Em tempos escrevi um apontamento sobre Passos Coelho onde
enfatizava a contradição entre o que prometia fazer, em campanha eleitoral ou
mesmo antes, caso viesse a ser eleito e os atos governativos que vinha a levar
ou levou à prática já como Primeiro-Ministro.
O texto mantém-se atual e o meu ponto aqui é outro: como
a sociedade vai esquecendo a promessa mentirosa e volta a dar-lhe crédito politico!
- neste momento com shairs a par do PS! - animando a coligação PSD/CDS para uma
vitória eleitoral e, até, sonhando com uma 'maioria inequívoca'!?
Alguém que domine o tema, ao nível da ciência ou
sociologia política o explicará melhor, se souber.
Atrevo-me a entrar na área com curtos raciocínios.
Comecemos pelos fatores externos.
Portugal, com o mesmo problema da Grécia, seguiu
atentamente o 'drama grego' dos últimos meses e tirou ou terá tirado? - o
futuro o esclarecerá -, ilações adaptadas ao nosso caso.
As reviravoltas francesas protagonizadas pelo seu
presidente, Hollande, não estão esquecidas e lembro-as aqui com o mesmo, senão
maior, peso exemplar.
Com estas 'ajudas' o eleitor português terá concluído que
aventuras sem rede, não.
E como o PS ziguezagueou no tema, começou a reciclar e a
dar guarida à ideia da continuidade.
A esponja sobre 'o mentiroso' começou a funcionar.
Antes de continuar ainda direi que o caso grego, com o
Syrisa ao Comando, levou a tensão política e possibilidades de alternativas (in)
viáveis a níveis há muitos anos não experimentados, que acabou por abafar para
os próximos tempos aventuras similares ou próximas.
Até aqui prestou um mau serviço às esquerdas europeias,
castrando o sonho político de muita gente.
Continuando...
Fatores internos.
Em vésperas de eleições a tropa pesada partidária da coligação,
toda a sua infantaria e artilharia, bem posicionada em todas as frentes, está a
avançar no terreno bem conduzida e afinada pelos chefes e como marionetas
formigueiras levam a mensagem certa ao eleitor confuso.
De tanto o bombardear, paulatina e metodicamente mas no tempo adequado, o eleitor acaba por ir sucumbindo ao canto da sereia e, já de cérebro lavado, começa a acolher, de novo, o mentiroso.
De tanto o bombardear, paulatina e metodicamente mas no tempo adequado, o eleitor acaba por ir sucumbindo ao canto da sereia e, já de cérebro lavado, começa a acolher, de novo, o mentiroso.
A caminho do fim de Agosto, a sete semanas das eleições,
é, a meu ver, o retrato previsível de outubro: continua Pedro PC que estás
perdoado.
A mentira, se revestida de promessas coloridas e bem usada, pode ser uma boa arma para chegar ao poder e lá continuar.
A mentira, se revestida de promessas coloridas e bem usada, pode ser uma boa arma para chegar ao poder e lá continuar.