sábado, 2 de maio de 2020

Empatia nacional! Why?



Faz tempo, seguramente mais de 45 anos, que Portugal e as suas gentes não estavam tão unidos no mesmo propósito. Sendo o motivo forte, a pandemia, o certo é que outros países não lograram alcançar este desiderato, pelo menos em idêntica dimensão. Vários, desde os EUA à pequena Eslovénia passando por jornais de referência mundial, observaram-nos elogiosamente. Se a esta união vai corresponder um bom resultado?, é conclusão a que chegaremos lá mais para a frente.

Porquê esta sincronia de vontades?, é a pergunta. Responder-lhe é temerário.

De entre as muitas opiniões que pululam por aí, retenho uma em especial: a de uma longa história comum de 900 anos. Poucos países no mundo têm raízes tão profundas, tão entrelaçadas. Poucos países no mundo foram tão grandes como Portugal em alguma época. (Mais recentemente)Poucos países no mundo fizeram uma revolução total apenas com cravos. Poucos países no mundo têm um tronco comum tão definido como Portugal. 

Não menosprezo o medo individual e coletivo da pandemia que nos caiu em cima feita tsunami; não menosprezo o receio da devastação económica que a todos atinge; não menosprezo a incerteza no futuro que paira sobre o mundo e sobre nós. Mas, em adversidades como esta, saber e sentir a comunidade confinada, porém serena, a deixar-se conduzir num cenário toldado de incertezas e acreditando, quase cegamente, que assim vamos conseguir sair deste aperto, é notável. Acreditar que quem conduz os destinos do país o está a fazer bem(?), apesar de sabermos que eles também não sabem, é obra.

Termos conseguido pôr de parte temporariamente as salutares divergências políticas, religiosas, clubísticas?, é extraordinário.
Vivermos num ambiente de empatia geral, é único.

E porquê tudo isto? Porque somos 'velhos' de séculos. E esta 'velhice' é boa conselheira.

Amanhã, aos poucos, regressaremos às divergências; hoje é o tempo certo de cultivarmos a empatia.
Ela nos resgatará para dias melhores.

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