quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Avaria C5 - 15SET'2013

Para memória futura
Avaria C5
Matrícula: Maio 2009 40-HS-99
Km actuais: 41.094
Última revisão: 38.712, Maio 2013
Revisões e acompanhamento: sempre nos concessionários da Citroën.

Ao chegar já perto de casa, e sem que até então tivesse ocorrido algo assinalável, acendeu no visor do carro a palavra 'Service' acompanhada de um toque sonoro e, cito de cor, a expressão 'pressão de óleo do motor insuficiente'.
Alarmado e preocupado com o alerta, não andei mais com a viatura e, via Seguro de Assistência em Viagem, foi o carro rebocado até às oficinas da Caetano Retails da Maia.
Explicada detalhadamente a ocorrência ficou aí parqueado para diagnóstico.
Segundo depois me foi comunicado, após os testes, o problema não tinha origem na parte electrónica.  Assim, avançaram para a parte mecânica tendo concluído, após medição com o manómetro, que a pressão do óleo do motor era inferior à recomendada pela Citroën em 1 Bar e que tal diminuição era atribuída à avaria da bomba que assegura ou que deveria assegurar a correta pressão do óleo no motor.
Face às explicações fornecidas, dei ordem de reparação.
Porém, e agora passo para Citroën/Portugal, não me conformo nem aceito esta avaria, melhor dizendo, com a duração da peça avariada.
Era de supor, pelo menos eu supunha, que, por comparação com a concorrência, as peças de um carro desta gama resistiriam muito mais tempo e muitos mais quilómetros à erosão do tempo e do uso, razões pelas quais foi o carro por mim preferido: não ter problemas por uns tempos.
De resto, e em conversa com o técnico que o assistiu, foi-me por este adiantado não ter nunca encontrado outra avaria igual. Acrescentou ainda não saber explicar das razões que lhe terão dado origem...
Digo ainda que é uma peça inacessível e cuja bom funcionamento e manutenção não dependem do utente mas da qualidade da sua origem.
Dei sempre à viatura a assistência que a Citroën recomenda e nos seus concessionários.
Dito tudo isto, digo agora que alijo qualquer responsabilidade pessoal no caso imputando-a ao fabricante/Citroën, e reivindicando a sua substituição graciosa.
Fico a aguardar v/ notícias convicto das razões que me assistem e certo de que a Citroën também concluirá isso mesmo, honrando a postura idónea que granjeou ao longo dos anos em Portugal e no mundo.

(O texto não chegou a ser enviado dado que a Caetano Retails tomou a iniciativa de contatar a marca - depois de eu ter dito que o ia fazer - e daí resultou que a Citroën se prontificou em pagar 90% e a própria Caetano Retals os 10% restantes da bomba d'óleo)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Novos Impérios

Já lá vai o tempo em que a dimensão territorial dos Impérios era a unidade de medida para se aquilatar da Grandeza de um Império. À medida que o Século XX foi avançando, os Impérios, nomeadamente os coloniais, foram caindo uns atrás dos outros. Vingara a corrente de opinião punitiva de que colonizar era um mal em si mesmo. Instalara-se nos media, nas sociedades e nos governantes a ideia de que era chegada a hora dos colonizadores deixarem/entregarem (entregas praticamente todas forçadas) as antigas possessões aos países de origem e retirarem-se de cena. Nos últimos anos do século o último deles sucumbiria: Portugal.

Não se quer com isto dizer que os países, todos eles, mas principalmente aqueles com mentalidade imperialista, tenham abandonado a ideia imperial. Foi abandonada a ideia colonial mas não a imperial. Esta travestiu-se com roupagem económico-financeira. A unidade de medida deixou de ser territorial e passou a ser económica. Porventura tão ou mais acintosa que a anterior. Esta nova postura faz lembrar o 'polvo' ou a rede-arrastão do pescador: chega longe e tudo apanha. Desta forma a economia dos maiores amarra os menores até à asfixia. Estende-se por todo o mundo.

Acresce a tudo isto uma outra e nova dimensão de fazer guerra: os drones.
Na guerra do Vietname morreram 58.000 soldados americanos; a pressão exercida pelos familiares dos militares falecidos e pela sociedade americana em geral sobre os governantes foi de tal maneira grande que tiveram de lhe por fim e bater em retirada sem proveito nem glória.
Com o advento dos drones (versão atualizada dos V1 de Hitler usados na segunda grande guerra) é eliminada aquela pressão social interna, ficando o campo aberto para a intervenção discricionária. Resta apenas o escrutínio internacional. Será que é ouvido? Se lhe juntarmos a dependência que os países pequenos têm dos grandes, a coisa fica mais difícil...
(Era suposto usarem drones na anunciada intervenção na guerra na Síria)
 

sábado, 21 de setembro de 2013

1ª Guerra Mundial, suas causas.

(No seguimento do apontamento anterior sobre a Alemanha)
'História do Século XX', de Martin Gilbert

Acabo de ler 'História do Século XX' - 1° livro' - de Martin Gilbert, onde são revisitadas e confirmadas de forma resumida, embora, a), as causas que estiveram na origem da 1ª Guerra Mundial. 
Fica aí mais uma vez claro que a principal nação instigadora, propulsora, e ordenante foi a Alemanha. As Áustria-Hungria foram usadas para os seus fins bélico-estratégicos. E fica claro mais uma vez também que teve início num equívoco posto que a Sérvia aceitara, até à humilhação, todas as exigências expansionistas dos senhores daquele império Austro-Húngaro. Só que a carta da rendição incondicional chegou com 3 dias de atraso às mãos da pessoa certa e entretanto a máquina de guerra já estava em marcha e já não houve mais força nem coragem para a travar. 
As alianças internacionais definiram-se em menos de uma semana: Alemanha com o Império Austro-Húngaro, a França com a Rússia, a Inglaterra com a Bélgica.

Mortes nesta Guerra 
Aliados: 5.000.000
Eixo: 3.500.000
De entre os quais: 48909 Americanos – 1917/1918
a) Publicações do Expresso em pequenos livros, num total de 8, tipo Pocket-Book.

À semelhança de resto com o que recentemente aconteceu com a intervenção dos EUA/UK no Iraque - 2003 -. Como sabemos provou-se mais tarde, já depois da guerra, que afinal Saddan Hussein não tinha as armas de destruição em massa de que era acusado.

Porque então foi feita a guerra ainda por cima sem autorização da ONU!?

domingo, 8 de setembro de 2013

'O melhor da Alemanha', com a PLV

Encantado, é a palavra que escolho para reunir e definir o que observei durante uma curta visita de 10 dias à Alemanha.

Tinha um desejo grande de observar de perto, com os meus próprios olhos, tudo o que dela se diz e foi essa a primeira razão da preferência, de entre as diversas opções possíveis. Queria apreciar as várias dimensões de um país que é líder e está no topo mundial em muitos domínios.

E não fiquei desapontado: confirmo e concordo com muitas coisas que os media em geral têm veiculado. Junta-se com destaque aos países que conheço, mais homogéneo em mais áreas: social, territorial, infraestruturas, equipamentos base, monumentalidade ...

Talvez devesse esperar que o crivo do tempo tria-se as poeiras daninhas das primeiras impressões e esperar para ver o que os escaninhos da memória conservariam de mais importante.
Talvez um dia reedite este texto.

Percorri cerca de 2.500 km e visitei 14 cidades em excursão organizada e com guias locais em todas elas.
Bem sei que este tipo de visitas nos conduzem por um túnel turístico levando-nos assim aos High-Lights mais célebres, visitas previamente elaboradas e que se justificam porque são esses os sítios mais procurados pela grande maioria de visitantes. E é justamente esta massa crítica flutuante que acrescenta oportunidade a esses locais para se dotarem de meios, de ofertas de serviços mais qualificados, compatíveis e exigidos por essa migração ocasional.
Esforçar-me-ei por dar a compensação adequada de forma a melhor calibrar a opinião final.

Reconheço que me faltou mais contacto com as pessoas e isso pode fazer diferença. É certo porém que o que passa para a história é a vida e modo de vida dos grandes e poderosos; os pequenos, em todo o lado e lá também, são meios para os 'importantes' conseguirem seus objectivos. 
Deles, dos pequenos, não reza a história.

Observei:
. um país pujante, respirando saúde económico-financeira por todos os poros;
. um povo pacato e acolhedor (contrariamente ao que por aí se houve), publicamente pouco exuberante;
. um povo ordeiro e com regras comummente aceites;
. uma cozinha rica, farta e variada (tive principalmente acesso à do tipo internacional);
. uma hotelaria com performance hoteleiras acima da média;
. uma monumentalidade - plena de história - grandiosa e grandiloquente, bem recuperada das duas guerras, principalmente da segunda;
. cidades pequenas, encantadoras e românticas;
. cidades grandes, limpas e funcionais;
. um país que impõe as suas regras e rigor no  seu cumprimentou não só aos seus cidadãos como a quem os visita;
. um país em que os estrangeiros, temporários ou residentes, aceitam e se obrigam a cumprir as suas leis acolhendo-as pacificamente;
. um país onde já não é visível a diferença entre a RDA e a RFA;
. um país onde já não parece terem ocorrido duas grandes guerras mundiais num intervalo tão curto de somente 21 anos, das quais a segunda principalmente, deixou o país em ruínas;
. uma sociedade a caminho da plena integração (RDA/RFA);
. um país que não esquece a sua história dela deixando marcas importantes para os vindouros, apesar de não se orgulhar de algumas delas;
. que a visibilidade do estigma da 'raça ariana' estará extinta, mas percebe-se indelevelmente interiorizada nos comportamentos das pessoas e dos seus dirigentes;
. um país com gente alegre, feliz e orgulhosa mas não ostensiva;

Nota climatérica:
Tive a feliz sorte de ter estado sempre bom tempo - Agosto -, e com temperaturas acima dos vinte graus, e esse 'pequeno' pormenor condiciona positivamente todo o resto. Outra teria sido a minha opinião se a viagem tivesse ocorrido sob as vicissitudes de uns bem possíveis e desagradáveis 18 graus negativos.

Desde sempre a Alemanha desempenhou um papel relevante e determinante nos destinos do mundo, infelizmente as mais das vezes por más razões e com consequências a todos os níveis catastróficas (50M de mortos na 2ª guerra). Nos dias que correm continuam a ter um papel central no tabuleiro do xadrez geopolítico, geoestratégico e geoeconómico-financeiro mundiais. E é assim porque é um país grande, rico e consequentemente poderoso.
Os tempos da tomada do poder por via das armas, é hoje em dia inaplicável nos países democráticos do ocidente. E a Alemanha esqueceu(?) a época Hitleriana e conquistou esse poder pela via económica.

Nos anos idos e finais da era Salazar e mesmo após o 25 Abri'74, interessou-lhes o investimento em Portugal e para cá venderam tudo, desde teares para o sector têxtil, a toda a gama e marca de carros e maquinaria de última geração, até submarinos(!).
Armadilharam-nos o futuro com a concessão de crédito fácil para a sua aquisição.
... e nós, como inocentes cordeiros entrando na boca do lobo, compramos; e endividamo-nos.

Desenganem-se todos aqueles, portugueses incluídos, que pensam (alguns exigem!?) que a Alemanha de Angela Merkel, CDU, ou eventualmente de Peer Steinbrück, SPD, nos deveria ajudar solidária e graciosamente. Fá-lo-á sim, enquanto lucrar com isso; fá-lo-á sim, enquanto formos pedras úteis do seu xadrez.

Há cerca de um mês atrás os media fizeram contas e noticiavam que a Alemanha tinha ganho 41 MM Euros com a ajuda financeira prestada aos países que a pediram. No caso concreto de Portugal, dos 78MM pedidos, e da parte oriunda da União Europeia, a Alemanha contribuiu com os 20% da sua quota do PIB comunitário, a uma taxa média de 3,5%.
Por sua vez a Alemanha tem-se financiado nos mercados internacionais a taxas negativas (os receios gerados na comunidade europeia e não só, tem levado à compra da sua dívida, pagando para a conseguir, por lhe parecer segura).
Por outro lado, o dinheiro emprestado aos bancos, por exemplo,  pelo governo português tem de ser devolvido nos prazos acordados a uma taxa de 8,5%  Os Bancos por sua vez, têm de repercutir estes custos junto dos seus clientes.
É pois uma questão de fazer contas para se saber como funciona esta máquina trituradora e quem está a lucrar com quem! Quem está afinal a financiar a dominadora Alemanha!

Não podemos, todavia, alijar as nossas responsabilidades. O nosso mau voto e a má governance dos nossos políticos neles suportados, conduziram-nos ao ponto a que chegamos, praticamente a um beco sem saída. Portugal não está a gerar riqueza capaz de suportar este delay de taxas de juros. 
Até onde e como vamos aguentar esta situação, é a questão.

Com o seu sentido pragmático e programação à distância, mantendo-se fiel ao rigor dos números, a Alemanha consegue fabricar massivamente produtos de alta qualidade - muitos deles únicos - e exportá-los para todo o mundo. Nessa senda, criaram clusters e conservaram monopólios dificilmente ultrapassáveis. Detentores de tecnologia de ponta e de capacidade produtiva, o mundo em geral em muito dela dependente, disputa sôfrego muitas das suas criações.

O que seria da Alemanha se não tivesse o seu calcanhar de Aquiles: a dependência energética!

Curiosidade ou talvez não:
Os Sindicatos em Portugal a partir de Abril'74, reivindicaram salário mínimo e aumentos salariais indexados à inflação, de preferência superiores à inflação; e os sucessivos e diferentes governos anuiram...
Na Alemanha não existe a figura de salário mínimo e os aumentos salariais são indexados à riqueza produzida, ao PIB.