segunda-feira, 12 de novembro de 2012

1Q84, from Haruki Marukami, Livro 3º

- Fim da trilogia 1Q84 -
Estamos perante um escritor de uma enorme e invulgar envergadura intelectual.
Não era em vão que este ano era apontado como o mais sério candidato ao Nobel.
Possui um tal conhecimento do seu país, do mundo, do ser humano, da vida, que se permite ficcioná-los ou surrealizá-los.
Opinar sobre ele é um exercício de alto risco e obriga a pôr de lado alguns pruridos. ‘Scope’, é necessário algum scope para o abordar.
Lê-lo é uma oportunidade estimulante, um passatempo envolvente e gratificante.
Caminhar com ele ao longo da história ficcionada é percorrer agradáveis caminhos desconhecidos.
Como quem caminha numa autoestrada e tem necessidade de fazer incursões laterais para reabastecimento, assim se movimenta HM para enriquecer mais e mais a história com episódios complementares. Sai muitas vezes (e ainda bem) da dita autoestrada principal para percorrer outras vias, enriquecendo assim e muito o núcleo da história. Só que por vezes demora a regressar ao eixo principal perdendo-se em pormenores dispensáveis. “Vou ali e já volto”, mas demora-se …
Sublinho o bom uso das originais, imaginativas todavia apropriadas imagens de estilo que tão bem rendilham a ideia central.
Contrariamente ao que em geral se observa na maioria dos escritores que aceleram a ação à mediada que se aproximam do final, HM não tem essa preocupação e até surpreende exatamente por ser diferente. Desacelera mesmo à medida que se aproxima do final. O interessante para ele parece não ser o fim mas o meio até lá chegar. Chegar à lua não é importante, importante é o todo trabalho que há para lá chegar.

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