Brexit, uma fenda na UE |
Com a possibilidade da saída da GB da UE, uma espiral de
incertezas e generalizadas preocupações pairam (e atormentam) em muitas cabeças
europeias e mundiais e, pelo menos, em metade da sua população, a acreditar nas
últimas sondagens conhecidas.
O próximo dia 23 de Junho, que se aproxima a passos largos, ditará o futuro nebuloso sem que de momento haja alguém que seja capaz de lhe definir os contornos, deixando, por conseguinte, perplexidades no ar. Futuro é futuro, isto é, incerto como sempre e levará algum tempo até que a poeira assente e alguma clarificação se perceba, seja quem for o ganhador: o Br.exit ou o Br.in.
Pelo que a grande imprensa veicula
[a que personalidades do mundo da finança i) dão voz (Soros, Schauble e Trichet...); do mundo empresarial ii) (Marks & Spencer, EasyJet, Shell ou Vodafone / os Supermercados Tesco e Sainsbury’s querem sair); da área política iii) há defensores para os dois lados, sendo o mais curioso o da primeira-ministra escocesa que diz sim, mas... deixando um sinal sonoro e avisado para a eventualidade de um novo referendo para uma saída da Escócia da GB caso o ‘Br.exit’ ganhe; do sector académico iv) treze prémios Nobel juntaram suas credenciais e vieram a público alertar para o forte enfraquecimento da ciência],
o Br.exit terá consequências devastadoras para muita gente, a começar para os próprios ingleses, seguidos dos europeus e fica a dúvida se também para o resto do mundo, incluindo para os 53 países membros da Commonwealth. Barack Obama num raid mediático eficaz à City, juntou sua voz ao coro dos defensores do Br.in, acrescentando com uma clareza cristalina que ecoou nos quatro cantos do mundo: privilegiaremos relações com um mercado de 500 Milhões de consumidores; vocês, os Br.exit, ficarão no fim da fila.
Nem a consabida e privilegiada relação amiga entre ambos foi respeitada: ‘ou permanecem na UE ou vão para o fim da fila’, dixit Obama.
Caso vença o Br.exit, parece óbvio que as relações entre a GB e o resto do mundo serão substancialmente alteradas, desconhecendo-se-lhes apenas os detalhes a que apenas o tempo ajudará a definir.
Continuarão com uma relação privilegiada, como sempre, com a Commonwealth, (e veremos se também aí não haverá evolução) mas parece-me manifestamente pouco para assegurar a supremacia tradicional da GB, que tanto querem manter e melhorar. Oportuno lembrar que a Austrália já fez saber que à morte de Isabel II admite abandonar a quase secular (1926) chefia de estado de Isabel II. Quantos outros o farão enfraquecendo assim as sinergias da Commonwealth?
Os Br.exit acreditam que ‘desamarrados’ das regras de funcionamento da UE terão mais flexibilidades negociais com outros blocos económicos como a China, Índia, a própria América…
Será?
Será que estes potenciais negociadores não vão alinhar pelo raciocínio prático americano preferindo, como eles, relacionar-se com um bloco maior, o da UE?
Será que os Br.exit apostam numa estratégia de maior alcance: na dissolução da UE, eliminando o próprio bloco negocial europeu, regressando à velha ordem de dividir para reinar?
O que os motiva então em sair da UE!?
A possível vontade do desmembramento da UE é a hipótese que mais preocupa, porque possível e até algo previsível a médio prazo por outros países animados por ocos raciocínios.
Francamente não entendo nem os acompanho - de todo - nessa estratégia suicida quer seja da simples saída quer, por maioria de razão, pela vontade estratégica e escondida da dissolução da UE. É um passo louco de mais para ser dado tão abruptamente para os próprios e para a rede de interesses estabelecidas e com as quais o mundo está articulado e a funcionar.
As reivindicações recentes da GB junto da UE foram bem-sucedidas e tiveram ganhos assinaláveis, mau grado as perdas do lado da UE que as acolheram.
Pode entender-se que os estudos até agora publicados são oriundos dos defensores do Br.in, mas todos eles apontam para perdas, para a própria GB, na ordem dos 100 Mil Milhões de GBP…
O isolamento para onde caminham não augura otimismo para ninguém.
Todo o mundo reconhece importância à GB no seu próprio contexto, no contexto europeu e mundial logo a partir da revolução industrial de 1760, para não ir mais para trás; todo o mundo se vergou à sua intervenção empenhada e decisiva nas duas guerras e tem havido para com a GB uma equidistância distinta, digna e justa.
Fazer parte do clube europeu e ser um interlocutor de peso, respeitável e respeitado, deveria ser, por si só, um argumento forte e decisivo de permanência.
Em caso de discordância, mais vale tentar alterar a EU por dentro, estando lá, do que dela sair enfraquecendo todos.
A Europa, eles próprios e o mundo muito ficariam a ganhar com uma Europa unida e fortalecida com a inclusão de um país com o peso da GB; inclusive no EuroGrupo.
O seu contra-preso, a funcionar como estabilizador numa Europa dominada pela
Alemanha, é útil e é garantia de uma Europa mais forte e estável.
O próximo dia 23 de Junho, que se aproxima a passos largos, ditará o futuro nebuloso sem que de momento haja alguém que seja capaz de lhe definir os contornos, deixando, por conseguinte, perplexidades no ar. Futuro é futuro, isto é, incerto como sempre e levará algum tempo até que a poeira assente e alguma clarificação se perceba, seja quem for o ganhador: o Br.exit ou o Br.in.
Pelo que a grande imprensa veicula
[a que personalidades do mundo da finança i) dão voz (Soros, Schauble e Trichet...); do mundo empresarial ii) (Marks & Spencer, EasyJet, Shell ou Vodafone / os Supermercados Tesco e Sainsbury’s querem sair); da área política iii) há defensores para os dois lados, sendo o mais curioso o da primeira-ministra escocesa que diz sim, mas... deixando um sinal sonoro e avisado para a eventualidade de um novo referendo para uma saída da Escócia da GB caso o ‘Br.exit’ ganhe; do sector académico iv) treze prémios Nobel juntaram suas credenciais e vieram a público alertar para o forte enfraquecimento da ciência],
o Br.exit terá consequências devastadoras para muita gente, a começar para os próprios ingleses, seguidos dos europeus e fica a dúvida se também para o resto do mundo, incluindo para os 53 países membros da Commonwealth. Barack Obama num raid mediático eficaz à City, juntou sua voz ao coro dos defensores do Br.in, acrescentando com uma clareza cristalina que ecoou nos quatro cantos do mundo: privilegiaremos relações com um mercado de 500 Milhões de consumidores; vocês, os Br.exit, ficarão no fim da fila.
Nem a consabida e privilegiada relação amiga entre ambos foi respeitada: ‘ou permanecem na UE ou vão para o fim da fila’, dixit Obama.
Caso vença o Br.exit, parece óbvio que as relações entre a GB e o resto do mundo serão substancialmente alteradas, desconhecendo-se-lhes apenas os detalhes a que apenas o tempo ajudará a definir.
Continuarão com uma relação privilegiada, como sempre, com a Commonwealth, (e veremos se também aí não haverá evolução) mas parece-me manifestamente pouco para assegurar a supremacia tradicional da GB, que tanto querem manter e melhorar. Oportuno lembrar que a Austrália já fez saber que à morte de Isabel II admite abandonar a quase secular (1926) chefia de estado de Isabel II. Quantos outros o farão enfraquecendo assim as sinergias da Commonwealth?
Os Br.exit acreditam que ‘desamarrados’ das regras de funcionamento da UE terão mais flexibilidades negociais com outros blocos económicos como a China, Índia, a própria América…
Será?
Será que estes potenciais negociadores não vão alinhar pelo raciocínio prático americano preferindo, como eles, relacionar-se com um bloco maior, o da UE?
Será que os Br.exit apostam numa estratégia de maior alcance: na dissolução da UE, eliminando o próprio bloco negocial europeu, regressando à velha ordem de dividir para reinar?
O que os motiva então em sair da UE!?
A possível vontade do desmembramento da UE é a hipótese que mais preocupa, porque possível e até algo previsível a médio prazo por outros países animados por ocos raciocínios.
Francamente não entendo nem os acompanho - de todo - nessa estratégia suicida quer seja da simples saída quer, por maioria de razão, pela vontade estratégica e escondida da dissolução da UE. É um passo louco de mais para ser dado tão abruptamente para os próprios e para a rede de interesses estabelecidas e com as quais o mundo está articulado e a funcionar.
As reivindicações recentes da GB junto da UE foram bem-sucedidas e tiveram ganhos assinaláveis, mau grado as perdas do lado da UE que as acolheram.
Pode entender-se que os estudos até agora publicados são oriundos dos defensores do Br.in, mas todos eles apontam para perdas, para a própria GB, na ordem dos 100 Mil Milhões de GBP…
O isolamento para onde caminham não augura otimismo para ninguém.
Todo o mundo reconhece importância à GB no seu próprio contexto, no contexto europeu e mundial logo a partir da revolução industrial de 1760, para não ir mais para trás; todo o mundo se vergou à sua intervenção empenhada e decisiva nas duas guerras e tem havido para com a GB uma equidistância distinta, digna e justa.
Fazer parte do clube europeu e ser um interlocutor de peso, respeitável e respeitado, deveria ser, por si só, um argumento forte e decisivo de permanência.
Em caso de discordância, mais vale tentar alterar a EU por dentro, estando lá, do que dela sair enfraquecendo todos.
A Europa, eles próprios e o mundo muito ficariam a ganhar com uma Europa unida e fortalecida com a inclusão de um país com o peso da GB; inclusive no EuroGrupo.
Quero acreditar que a vontade de manter uma Europa forte e unida se manterá e que os representantes e responsáveis pela manutenção da UE farão os impossíveis para que o já assumido desígnio da UE ganhe ainda mais vitalidade com este ‘incidente’ e continue seu caminho seguro apesar destes percalços.
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