… excerto do livro ‘Rio das Flores’, de Miguel Sousa Tavares, sobre a guerra civil espanhola, 1936/1939:
“Mas o preço cobrado por Estaline à República Espanhola foi ainda mais alto. A pretexto de que os nacionalistas poderiam tomar Madrid em qualquer momento, logo em Setembro, ainda os nacionalistas não estavam à vista de Madrid, Alexander Orlov (aliás, Nikolsky), o chefe do NKVD enviado por Moscovo, convenceu o ministro das Finanças, Negrín, e o primeiro-ministro, Largo Caballero, a enviarem a reserva de ouro do Estado espanhol (a quarta maior do mundo) para um “local seguro”. Esse local, que estes três homens sabiam onde ficava… era Moscovo. Aí chegado, após uma audaciosa operação montada por Orlov, os “camaradas” soviéticos fizeram logo saber qual o preço a pagar: dos 800.000 dólares que, a preços de 1936, valiam os lingotes de ouro, 80.000 eram logo debitados pelo transporte para Moscovo, 70.000 pela embalagem e armazenamento, e 170.000 ao ano pela sua guarda nos cofres do Kremlin. O restante era abatido ao preço da “ajuda” enviada. Contas feitas, depois de se ter despojado da maior riqueza do país e sua grande fonte de financiamento para o esforço de guerra, a República espanhola via-se, ao fim de dois anos, já na situação de devedora à URSS de milhões de dólares.”
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