1.
Acho que está a dar para perceber que um género de vida ‘confinado’ como aquele que estamos a viver não tem interesse. Ele reduz excessivamente várias dimensões da vida, nomeadamente as daquelas a que há várias décadas estávamos habituados. ‘A contrario’, e em pulsões cada vez mais impositivas, ganha atratividade e tração um registo socialmente partilhado e, em consequência, diversificado. No mínimo idêntico ao anterior.
Acho que está a dar para perceber que um género de vida ‘confinado’ como aquele que estamos a viver não tem interesse. Ele reduz excessivamente várias dimensões da vida, nomeadamente as daquelas a que há várias décadas estávamos habituados. ‘A contrario’, e em pulsões cada vez mais impositivas, ganha atratividade e tração um registo socialmente partilhado e, em consequência, diversificado. No mínimo idêntico ao anterior.
De tão normais, quase que íamos dando por adquirido, quantas vezes minimizado, a importância dos imputs externos tão imprescindíveis à nossa salutar convivência.
Os manuais de história defendem há séculos, melhor dito milénios, que o homem é um ser gregário, que agora nós próprios verificamos e ratificamos. Encaixo-me na camada daqueles que desde muito cedo começou por considerar-se um elemento de um todo e que dele necessita. Não nego que coloco o meu ser na frente desse todo mas tentando ao mesmo tempo não descolar dele ao agrupar-me nos mais diversos estratos que o compõem, incluindo correntes de opinião a nível global.
Os dias que estamos a viver mostrou à saciedade a postura e desempenho de cada indivíduo e das sociedades no seu país, no seu continente mas também no mundo visto como um todo intricadamente ligado, talvez agora mais evidente que nunca. De oriente a ocidente de norte a sul sentimos que respiramos o mesmo ar.
Talvez os ambientes gerados durante as II e I guerras a que se seguiu a gripe espanhola lhes seja comparável. Talvez nessas épocas tenha havido no mundo similar sintonia comportamental das partes e principalmente do todo.
À atual, e que se valoriza, acresce o fluxo informativo ubíquo e instantâneo mas decresce, a seu favor, o lado bélico de outrora.
Tem sido uma experiência nova, preocupante com certeza mas com uma boa dose de fascinante. Dar conta a cada minuto das reações próprias e de terceiros num palco maior, mundial, tem sido grandioso e eloquente quanto às reações do indivíduo e das sociedades em geral. As empatias e cumplicidades observadas são de dimensões ainda não experimentadas.
2.
Há uma curiosidade nascida de uma convicção e agora convertida em incredulidade que diz respeito à dificuldade revelada pela área científica quando atira para longe, numa gestão de expectativas esperançosas, o timing de uma vacina profilática. Talvez por iliteracia ou estultícia da minha parte ao aceitar inertemente o endeusamento das suas capacidades fermentadas em acumuladas conclusões errôneas ou perceções desfocadas. Talvez. Seguramente que os sobrevalorizei. Até porque a não-vacina atempada, comprovadamente, não é atribuível à falta de recursos financeiros mas aos de conhecimento. Verei se, quando descobrirem a solução para o problema de agora, não lhes retirarei a medalha de mérito que em tempos lhes tinha atribuído. Sem ela, sem a vacina, o mundo não avança muito menos pula ao ritmo solto como se admitia até aqui.
Se querem manter a medalha apresentam a vacina. Ponto.
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