Uma cimeira entre os quatro grandes países que compõem a Eurozona (com a Grã-Bretanha ficaria perfeito), é em si mesma notícia e boa notícia. Quando no final se anunciam convergências de opiniões e decisões, ainda melhor. Até agora, toda a Eurozona estava incomodada por se sentir tutelada apenas pela França e Alemanha; era um motor de 27 cilindros a trabalhar apenas em dois. Com o agudizar da crise em Espanha e Itália, foram estes também (finalmente) chamados para o centro de decisões. Ainda bem. Assim as decisões começam a ser mais democráticas, mais representativas; de alguma forma sentimo-nos mais presentes. Evidentemente que a presença de todos os outros seria francamente mais democrático mas, não sejamos ingénuos, os grandes não os querem lá: só atrapalham, pensam; participarão sim quando as grandes diretrizes estiverem assumidas pelos grandes.
Com dinheiro dos privados e do resultante das restruturações dos orçamentos dos diversos países, ficou decidido injetarem 130 mil milhões de euros (1% do PIB da UE) nas economias da U.E. A pressão para a tomada desta ação, a começar em François Hollande, foi grande e não houve como escapar-lhe, incluindo a renitente Angela Merkel.
Aparentemente todos os países ficaram contentes.
De facto o problema social, as pessoas - a começar pelas dos PiiGS - já estavam a viver mal, muito mal. Havia pois que encontrar dinheiro para lhes minimizar as angústias e sofrimentos, fosse qual fosse o baú onde tivessem de o ir procurar. As pessoas em primeiro. Nisso a Europa é única.
Terá sido uma boa solução?, oportuna?, a melhor? Tenho sérias e fundamentadas razões para duvidar.
Quem, com são conhecimento ou poderes premonitórios, poderá responder?! Convém lembrar que o método foi o já usado no passado recente, de que todos nos lembramos, tendo produzido os resultados que sabemos. Deitar dinheiro para cima dos problemas apenas os esconde, não os resolve. Aí a Alemanha tinha e tem razão: arrumem-se primeiro as casas - restruturações, reformas - e só depois o dinheiro, os Eurobonds ou outros.
Ora as casas ainda não estão arranjadas, longe disso.
Nota:
As populações destes países, incluindo a Grã-Bretanha, somam 311 milhões de pessoas.
O total da U.E., rondará os 500 milhões.
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