quarta-feira, 6 de junho de 2012

1Q84! Haruki Murakami


Não sei o que me reservam os outros dois livros da trilogia 1Q84, que lerei com certeza. O primeiro foi uma muito agradável surpresa!
Desconhecia Haruki MuraKami bem como o género de história a que se propunha, o tipo de escrita, a densidade da narrativa, a latitude das envolvências, a caraterização dos personagens, as ligações ao mundo real...
Tinha ainda mais uma curiosidade que era a de saber como raciocinaria um escritor asiático? Como enquadraria o lado social e o dia-a-dia dos japoneses nos temas abordados? Como no-los faria chegar e em que doses? E a resposta é simplesmente surpreendente.
HM, nesta ficção, serve-se dos ingredientes clássicos: mistério, crime, sexo, e ação. Embora clássicos não é apoucada por eles, pelo contrário: utiliza-os com rara e grande mestria. A ação, contudo, é apresentada a um ritmo uniformemente acelerado, sendo-nos servida em boas e gostosas doses. A narrativa é-nos detalhada, desde o início, sem pressa mas, como um bom creme, muito bem ligada. Os personagens e as etapas da história são dissecados até ao osso: nada fica em aberto. O leitor, muito cedo, entra na trama, sendo quase nula a sua capacidade de intervir ou opinar porque HM não permite; condu-lo assim para onde quer, dando-lhe poucas alternativas. Os outros ingredientes são também, todos eles, bem doseados e com novidades interessantes (desconhecia aquele método de matar!?)... De leitura invulgarmente fácil mas nem por isso menos cativante e envolvente: quase que não deixa respirar o leitor. Boa tradução, incluindo expressões que nos são familiares. Uma viagem estonteante como numa montanha russa. Escritor a reter e reler. Nobel? Talvez.

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