À semelhança de Che, ingenuamente acreditando que o mundo
do século XXI era o mesmo em reajustamento acelerado do do final da II guerra,
de foices e picaretas, sem couraças e poucas tropas, de peito totalmente
desprotegido, avançaram para uma guerrilha insensata que tinha tudo para acabar
mal.
Veremos melhor como tudo se realinhará lá mais para
diante mas, para já, foi humilhante.
Começar uma luta desta envergadura sem saber jogar o
xadrez da política internacional e, principalmente, sem ter na mão peças
importantes do jogo - no mínimo um cavalo capaz de surpreender o adversário com
a sua jogada cruzada - é de um aventureirismo inqualificável e um suicídio de
lesa pátria que sacrificará durante muitos anos gerações e gerações de gregos
que um dia neles acreditou.
Mas nem tudo estará perdido: a reciclagem política e
social está a decorrer.
O passado recente de turbulência deixou no terreno
sementes novas capazes de germinar lá mais para diante.
Admito que Alexis Tsipras sobreviva e que futuros votos o
reconduzam por mais algum tempo.
A sua postura combativa granjeou-lhe ainda
mais adeptos, agora também fora do Syrisa, e sente-se seguro para continuar na
liderança do país.
Afinal o pragmatismo (e a falta de opções viáveis),
acabou por impor-se.
O desperdício de tempo e de dinheiro foram enormes mas
Tsipras terá ganho força de liderança que, se aproveitada, pode contribuir para
atenuar as perdas.
Afinal a Grécia que desde há muito tinha problemas para a
obtenção de maiorias genuínas, pode desta maneira consegui-las e recuperar
estabilidade mais duradoira.
Lá chegados e já com a população ciente da grossura das
paredes onde lhes foram traçados os trilhos apertados do seu futuro coletivo,
induzirá neles a paz social (amarga), que facilitará e muito a tarefa do
governo, mesmo com Tsipras.
Principalmente com Tsipras.
Principalmente com Tsipras.
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