domingo, 28 de abril de 2019

Alentejo, Reserva de:

     
    Alentejo,

    Reserva
… de tranquilidade
… de paz
… de coisas feitas
… de luminosidade intensa
… de cores garridas
… da abóbada azul onde finda o universo
… de calmos fins de tarde com por de sol luxuriantes
… do colorido atrevido das suas flores
… de sombras desejadas
… de planícies suaves e longínquas
… de pequenas aldeias a marcar horizontes
… de pitorescas chaminés para aconchegar suas gentes nos invernos rigorosos
… de cidades brancas plantadas em encostas solarengas
… de muralhas fortificadas sinalizando épocas
… das charcas-oásis mata-sede da criação
… dos animais domésticos guiados pelo fiel-amigo e tele-chamados pelo assobio
… da raposa pilha-galinhas
… do coelho bravo para manjar dos deuses
… do bravo e nervoso javali iguaria das mesas
… do veado paralisado pela aproximação estranho-ruidosa dos veículos
… do ensopado de borrego
… dos coentros cheirosos e gostosos na sopa de cação
… da conversa sem rumo e sem jeito
… do cafezinho longo
… da sombra fresca do sobreiro, tempero das planícies
… do mosquito zombeteiro que se diverte com a mão-leque do incauto
… da bicharada miúda que se afasta para o forasteiro passar
… dos sobreiros alinhados a enfeitar as estradas



 

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Páscoa 2019: à cata de amêndoas pelo exuberante Planalto Transmontano

 
Páscoa 2019
À cata de amêndoas pelo exuberante Planalto Transmontano.
… e das famosas alheiras, as próprias.
… e da mais que famosa Posta.
… e dos Pauliteiros, os próprios também.
… e do “comboio vai, vai subir a serra”, (Rui Mascarenhas).
… e das escarpas intocadas e silenciosas do Douro.
… e da esquiva Águia Real no seu habitat alcantilado.
… e do Grifo planador que tudo observa com seu olhar penetrante.
… e do recôndito ecossistema onde a natureza se resguarda e renova.
… e, já do lado de lá, do Tratado de Zamora, onde Portugal começou a caminhar sozinho.
… e da religiosidade secular e genuína de um povo.
… e de Catedrais e igrejas imponentes que tempos áureos erigiram.
by Miguel Torga
"O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta." 
Xana / Nuno
Devolvo em fotos pedaços de locais tão vossos e que vos roubei (fiquei com duplicados, claro).
Foi ótima a vossa companhia, curtinha sim, mas muito agradável.