domingo, 21 de fevereiro de 2010

Madeira, temporal, 42 mortos.

O temporal que assolou este sábado a Madeira tirou a vida a 42 pessoas e fez 120 feridos, alguns em estado grave. Há ainda a registar 163 desalojados, revelou o secretário dos Assuntos Sociais da Madeira, Francisco Ramos.
A Baixa do Funchal está afogada pela lama, os prejuízos vão levar tempo a ser totalmente contabilizados.
A Madeira acordou hoje mais calma, com o sol a substituir as nuvens cinzentas que cobriram durante o dia de ontem o céu no arquipélago. Só agora se começa a fazer a contabilidade da catástrofe. Por enquanto sabe-se que morreram pelo menos 42 pessoas, 120 ficaram feridas, há 240 desalojados e um número indeterminado de desaparecidos, naquela que foi a maior catástrofe dos últimos 100 anos na região.
Os media internacionais destacam o forte temporal que varreu ontem a ilha da Madeira, considerado o mais grave desde 1993.
CNN:
"O número de vítimas mortais das inundações e deslizamentos de terras na ilha portuguesa da Madeira subiu para 38, com mais de 100 feridos. Os deslizamentos de terra e inundações arrastaram carros e deitaram ao chão árvores. Centenas de pessoas foram evacuadas para instalações militares e da protecção civil, no Funchal".
Bloomberg: "Tempestade e inundações na ilha portuguesa da Madeira causaram 32 mortos e 68 feridos estão no hospital. Muitas casas e lojas foram inundadas e algumas pontes ruíram".
Sky News: "Pelo menos 32 morreram e dezenas ficaram feridas, depois de inundações e deslizamentos de terras terem provocado o caos na ilha este fim-de-semana. Cheias arrastaram carros e destruíram casas. As ruas ficaram bloqueadas por árvores que caíram e algumas pontes caíram".
BBC: "As forças militares portuguesas enviaram equipas de resgate para a ilha da Madeira, onde pelo menos 32 pessoas morreram devido à tempestade. Toneladas de lama e pedras foram arrastadas pelas encostas da ilha abaixo, inundando as ruas da capital do arquipélago, Funchal, e outras localidades. As autoridades temem que o número de mortos possa aumentar. Água, energia e telecomunicações foram cortadas em algumas regiões".
El Pais: "O temporal de chuva e vento que está a castigar desde sábado de madrugada a ilha turística da Madeira causou pelo menos 40 mortos, mais de 100 feridos e 250 pessoas desalojadas. Portugal acelerou o envio de ajuda de emergência, depois das inundações que também provocaram numeroso danos materiais".
Corriere Della Sera: "O mau tempo, particularmente intenso no sul da ilha, com rajadas de vento superiores a 100 quilómetros por hora, provocaram inundações, deslizamentos e queda de árvores. O aeroporto internacional da Madeira esteve encerrado e também as viagens marítimas foram interrompidas: a Madeira esteve completamente isolada até à noite".
Alguns depoimentos de madeirenses sobre a calamidade:
"Não consigo sequer descrever o que estou sentindo. :// Tenho amigos que até mortos já viram hoje. É uma verdadeira calamidade", disse Isabel Freitas, Estudante de enfermagem."Pá eu continuo preso no centro da cidade desde as 11 da manhã, está muito complicado circular na baixa da cidade. Dolce Vita tem os três andares submersos...Olha confirma-se os 3 andares de estacionamento do Dolce Vita estão completamente inundados. Algumas pessoas estão retidas no Funchal, consigo circular na zona da Sé - Banco de Portugal até o largo do colégio. Na RTP dizem que já há falta de água e as comunicações telefónicas são complicadas.” - Mensagem enviada via sms."Fui parar ao porto santo.. ! era para ter chegado às 9 e depois de muitas tentativas aterrei às 14 horas. Isto esta o caos :((" Mensagem enviada por sms de jovem que chegou hoje ao Funchal de avião."O meu pai foi ao hospital fazer exames mas dps veio-se embora quando começou a ver tantas pessoas feridas.." - Madeirense fala sobre o caos no hospital."Famelga esta tudo bem, estamos em casa. Não consigo fazer chamadas... obrigada!"

sábado, 20 de fevereiro de 2010

ONG's

Conheço respeitáveis ONG’s que cumprem, na prática, o espírito da sua fundação e que as anima. Louvável a entrega à humanidade das gentes que aí militam. Prenchem um complementar papel na sociedade que, sabemos, os governos não assumem. É-lhes devido o reconhecimento público pela abnegação que mostram, pelo bem que fazem e pelas lacunas que cobrem. Muitos seres humanos vivem melhor com essas ajudas e muitos são, inclusive, assim salvos.
Estive uns tempos a viver no Hotel Presidente em Luanda (5* +/- 300 €/dia) e fazia-me companhia uma senhora pertencente à PAM(?). Baixinha, gordinha, de bem com a vida, que toda a vida tinha pertencido a uma qualquer ONG. Vivia bem e feliz.
A tv relata-nos o caso de um português que vive no Haiti, integrando uma ONG, há 27 anos.
São conhecidos muitos exemplos de pessoas que periódica ou permanentemente se entregam as estas nobres causas. E ainda bem.
Muita dessa gente, porém, anda nessa actividade como única alternativa de vida, obtendo disso um bom rendimento, um quê de aventura que todo o ser humano ambiciona, e uma realização pessoal satisfatória, a coberto destas ong's. E é este lado que os media não falam. Dir-se-á que é justo e sem isso as ong’s não funcionariam. É verdade. Mas há que desmistificar a relativa moralidade e bondade destas atitudes. Continuar a apoiar essa gente sim mas percebendo as suas reais motivações.

PS
Fernado Nobre (AMI) candidata-se a Presidente da República.

O novo governo

Viva a Manuela Moura Guedes (que finalmente anda em saltos altos, bem visível). Viva Mário Crespo (que finalmente saboreia o facto de todos falarem dele e até publica livro, = + $). Viva o SOL (que finalmente ganha quota de mercado e $, escapando da falência). Viva o Público (e o s/ ex-director que conseguiu arruinar a reputação de seriedade que tinha o Jornal).Viva o Juiz de Aveiro (que tão prejudicados foram os Juízes com a reforma de Sócrates...).


Ganharam as últimas eleições e portanto têm de governar. O povo agradece.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CUBA. Fui lá ver...

A informação que tinha sobre Cuba era muita e diversificada. Como seria realmente a vida das pessoas? E o País? Quem fala verdade? Fidel?
Pois bem, fui lá ver com os meus próprios olhos. E o que vi não foi nada bom. A imagem que mais permanece é a da pobreza, da miséria para ser rigoroso.
O País no seu todo mais parece ter saído de um enorme terramoto, uns anos atrás, e não mais ter tido condições para se recompor. Está parado no tempo, há 50 anos. As pessoas nada têm para viver. Supermercados, não há, e quando há nada têm para vender. E, mesmo que tivessem, não há dinheiro para comprar. Os stocks das mercearias são confrangedores. Existe o sistema de caderneta/senha que controla o que cada família pode comprar por mês. A economia não funciona. Não há empregos verdadeiramente. O grande empregador é o estado e só o estado. A única excepção é o vendedor de pirolitos (que exagero!) e, mesmo esses, pagam impostos. O estado a todos emprega. No supermercado vi mais empregados que clientes. As pessoas não sabem o que fazer para melhorar suas economias. O estado não permite alternativas. Todos são seus empregados.
Impotentes e resignadas já não lutam. Fica a ideia de que não têm mais força. Estão exaustas de tantos anos de sofrimento, situação que não é só de agora da era Fidel mas que remonta ao colonialismo, Espanhol e Americano. A luta pela independência explica-se e até se aceita, o que não se aceita é o continuado fecho de portas ao mundo. Não é possível a qualquer país viver fechado em si mesmo. As consequências disso são terríveis para as suas gentes. Gente que vai sabendo como é o mundo através dos turistas. Da geração antiga não adianta esperar mais. Só da nova, da que agora tem 20/30 anos, é que sairá força para acabar com o sistema e virar a ilha para fora. É com essa gente, com perfil idêntico à geração de 60 – que nada teve a ver com a 2ª guerra e que não queria continuar a pagar-lhe os custos – é que será possível dar a volta. Demorará portanto ainda alguns anos. Os homens que ainda estão no poder e a sua imensa entourage não vão deixar fàcilmente o lugar. Aguentarão até ao limite, até serem empurrados. Homens marcados que, inexoràvelmente, serão atirados borda fora.
Nenhum governante, qualquer regime e a qualquer título, tem o direito de manter durante tantos anos – 50 anos – tanta gente, várias gerações, amordaçadas, oprimidas, escondidas e esfomeadas. Muita dessa gente passou pela vida sem a conhecer e viver.
Contudo vi gente simpática, muito cordial e amistosa. Usam aliás a simpatia para se aproximarem do turista, mais exactamente dos dólares. Disfarçadamente interesseiras. Os ilhéus têm uma característica em comum: sabem que por mais que corram ou tentem fugir, têm sempre aquela barreira natural e muitas vezes intransponível que é o mar. E no caso de Cuba, imenso mar. São prisioneiras na própria terra natal. Fidel não deixa sair, não há barcos à mão, não há dinheiro – muito menos dinheiro convertível. Daí a resignação e o tentar viver com o que há. São poucos os que tentam sair. Alguns o tentaram, poucos com sucesso, mas é um sério risco de vida.
E a ilha é tão bonita e agradável para se viver. Que o diga Ernest Hemingway ou o nosso Eça de Queiroz. Onde encontrar um mar como o de Caribe com as suas areias brancas e a suas águas de azul-turquesa, uma água sempre cristalina e quente, um sol abundante e uns daiquiris/mojitos deliciosos!? Porque não experimentar um puro, cuhíba por exemplo.

Tenho o desejo de poder ainda ver um dia uma 'Cuba Livre e independente', livre de Fidel e do 'comandante Cheguevara'. As suas gentes merecem uma Oportunidade.

Cuba. Mercado negro cresce na web.

"Publicado em 03 de Fevereiro de 2010
Um bairro nos arredores da capital cubana, Havana, uma mulher, mãe de dois filhos, vai de porta em porta vender fitas de cabelo e outros artigos aos vizinhos. Um homem idoso vende também bolachas e doces àqueles que tocam à campainha da sua casa dilapidada. Uma avó enche latas de cerveja vazias com rum barato, que vende à noite para arredondar o orçamento.Este género de iniciativas é ilegal, mas floresce nas ruas da cidade, mesmo debaixo do nariz dos capitães do quarteirão, cuja missão é reportar este tipo de transgressões à cadeia de comando do Partido Comunista.Cuba vive um momento duro em termos económicos e, embora o mercado negro por aqui sempre tenha sido animado, parece particularmente intenso hoje em dia, com os cubanos empreendedores numa busca constante de compatriotas com dinheiro para gastar.Não há anúncios classificados no jornal do Partido Comunista "Granma" nem nas outras publicações estatais que circulam em Cuba. Em vez disso, as vendas são feitas através da Radio Bemba, que não é uma estação de rádio. Acaba mais por ser uma ampla rede de bisbilhotice nacional, baptizada a partir da palavra espanhola que significa lábio.Dois cubanos na casa dos 20 anos, que trocaram a ilha por Espanha, criaram uma forma de facilitar as vendas secretas. É uma espécie de Craigslist [site norte-americano que disponibiliza anúncios gratuitos a nível mundial - atinge mais de 400 cidades - desde ofertas de empregos, electrodomésticos a fóruns de discussão online] cubana, que permite a um número de de cubanos ainda pequeno, mas em crescimento, com acesso a computadores e à internet, comprarem e venderem com menos secretismo, através da web.As autoridades, apesar de recentemente terem atenuado um pouco as restrições à venda de computadores, têm bloqueado repetidamente o acesso ao seu website, Revolico, que significa rebuliço. Um dos programadores que criou o site (www.revolico.com) explica, por email, que ele e o co-fundador travam uma batalha constante para conseguirem que o site passe a censura do governo. "Escolhemos o nome para aludir à desordem que estamos a tentar organizar", explica o programador, que falou sob anonimato para que os seus familiares, que ainda vivem na ilha, não tenham problemas com as autoridades.Embora reconheça que a Craigslist foi a inspiração para o Revolico, o site cubano está construído de forma a abrir mais rapidamente nas fracas velocidades de ligação de Cuba. E embora algumas categorias do site - carros para venda, computadores, rapazes procuram raparigas, rapazes procuram rapazes, por exemplo - sejam idênticas às da Craigslist, há muitas trocas que são particularmente cubanas. Por exemplo, vendem-se lugares na fila para os vistos na embaixada espanhola para sair de Cuba. Ou oferecem-se casamentos para ajudar os cubanos a partirem para outro país. Ou, ainda, os carros clássicos, como um Dodge de 1950, um Chevy de 1956 ou um Buick de 1954, todos ainda a andarem depois de terem sido reparados com peças improvisadas durante mais de meio século.Existe claramente um mercado para este site, como demonstra o aumento regular do número de visitantes, tanto dentro como fora de Cuba. O site, que entrou online em Dezembro de 2007, está actualmente acessível fora de Cuba e também aos cubanos que utilizem um software especial para contornar o bloqueio imposto pelas autoridades de Havana. Em Janeiro de 2008, houve 336 595 visitas a este mercado negro online. Mas, em Janeiro de 2009, as visitas já tinham aumentado para 1 331 161. Em Agosto de 2009, o Revolico anunciou que ultrapassara os dois milhões de visitas mensais.As ofertas neste bazar online cobrem toda a gama de produtos, embora seja impossível dizer quais são os vendedores que são legítimos, quais são vigaristas e quais poderão mesmo ser agentes do governo a montar uma armadilha. Um post recente oferecia antenas de satélite ilegais, que as autoridades por vezes apreendem de cima dos telhados para impedirem transmissões estrangeiras nos lares cubanos. Havia também oferta de aulas de inglês, máquinas de escrever antigas, brinquedos sexuais, cães de raça e químicos para branquear os dentes. Procuravam-se pessoas com permissão para viajar para comprar roupas, electrónica e outros artigos e trazê-las na sua bagagem.O fundador diz saber da existência de cubanos que ganham a vida praticamente só a comprar e a vender artigos no Revolico. Um cliente habitual diz ter comprado o Windows 7 no site por cerca de cinco dólares: qualquer coisa como 3,40 euros. Telefonou para o número que vinha no anúncio do Revolico e, em seguida, um jovem apresentou-se à sua porta e instalou o software pirateado no seu computador."No Revolico, vemos Cuba exposta, as vidas quotidianas dos cubanos, coisas que revelam muito da Cuba actual", diz o fundador.
Exclusivo i, The New York Times"

Independência Jornalística!

Ao longo da última legislatura, e também na era Cavaco (o que ele fez para conseguir a maioria!), a oposição de agora e a de outrora - incluem-se portanto todos os agentes políticos - defenderam, exaustivamente, como melhor sistema político, o da governação de uma minoria. O argumento de agora e o de então era o de que um governo minoritário era mais democrático (governaria mais próximo das pessoas), tentando assim fragilizar quem estivesse no poder semeando na sociedade a ideia de que os governos maioritários não o são tanto quanto os outros.
Para ampliar esta ideia força, é utilizada a comunicação social, toda ela. Sabendo nós que a independência da comunicação social visa servir justamente os diferentes grupos que de resto lhes paga, temos que ganha essa batalha quem mais comunicação conseguir arregimentar, quem consegue falar mais alto. Os jornalistas, no geral, a coberto da bondade da ideia da independência jornalística, estão pois ao serviço - sempre - de uma ou outra correntes. As últimas peripécias ocorridas inserem-se neste contexto. TVI, SOL, PÚBLICO serviram os seus grupos disfarçados de D. Quixote.


Percorrendo os governos europeus em geral, salvo raras excepções, são governos ou maioritários ou com alianças parlamentares sólidas capazes de imprimir à sua governação um rumo certo, rumo que transmita à população em geral a percepção de que os seus destinos estão em boas mãos.
Defender o contrário não é sério. Está mais que provado. E em Portugal muito mais. Com as percentagens das forças partidárias existentes no terreno não é viável uma governação minoritária. Acrescente-se ainda a crise e a dificuldade que qualquer governo minoritário tem para tomar as medidas necessárias, e temos explicado o clima político entre nós.

Sócrates sucumbe! António Costa 1º ministro!

Começo a pensar que Sócrates vai sucumbir à enorme avalanche de casos criados na comunicação social. A orquestra regida por várias batutas está afinada numa nota: derrubar Sócrates. E estão quase a consegui-lo. Para eles não importa de saber se os ‘casos’ publicados são verdade ou não. Importa tirá-lo de lá. Ele mexeu em muitos interesses instalados prejudicando-os a favor de uma melhor gestão do colectivo e maior equidade social, quando tinha maioria, e esses interesses ‘diminuídos’ não lhe perdoam.
Por outro lado seu entourage começa a dar sinais de cansaço, a sucumbir eles também, quando começam a argumentar, por exemplo, que existem dentro do PS boas alternativas a Sócrates…
Desiludam-se contudo os maestros. Podem conseguir derrubar Sócrates mas não haverá eleições gerais antecipadas. A não ser que, nos próximos meses, haja sondagens que dêem ao PS novamente a ambicionada maioria. Caso não, o PS gerará um novo primeiro-ministro e impolo-á. Nesta linha tem lá dois homens que porão os maestros a tocar a sua música: António Vitorino e António Costa. O primeiro creio que não quererá mas o segundo avança concerteza.
A sua retirada para a Câmara de Lisboa foi um acto premeditado visando resguardá-lo da exposição pública e mantê-lo intacto para uma eventual necessidade. Resultou e ele deverá ser o próximo primeiro-ministro.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Política, Economia e Off Shore

Supremacia da economia em detrimento da política.
Nunca ninguém percebeu, a não ser os próprios beneficiários do sistema, porque é que os Governos, a nível mundial, deixaram que se criassem as Off-Shore. Os Governos sabiam que esse sistema era, claramente, uma fuga aos impostos - a sua mais valia de resto -, impostos esses de que (os Governos) sabiam não poder prescindir. Nunca o deveriam ter autorizado. Sabiam ou deviam saber que, pela imponderabilidade da evolução da economia e pelas cada vez mais exigentes condições sociais, nunca poderiam abdicar da capacidade de captar impostos e entregar a meia dúzia, justamente os mais endinheirados, essas verbas tão necessárias a qualquer OJE. Mas os homens do dinheiro tudo querem e tudo podem e os políticos mostraram até hoje, não terem força suficiente para se lhes impor. Aliás muitos políticos são eles próprios os homens do dinheiro. Abraçam a política para fins económicos e financeiros. Tantos exemplos...
E, neste estado de coisas, chegamos à CRISE, com a conhecida responsabilidade dos homens das finanças.
Os Governantes do mundo tinham agora a oportunidade única de, não só impor novas regras ao mundo financeiro como erradicar as Offshore. Seria um passo de gigante para impor, assim, a política às finanças.
Fizeram-se muitas reuniões a muitos níveis, principalmente as ocorridas entre os grandes blocos económicos. Era aí que tudo se jogava e que alguma coisa podia acontecer uma vez que a nenhum país, isoladamente, se aconselha que o faça. Seria um suicídio. Tem de ser uma solução global concertada, sem excepções que furem o sistema.
Barack Obama, no epicentro do problema e portador de muitas expectativas, pensou-se que seria homem capaz de impulsionar a resolução da questão. Ainda não o fez. Deixou passar, também ele, a ocasião política para colaborar activamente na alteração do tema. Penso que teve na mão o tempo certo de agir, ele e o mundo em geral. O tempo urge. Começa a ser tarde. O clima é-lhe cada vez menos favorável interna e externamente. Penso mesmo que já nem ele nem outrem têm força social e política e estatuto para repegar no assunto. E é pena.
Oxalá esteja enganado e amanhã venha a contradizer-me, mas acho que não, infelizmente.

OBRIGADO, povo chines!

Os paladinos dos direitos do Homem, desde Mão Tse Tung até hoje, passando pelo bando dos 4, sempre apontaram baterias para a china reclamando desta a aplicação dos DH, como conhecidos no mundo ocidental. A China por seu lado sempre fez ouvidos de mercador e proseguiu sózinha seu caminho indiferente ao que lhe era exigido. Cresceu, cresceu muito, enriqueceu, cumprindo-se acelaradamente a profecia de Nostradamus.

Apesar de crescer não cuidou dos DH. Não gastou dinheiro com a assistência social a 1,3 bi de pessoas. E isso é muito, mas muito dinheiro se comparado com o que é gasto nessa rubrica no mundo ocidental. Comprou dívida americana (900 mm de dólares), investiu em todo o mundo. O dinheiro, por via dessa poupança, abunda. Diria até que sobra.
Dá-se a crise e o mundo fica sem dinheiro para encarar o dia à dia e o futuro. Os EUA têm a maior deficit de sempre, países vão à falência outros a caminho. A China para não perder o que já tinha investido por esse mundo fora, abre os cordões à bolsa e empresta mais e mais. Que dinheiro emprestado é esse? Justamente aquele que não foi gasto com a assistência social, com as pessoas do próprio país. A China subsidia o mundo à custa das pessoas que continuam a viver mal, muito mal.
O que se exigia do mundo ocidental e em particular dos ditos paladinos dos DH - que agora estão calados - é que, no mínimo, tivessem uma palavra de gratidão para com esse povo. O mundo ocidental ou a maioria dele continua a viver, pràticamente, como sempre viveu, isto é bem, enquanto esse povo continua como sempre esteve: mal.
Por mim estou a fazer a minha parte.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

GREVE, que moralidade !!!

1.
Observando o que se passa com as greves em Portugal chega-se a uma conclusão perturbadora. Quem é que tem capacidade, verdadeiramente, para fazer greve? Apenas os funcionários públicos e, de entre estes, os que melhor ganham e consequentemente os que mais poder têm para se organizarem em lobi e vir para a rua. Ex.: Professores, Enfermeiros, Transportes Públicos, Função Pública ...
Os outros, nem pensar. Os privados, pontualmente aparece um ou outro isolado que ameaça, mas raramente - nem me ocorre da última -, chega a vias de facto.
Ou seja, faz greve e provoca agitação pública, os funcionários públicos que ganham o seu ordenado mensal certinho do OJE - produzam ou não -.
Está isto certo? Questionável. Não está em causa o direito à greve. Absolutamente. Mas há aqui um longo mas que mexe com o sentir colectivo da sociedade. Pergunte-se a quem ganha o ordenado mínimo ou nem isso ou a quem tem de reforma 250/mês.
2.
Quem é prejudicado com as greves? As pessoas em geral que têm de suportar as vicissitudes de tais demonstrações públicas e aguentarem as suas consequências continuando a pagar as 'regalias adquiridas' e, ano após ano, mais reivindicadas e aumentadas.
3.
É ainda questionável a bondade dos cabecilhas profissionais que muitas vezes, se não sempre, se posicionam nestas organizações visando, com a visibilidade daí resultante, redimensionar os seus interesses pessoais que passam, as mais das vezes, por ilimitadas aspirações. Não cito nomes por serem por demais evidentes e conhecidos.
4.
Sou trabalhador privado, por conta de outrem, e apesar de estar num sector até agora também privilegiado, tal não aplana a minha visão sobre a organização e funcionamento da nossa sociedade que se pretende justa e equilibrada.