quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Alemanha: 'Reparações de Guerra'

Tratado de Versalhes | 1919
1ª Guerra: 1918

Somente após os Aliados terem a certeza de que a Alemanha tinha efetivamente capitulado, aceitaram negociar a paz, impondo-lhe condições punitivas pesadas:

* Reconhecimento da culpa;
* Perda de parte do seu território, incluindo as colónias;
* Redução do tamanho do exército;
* Proibição de fábricas de materiais bélicos;
* Indemnização pelos prejuízos causados.

Foram todas arrancadas a ferros e ficaram plasmadas no extenso e pormenorizado 'Tratado de Versalhes' (1919), e aí, de entre o diverso articulado, ficou estipulado que a Alemanha aceitaria pagar indemnizações aos Aliados pelo esforço financeiro que haviam tido com a sua intervenção, o que ficou conhecido como 'Reparações de Guerra' (270 Milhões marcos-ouro ou 33 Milhões USD).

Esta dívida contumaz, que deveria ter começado a ser paga logo nos anos subsequentes, não o foi. E não o foi principalmente por três motivos, a saber:

1º - a Alemanha do pós-guerra entrara num processo recessivo, com desemprego e inflação a níveis tais, que o país não gerava riqueza capaz de honrar os compromissos, nomeadamente os externos;

2 - a assinatura do Tratado de Versalhes resultou de uma obrigação de circunstância formal inevitável e não de uma aceitação racional e muito menos nacional;

3º - os delegados alemães sabiam que esta assinatura poderia ser o fermento onde poderia levedar a próxima futura oposição interna.

§ haveria de ser aqui neste ambiente de choque, humilhação e revolta nacionais, com o orgulho alemão ferido, que Hilter viria a encontrar espaço para lançar as sementes do que viria a ser o 'partido nazista' e as causas que agregaram e empolgaram os seus seguidores para a 2ª guerra mundial, apenas 20 anos depois.

Embora pressionadas pelos 'credores', habilidosamente - todavia com argumentos visíveis (desemprego e inflação) -, conseguiram adiar, ano após ano, o pagamento das reparações acordadas; e os credores, com o passar do tempo não mais tiveram 'força' para lho exigir.

Haveria de ser com a assinatura do tratado da U.E, 70 Anos depois, que as partes zeraram a dívida.

Depois da 2ª Guerra, paulatina e estrategicamente, a Alemanha começou a montar no terreno os alicerces do que é hoje.

Começando na Comunidade Europeia do Cavão e do Aço (CECA), (1951), gizaram, a régua e esquadro, o organograma do sucesso.
Durou uns anos mas chegaram lá, novamente ao topo do mundo. Não precisaram mais de recorrer às armas mas à economia.

Terão sido os 'Credores', ironia do destino, (ou não!) quem, depois da segunda guerra mundial, lhes ofereceu o primeiro bônus!, quando para lá fizeram jorrar dinheiro através do Plano Marshall (1947) - (13 Bi USD / equivalente a 132 Bi em 2006).

Agradecidos pegaram nos tostões e com tempo produziram milhões.

(Resumo muito breve da edição reduzida de Martin Gilbert, 'HISTÓRIA DO SÉCULO XX')
U.E.
Plano Marshall | 1947
CECA | 1951

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