Estamos em presença de mais um livro de JRS, dos mais fáceis de ler que lhe conheço, na linha, aliás, da maioria dos seus livros. Escrita e ação expostas de forma corrida, escorreita e amigável. Não exige do leitor qualquer esforço mental para acompanhar a história, história que não é mais do que uma pseudo-biografia de Calouste Gulbenkian. Admito que o enredo que a suporta possa ter um pano de fundo verdadeiro, porém ficcionado e romanceado. De toda a maneira, trata-se de uma leitura agradável, um passatempo leve, pouco exigente, como referi.
Enquanto JRS mantiver este tipo de abordagens ligeiras nas suas histórias, não será nunca um candidato ao Nobel; longe disso. Também não é caso para dizer que seja um escritor ‘menor’; isso não. Sabemos que está traduzido e é lido em muitas geografias mas tenho para mim que o é devido a esta ‘simplicidade’ com que escreve e, principalmente, por o fazer servindo-se de temas que são do conhecimento de grandes públicos. Ao fazê-lo e de forma acessível, capta evidentemente muitos leitores.
Incorpora nas narrativas bastantes saberes que são do conhecimento geral, o que acaba por ser interessante e até importante; contextualizados, relembram aos leitores como funcionam as coisas por detrás do palco.
Não obstante tratar-se de uma ficção (não investiguei até que ponto são verdadeiros os factos alegados), destaco as formas ‘ilícitas’ - mas pelo vistos ‘normais’ - como enriqueceram algumas personagens desta história, refira-se, à custa do erário público dos diferentes estados. Destaco ainda a corrupção usada para o atingiram: subornos ministeriais ao mais alto nível.
Conclusão: hoje como ontem o sistema mantém-se.
(não resisti a um smile quando o ‘magnata’ vendedor de submarinos historiava o seu sucesso vangloriando-se das suas vendas de, um primeiro - velho e avariado -, à Grécia, de, dois segundos, ao Império Otomano e de, meia dúzia, aos Czares russos. E babando de orgulho terminava: ‘com as minhas comissões, fiquei rico, muito rico’)