Desejo francamente estar errado e só o futuro o dirá, mas acho que as posições tornadas públicas pelos Capitães de Abril, a que se juntaram Mário Soares e Manuel Alegre (não se associando à comemoração da data), vão revelar-se, a médio prazo, altamente agitadoras e perturbadoras da 'paz' (contida) que até agora se tem vivido em Portugal, paz necessária para tentar resolver as nossas dificuldades internas próximas futuras, e para cuja solução muito vamos precisar, incontornavelmente, da ajuda externa. Receio bem que possa vir a ser o acender do rastilho, que todos sabemos existir mas que, inteligentemente, todos (com algumas exceções...) trabalham para que não seja ativado. Porventura algumas mentes mais agitadoras ou extremistas (não digo que não tenham razão), oportunistas e sedentas de protagonismos, irão cavalgar a onda agora rastilhada para avançar finalmente e dar a cara (inicialmente encoberta - há que estar atento aos primeiros sinais -), e acho que isso não serve a estratégia (certa) que Portugal persegue ao nível nacional e internacional. Esta paz (podre, pode dizer-se) coletivamente assumida, por muito que doa - e todos sabemos que está a doer e até a fazer sangue em muitos lados -, é indispensável para reganhar confiança e credibilidade internacional e assim, mais facilmente, podermos tentar sairmos do atoleiro em que estamos metidos.
E em que pantanal estamos!
§ Creio que Mário Soares errou ao tomar esta posição e desbaratou muitos créditos que lhe são devidos. Oxalá nada disso aconteça e o 'povo' continue calmo e sereno, a bem de um melhor futuro comum.
O que é dito no parágrafo anterior pode ter outra leitura e consequência, perfeitamente diversa, antogónica até e, quiça, benfazeja.
E em que pantanal estamos!
§ Creio que Mário Soares errou ao tomar esta posição e desbaratou muitos créditos que lhe são devidos. Oxalá nada disso aconteça e o 'povo' continue calmo e sereno, a bem de um melhor futuro comum.
O que é dito no parágrafo anterior pode ter outra leitura e consequência, perfeitamente diversa, antogónica até e, quiça, benfazeja.
Sabemos que em democracia é fundamental a existência de partidos, organizações e instituições - legal e publicamente conhecidas - que agrupem os cidadãos, dando-lhes voz, e estes neles se sintam representados. Os cidadãos, em geral, gostam de se se sentir acolhidos e incorporados em grupos de todo o tipo - religiosos, políticos, sindicais, académicos, profissionais, desportivos, de bairro. Isso justifica-os, ajuda-os a explicarem-se e acalma-os, bebendo as ideias geradas no interior desses grupos e defendente dentro deles as suas.
Ora no espetro político atual e dado que o PS está do lado da TroiKa, não está a conseguir ser o catalisador e o agregador dos enormes descontentamentos que todos sabemos existir. Mais à esquerda, porque desde há muito se acantonaram demasiado, deixam de fora também imensa gente que neles não se revê.
Esta tomada de posição pública pelos Capitães de Abril, por Mário Soares e por Manuel Alegre, se vier a servir para acolher e almofadar quem por aí politicamente não se sinta representado pelos motivos atrás ditos, até pode ser benéfico para a manutenção da estabilidade. O mais grave é haver 'ovelhas tresmalhadas' que desgarrada, arbitrária, descontrolada e solitariamente resolvam agir por conta própria, fora portanto do controlo de qualquer grupo legal.
Veja-se a violência das manifestações sociais que perpassa, por vezes, pela Grécia e suas consequências internas e externas, e o contributo que a existência destes grupos desfiliados tem dado para a potenciar?
Ora no espetro político atual e dado que o PS está do lado da TroiKa, não está a conseguir ser o catalisador e o agregador dos enormes descontentamentos que todos sabemos existir. Mais à esquerda, porque desde há muito se acantonaram demasiado, deixam de fora também imensa gente que neles não se revê.
Esta tomada de posição pública pelos Capitães de Abril, por Mário Soares e por Manuel Alegre, se vier a servir para acolher e almofadar quem por aí politicamente não se sinta representado pelos motivos atrás ditos, até pode ser benéfico para a manutenção da estabilidade. O mais grave é haver 'ovelhas tresmalhadas' que desgarrada, arbitrária, descontrolada e solitariamente resolvam agir por conta própria, fora portanto do controlo de qualquer grupo legal.
Veja-se a violência das manifestações sociais que perpassa, por vezes, pela Grécia e suas consequências internas e externas, e o contributo que a existência destes grupos desfiliados tem dado para a potenciar?
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