segunda-feira, 23 de junho de 2014

"O Homem de Constantinopla", de José Rodrigues dos Santos (JRS)

Estamos em presença de mais um livro de JRS, dos mais fáceis de ler que lhe conheço, na linha, aliás, da maioria dos seus livros. Escrita e ação expostas de forma corrida, escorreita e amigável. Não exige do leitor qualquer esforço mental para acompanhar a história, história que não é mais do que uma pseudo-biografia de Calouste Gulbenkian. Admito que o enredo que a suporta possa ter um pano de fundo verdadeiro, porém ficcionado e romanceado. De toda a maneira, trata-se de uma leitura agradável, um passatempo leve, pouco exigente, como referi.

Enquanto JRS mantiver este tipo de abordagens ligeiras nas suas histórias, não será nunca um candidato ao Nobel; longe disso. Também não é caso para dizer que seja um escritor ‘menor’; isso não. Sabemos que está traduzido e é lido em muitas geografias mas tenho para mim que o é devido a esta ‘simplicidade’ com que escreve e, principalmente, por o fazer servindo-se de temas que são do conhecimento de grandes públicos. Ao fazê-lo e de forma acessível, capta evidentemente muitos leitores.

Incorpora nas narrativas bastantes saberes que são do conhecimento geral, o que acaba por ser interessante e até importante; contextualizados, relembram aos leitores como funcionam as coisas por detrás do palco.

Não obstante tratar-se de uma ficção (não investiguei até que ponto são verdadeiros os factos alegados), destaco as formas ‘ilícitas’ - mas pelo vistos ‘normais’ - como enriqueceram algumas personagens desta história, refira-se, à custa do erário público dos diferentes estados. Destaco ainda a corrupção usada para o atingiram: subornos ministeriais ao mais alto nível.
Conclusão: hoje como ontem o sistema mantém-se.  

(não resisti a um smile quando o ‘magnata’ vendedor de submarinos historiava o seu sucesso vangloriando-se das suas vendas de, um primeiro - velho e avariado -, à Grécia, de, dois segundos, ao Império Otomano e de, meia dúzia, aos Czares russos. E babando de orgulho terminava: ‘com as minhas comissões, fiquei rico, muito rico’)

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