Uma das muitas questões que se está a pôr a muitos cidadãos da zona Euro é a da garantia das suas poupanças sediadas nos seus diversos países de origem/residência; e um dos problemas que se está igualmente a colocar a esses mesmos países, é o da sua credibilidade de, apenas de per si, conseguirem dar garantias aos cidadãos de que os seus depósitos estão seguros.
Não basta, como se pode ver pelos muitos mil milhões de euros que estão a fugir da Grécia ou Espanha e um pouco da Irlanda (e não só), que os respetivos governos os venham garantir - até 100.000,00 -. A sua bondade carece de autenticidade. E não adianta porque o cidadão - acompanhando ao minuto a evolução económico-financeira -, simplesmente, não acredita e tenta por todos os meios (cada qual do seu jeito) por a salvo em tempo útil aquelas migalhas que, quantas vezes, com tanta abnegação, conseguiu amealhar para os piores (mais futuros?) dias.
Portanto a garantia dos estados, individualmente considerados, consabidamente, não chega; não responde às preocupações e medos dos cidadãos.
Obviamente que esta fuga de capitais depaupera os países, o sistema bancário, as finanças, a economia, tudo em geral. Contribui ainda, enormemente, para a sua descredibilização junto de futuros credores que pensarão: se os próprios não acreditam porque haveria eu de injetar (dar) lá o meu dinheiro?
E chegamos assim a um ponto crítico!
Como restabelecer confiança nas pessoas, nos países, na Europa?
A Alemanha tem mostrado inabalável resistência à adoção dos Eurobonds. Já aqui o escrevi, mais que uma vez, que compreendo sua posição. Pretendem, primeiro, uniformizar critérios de boa Governança (os do 'rigor alemão') em todos os países: na banca, no fisco, nos orçamentos... e só depois aceitarão então a mutualização da dívida a nível europeu.
Porque não arrancar já com a ideia dos EuroBonds, justamente para esse fim, para Garantir o dinheiro dos cidadãos?
Seria, acho eu, um bom estabilizador e dinamizador geral das economias, não só para as pessoas como para os países. As pessoas não sentiriam necessidade de retirar suas economias dos seus países porque as sentiriam seguras.
É certo que parte delas ficariam nos cofres dos bancos mas estes, por sua vez, poderiam retorná-las para a economia.
Muitas preocupações seriam mitigadas e, no mínimo - o que não é pouco -, as pessoas sentir-se-iam mais felizes.
Mais, e penso ser este o cerne da questão, com a assunção desta mutualização a Europa daria, para dentro de si mesma, para os credores e para o mundo, finalmente uma ideia de união, que tarda faz tempo; a não ser que não o tenha feito ainda, deliberada e estrategicamente, para poder saltar fora do projecto europeu em qualquer altura com baixos custos. É que, as interdependências das nações são ainda excessivamente frágeis e a sua inexistência permite, com alguma facilidade, o fim da U.E. Será que é isso que os países mais ricos (Alemanha e países Nórdicos) querem?, o fim da U.E.?
Mais, e penso ser este o cerne da questão, com a assunção desta mutualização a Europa daria, para dentro de si mesma, para os credores e para o mundo, finalmente uma ideia de união, que tarda faz tempo; a não ser que não o tenha feito ainda, deliberada e estrategicamente, para poder saltar fora do projecto europeu em qualquer altura com baixos custos. É que, as interdependências das nações são ainda excessivamente frágeis e a sua inexistência permite, com alguma facilidade, o fim da U.E. Será que é isso que os países mais ricos (Alemanha e países Nórdicos) querem?, o fim da U.E.?
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