terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cavaco Silva e a história.

A história não será simpática para com CS e, se dele se lembrar, não vai ser por bons motivos. Economista reputado, assim o dizem, não foi capaz de usar essa sua mais valia(?) nas alturas críticas. Sabia(?) que as despesas estavam a derrapar substantivamente, podia dar alertas diversas ao país e aos governantes, 'obrigando-os' a corrigir no tempo certo, e não o fez. Como é que a história vai observar essa sua inércia, essa sua falta de coragem política? (o povo continua a acreditar nele, mas também não percebe nada de finanças). Teve muitos anos muito poder nas mãos mas nunca foi capaz de liderar o futuro: fez sempre uma gestão do imediato, do dia a dia. Governou sempre por debaixo das nuvens, sem horizonte. Teve imensas oportunidades de alterar muitas coisas erradas e não o fez. Deixou hipotecar o futuro. Não tem perfil de líder. Não é visionário. Recebe as suas três(?) reforminhas, e parece ser essa a sua grande preocupação: garantir um bom fim de mês mesmo sabendo que o país não aguenta esses excessos, além de ser socialmente injusto. Sabe que há muitos outros em idênticas circunstâncias, a pesar no OGE e nunca se lhe ouviu uma palavra de condenação (apetece aqui lembrar Ramalho Eanes ao aceitar receber apenas uma das reformas a que tinha direito, abedicando honrosamente da outra!). Teve agora CS uma boa oportunidade de corrigir muitos desses desvarios e, pelo contrário, rejeita-os. Refiro-me à aceitação constitucional do tecto do deficit: o homem não quer. Porquê? Ora sabemos que se isso não estiver aí plasmado, os políticos, quaisquer que sejam, ele incluído, não terão coragem nunca, nem no momento actual, de se obrigarem a tectos máximos de endividamento. Esta pressão da Alemanha/França para que cada país da zona euro aceite o princípio constitucional do endividamento máximo, era uma boa muleta para todos os políticos nacionais. Mas a maioria de esquerda, e CS não quer. Oportunidade perdida. Veja-se a benfazeja presença da Troika e as reformas que vão obrigar a fazer, reformas que os políticos nacionais nunca foram capazes de empreender. Ou seja apenas com pressão externa se reforma, feita por terceiros portanto!

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