, e quando há nada têm para vender. E, mesmo que tivessem, não há dinheiro para comprar. Os stocks das mercearias são confrangedores. Existe o sistema de caderneta/senha que controla o que cada família pode comprar por mês. A economia não funciona. Não há empregos verdadeiramente. O grande empregador é o estado e só o estado. A única excepção é o vendedor de pirolitos (que exagero!) e, mesmo esses, pagam impostos. O estado a todos emprega. No supermercado vi mais empregados que clientes. As pessoas não sabem o que fazer para melhorar suas economias. O estado não permite alternativas. Todos são seus empregados.
Impotentes e resignadas já não lutam. Fica a ideia de que não têm mais força. Estão exaustas de tantos anos de sofrimento, situação que não é só de agora da era Fidel mas que remonta ao colonialismo, Espanhol e Americano. A luta pela independência explica-se e até se aceita, o que não se aceita é o continuado fecho de portas ao mundo. Não é possível a qualquer país viver fechado em si mesmo. As consequências disso são terríveis para as suas gentes. Gente que vai sabendo como é o mundo através dos turistas. Da geração antiga não adianta esperar mais. Só da nova, da que agora tem 20/30 anos, é que sairá força para acabar com o sistema e virar a ilha para fora. É com essa gente, com perfil idêntico à geração de 60 – que nada teve a ver com a 2ª guerra e que não queria continuar a pagar-lhe os custos – é que será possível dar a volta. Demorará portanto ainda alguns anos. Os homens que ainda estão no poder e a sua imensa entourage não vão deixar fàcilmente o lugar. Aguentarão até ao limite, até serem empurrados. Homens marcados que, inexoràvelmente, serão atirados borda fora.
Nenhum governante, qualquer regime e a qualquer título, tem o direito de manter durante tantos anos – 50 anos – tanta gente, várias gerações, amordaçadas, oprimidas, escondidas e esfomeadas. Muita dessa gente passou pela vida sem a conhecer e viver.
Contudo vi gente simpática, muito cordial e amistosa. Usam aliás a simpatia para se aproximarem do turista, mais exactamente dos dólares. Disfarçadamente interesseiras. Os ilhéus têm uma característica em comum: sabem que por mais que corram ou tentem fugir, têm sempre aquela barreira natural e muitas vezes intransponível que é o mar. E no caso de Cuba, imenso mar. São prisioneiras na própria terra natal. Fidel não deixa sair, não há barcos à mão, não há dinheiro – muito menos dinheiro convertível. Daí a resignação e o tentar viver com o que há. São poucos os que tentam sair. Alguns o tentaram, poucos com sucesso, mas é um sério risco de vida.
E a ilha é tão bonita e agradável para se viver. Que o diga Ernest Hemingway ou o nosso Eça de Queiroz. Onde encontrar um mar como o de Caribe com as suas areias brancas e a suas águas de azul-turquesa, uma água sempre cristalina e quente, um sol abundante e uns daiquiris/mojitos deliciosos!? Porque não experimentar um puro, cuhíba por exemplo.

Tenho o desejo de poder ainda ver um dia uma 'Cuba Livre e independente', livre de Fidel e do 'comandante Cheguevara'. As suas gentes merecem uma Oportunidade.

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