. Dizem as notícias da semana passada: U.K. propõe-se, agora -
em 2015 -, liquidar uma dívida que remonta ao ano de 1720!
. A Argentina há 15 anos que sobrevive penosamente a uma turbulência social interna por causa da dificuldade em pagar a sua dívida externa excessiva contraída até 2001!
. Madagáscar até as madeiras das suas florestas teve de dar como caução ao FMI para, assim, poder obter um empréstimo externo e garantir o consequente pagamento!
. Pelas mesmas razões, Portugal assumiu em 1891 - ano em que declarou bancarrota -, o compromisso com os seus credores de dilatar o pagamento da dívida acumulada até então por um prazo de 100 anos (acabou de a pagar já no neste século XXI!)!
. A Argentina há 15 anos que sobrevive penosamente a uma turbulência social interna por causa da dificuldade em pagar a sua dívida externa excessiva contraída até 2001!
. Madagáscar até as madeiras das suas florestas teve de dar como caução ao FMI para, assim, poder obter um empréstimo externo e garantir o consequente pagamento!
. Pelas mesmas razões, Portugal assumiu em 1891 - ano em que declarou bancarrota -, o compromisso com os seus credores de dilatar o pagamento da dívida acumulada até então por um prazo de 100 anos (acabou de a pagar já no neste século XXI!)!
E tantos outros países, em situações similares, tiveram de dar os anéis para salvarem alguns dedos...
Há uma bissectriz que une os casos citados: a força e exigência dos credores, que não perdoam e querem o seu dinheiro de volta.
Tenho acompanhado com muito interesse a situação grega - até pela proximidade exemplar com Portugal - e estou deveras curioso com o desfecho das negociações em curso entre UE/BCE/FMI e o Syriza de Alexis Tsipras.
Sabemos que nos empréstimos solicitados por alguns 'Piigs', estão envolvidas três Entidades (UE/BCE/FMI) e o diálogo com esse tridente pode suavizar a solução final a favor das pretensões gregas. Mas, acredito que a margem de manobra grega no momento atual seja curta, muito curta para não dizer inexistente.
O desmentido do governo Chinês sobre uma sua eventual ajuda desacreditou os argumentos gregos. A ajuda Russa - embora até agora não contrariada - não é verosímil, tendo em conta as suas próprias e imensas dificuldades financeiras atuais (eles próprios têm apenas os chineses como credores e numa base negocial perdedora). Esta madrugada o Acordo de Cessar-fogo em Minsk entre a Ucrânia, a Rússia, a Alemanha e a França só foi possível pela debilidade posicional da própria Rússia.
Volto um pouco atrás para concluir que se a Grécia tivesse o FMI como único credor - para desgraça grega, digo eu - já estariam na bancarrota e fora do Euro, com todas as consequências daí decorrentes. Acresce, para aumentar ainda mais a dimensão dos seus problemas e fragilizar a sua posição à mesa das negociações, o fato de não terem aproveitado o tempo recente de aperto conjuntural e social para fazer as necessárias reformas de que o país tanto precisa!
Atendendo às posições das peças do xadrez e sua importância relativa, parece-me que o resultado final das negociações serão claramente a favor da posição da 'Troika'. Arranjarão um texto final que agrade a 'gregos e a troianos', - também para não fechar as possibilidades da governação do Syriza (eleitos democraticamente, lembra-se) - mas os credores querem receber o seu dinheiro e disso não abdicam.
Portugal acompanha atentamente todos os detalhes do processo pois tem todo o interesse no modo como o concluirão para dele tirar a melhor parte.
('Portugal está na posição mais cínica: ao lado da Alemanha desejando que a Grécia vença' – PSG, Expresso)
Seria surpreendido com um desfecho em que a Grécia aparecesse ganhadora neste tabuleiro de jogo internacional!
Há uma bissectriz que une os casos citados: a força e exigência dos credores, que não perdoam e querem o seu dinheiro de volta.
Tenho acompanhado com muito interesse a situação grega - até pela proximidade exemplar com Portugal - e estou deveras curioso com o desfecho das negociações em curso entre UE/BCE/FMI e o Syriza de Alexis Tsipras.
Sabemos que nos empréstimos solicitados por alguns 'Piigs', estão envolvidas três Entidades (UE/BCE/FMI) e o diálogo com esse tridente pode suavizar a solução final a favor das pretensões gregas. Mas, acredito que a margem de manobra grega no momento atual seja curta, muito curta para não dizer inexistente.
O desmentido do governo Chinês sobre uma sua eventual ajuda desacreditou os argumentos gregos. A ajuda Russa - embora até agora não contrariada - não é verosímil, tendo em conta as suas próprias e imensas dificuldades financeiras atuais (eles próprios têm apenas os chineses como credores e numa base negocial perdedora). Esta madrugada o Acordo de Cessar-fogo em Minsk entre a Ucrânia, a Rússia, a Alemanha e a França só foi possível pela debilidade posicional da própria Rússia.
Volto um pouco atrás para concluir que se a Grécia tivesse o FMI como único credor - para desgraça grega, digo eu - já estariam na bancarrota e fora do Euro, com todas as consequências daí decorrentes. Acresce, para aumentar ainda mais a dimensão dos seus problemas e fragilizar a sua posição à mesa das negociações, o fato de não terem aproveitado o tempo recente de aperto conjuntural e social para fazer as necessárias reformas de que o país tanto precisa!
Atendendo às posições das peças do xadrez e sua importância relativa, parece-me que o resultado final das negociações serão claramente a favor da posição da 'Troika'. Arranjarão um texto final que agrade a 'gregos e a troianos', - também para não fechar as possibilidades da governação do Syriza (eleitos democraticamente, lembra-se) - mas os credores querem receber o seu dinheiro e disso não abdicam.
Portugal acompanha atentamente todos os detalhes do processo pois tem todo o interesse no modo como o concluirão para dele tirar a melhor parte.
('Portugal está na posição mais cínica: ao lado da Alemanha desejando que a Grécia vença' – PSG, Expresso)
Seria surpreendido com um desfecho em que a Grécia aparecesse ganhadora neste tabuleiro de jogo internacional!
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