terça-feira, 31 de dezembro de 2019
terça-feira, 5 de novembro de 2019
Israel e Jordânia, com a PLV
12/10/2019 a 21/10/2019 |
Se há povo com um longínquo e denso rasto histórico, uma trajetória de vida fascinante, existência complexa - umas vezes dramática outras mortal -, sempre escorraçado, sempre em sobressalto porém sobrevivo, é este: o judeu.
A via sacra do seu viver - de tão intemporal, global, próxima e palpável - sobrevoa por cima do tempo e das sociedades como a cauda de um cometa em movimento imparável à volta da terra a libertar fragmentos noticiosos com alertas da sua presença.
Refletir sobre ele, o que foi e o que é, exige muita informação e prudência na escolha do ângulo a abordar, na certeza de que há vários: controversos, polémicos, antagónicos e raramente convergentes ou concordantes..
Os escritos, o cinema, a filmologia produzidos sobre o seu passado são vastos e basta ter a antena certa sempre ligada para acompanhar sem esforço os seus dias de hoje em que as notícias são, quase, diárias.
Na ponta mais distante do fio do seu intrincado novelo está o desentendimento religioso entre judaísmo e islamismo e que remonta aos tempos pré-bíblicos; está bem documentado em todo o lado, internet também. O que de importante há a reter é que esse desalinho foi e é levado a sério, aos extremos por ambos as partes, até hoje. Do lado judeu, porque são poucos, porque têm de contar essencialmente consigo mesmo, tais circunstâncias têm despertado nele um instinto apurado de sobrevivência, a que junta uma vontade indómita - e bélica - para o domínio dos reveses em que se coloca ou é colocado.
‘Fulano é um judeu’, dichote de rua que pretende expressar o ‘vale tudo, até vender a própria mãe’ para fazer dinheiro, muito dinheiro, dinheiro que querem aforrar sofregamente para influenciar poderes, virar o jogo global a seu favor, protegerem-se e poderem assegurar a Terra Prometida, o seu lar natal. São, inclusive, contra o pagamento de impostos nos países de acolhimento pois não querem desperdiçar também esse quinhão para aumentar o bolo.
Os escritos, o cinema, a filmologia produzidos sobre o seu passado são vastos e basta ter a antena certa sempre ligada para acompanhar sem esforço os seus dias de hoje em que as notícias são, quase, diárias.
Na ponta mais distante do fio do seu intrincado novelo está o desentendimento religioso entre judaísmo e islamismo e que remonta aos tempos pré-bíblicos; está bem documentado em todo o lado, internet também. O que de importante há a reter é que esse desalinho foi e é levado a sério, aos extremos por ambos as partes, até hoje. Do lado judeu, porque são poucos, porque têm de contar essencialmente consigo mesmo, tais circunstâncias têm despertado nele um instinto apurado de sobrevivência, a que junta uma vontade indómita - e bélica - para o domínio dos reveses em que se coloca ou é colocado.
‘Fulano é um judeu’, dichote de rua que pretende expressar o ‘vale tudo, até vender a própria mãe’ para fazer dinheiro, muito dinheiro, dinheiro que querem aforrar sofregamente para influenciar poderes, virar o jogo global a seu favor, protegerem-se e poderem assegurar a Terra Prometida, o seu lar natal. São, inclusive, contra o pagamento de impostos nos países de acolhimento pois não querem desperdiçar também esse quinhão para aumentar o bolo.
Esta máxima ‘get money quickly’ e esta postura levou-os à agiotagem e ao subsequente isolamento. E essas opções foram-lhes fatais. Sempre.
Mais recentemente, Hitler usou este argumentário para os perseguir e exterminar e para promover a agenda da segunda guerra mundial; segundo esta sua retórica, o dinheiro judeu estava a dominar a Alemanha: havia que eliminá-los rápida e definitivamente.
Mais recentemente, Hitler usou este argumentário para os perseguir e exterminar e para promover a agenda da segunda guerra mundial; segundo esta sua retórica, o dinheiro judeu estava a dominar a Alemanha: havia que eliminá-los rápida e definitivamente.
O Holocausto (6.000.000 de judeus mortos) não é um capítulo à parte do seu infortúnio mas um tempo mortalmente marcante para eles e para nós; fez deles mártires nas consciências do mundo e a esses mortos devemos alguma evolução na importância que, a partir daí, atribuímos à vida.
Portugal não é exceção: também os expulsou no tempo da inquisição (séc. 15° e 16°) e matou (4.000 em 1506 no que ficou conhecido pela Matança da Páscoa. Pequeno memorial à Praça da Figueira/Largo São Domingos, junto ao Convento com mesmo nome, que observei recentemente).
Nota_01
Nota_01
A pedido dos próprios - com o beneplácito nacional e aquiescência internacional -, está atualmente em curso entre nós a identificação dos descendentes dos sefarditas (judeus que habitavam então - sec. 15º e 16º - na península ibérica), visando a atribuição da nacionalidade portuguesa a 30.000.
Muito do que se passou naquela área, naquela grande área - antiga Babilónia - chegou-nos por imposição do aparecimento do fenómeno social ‘JNRJ’ (Jesus Nazareno Rei dos Judeus), e que interessou aos escribas de todos os tempos.
Ver essa terra mítica, esse povo que a história elegeu, esses locais místicos onde se conservam as evidências dos fundamentos do cristianismo, será com certeza impressionável e olhado pelo retrovisor milenar. Interessante será também observar a reação dos crentes ao contacto com as origens da sua fé. Igualmente interessante será observar - nos não crentes ou de outras crenças - as interrogações que o peso do conhecimento destes lugares lhes desperta.
Muito do que se passou naquela área, naquela grande área - antiga Babilónia - chegou-nos por imposição do aparecimento do fenómeno social ‘JNRJ’ (Jesus Nazareno Rei dos Judeus), e que interessou aos escribas de todos os tempos.
Ver essa terra mítica, esse povo que a história elegeu, esses locais místicos onde se conservam as evidências dos fundamentos do cristianismo, será com certeza impressionável e olhado pelo retrovisor milenar. Interessante será também observar a reação dos crentes ao contacto com as origens da sua fé. Igualmente interessante será observar - nos não crentes ou de outras crenças - as interrogações que o peso do conhecimento destes lugares lhes desperta.
Anima-me, vivamente, também, tentar descodificar as expressões que saírem dos rostos desta gente que ao longo da história antiga e moderna incendiou ódios e paixões.
Nota_02
Nota_02
Não porque não mereça destaque, pelo contrário, merece e muito também mas não abordarei agora a questão da Palestina (como faz muito mundo ao postergá-la para o fim da lista das suas atenções).
O que destaco de sua história:
O que destaco de sua história:
Povo multi-milenar (séc XIII a.C ou mais, diz-se) com uma invulgar e fortíssima identidade cultural e de grupo mas que nunca teve ou lhe foi sonegado um chão próprio onde pudesse exercer o coletivo.
No século IV a.C, Nabucodonosor, rei da grande, dominadora, farta e invejável Babilónia invade o pequeno Israel e leva os judeus como escravos assim se mantendo por 400 anos. Mais tarde foram atirados para a fornalha ardente, diz a história.
[Em ‘Nabuco’ - O Coro dos Escravos Hebreus, libreto de 1842 - Verdi relembra e eterniza essa sua época de escravatura de forma comovente mas magistral]
Descrentes na generosidade social para uma solução territorial de acolhimento e cansados da errância a que se sentiam condenados, esperavam o surgimento de um rei poderoso que pelas armas lhes conquistasse o direito a um canto na terra.
No século IV a.C, Nabucodonosor, rei da grande, dominadora, farta e invejável Babilónia invade o pequeno Israel e leva os judeus como escravos assim se mantendo por 400 anos. Mais tarde foram atirados para a fornalha ardente, diz a história.
[Em ‘Nabuco’ - O Coro dos Escravos Hebreus, libreto de 1842 - Verdi relembra e eterniza essa sua época de escravatura de forma comovente mas magistral]
Descrentes na generosidade social para uma solução territorial de acolhimento e cansados da errância a que se sentiam condenados, esperavam o surgimento de um rei poderoso que pelas armas lhes conquistasse o direito a um canto na terra.
O tão desejado Messias apareceu no formato de Cristo: desarmado, i.e., não seria com Ele que obteriam o pedaço de chão. Em resultado, não O reconheceram e continuaram à espera de um resgatador (Como os portugueses esperaram no nevoeiro do tempo o seu D Sebastião, ‘O Desejado’).
A diáspora judaica começara.
A diáspora judaica começara.
O judaísmo, vertido em cartilha, transformado em religião e filosofia de vida, alicerçou os princípios em que comunitariamente se revêem.
Nota_03
Nota_03
É consensual admitir-se que, atualmente, uma percentagem significativa de judeus, nomeadamente as novas gerações e emigrantes, optem por princípios menos ortodoxos. Contudo, conferem reconhecimento e mérito aos antigos: “sem eles não existiríamos”, rematam.
Deixo o lado bíblico, mais distante e romantizado para trás, e dou um salto na história.
Os vencedores da primeira guerra, Inglaterra concretamente, através do MNE chefiado por Lord Balfour e os judeus ricos, na divisão dos despojos, atribuíram-lhe este pedaço de terra, a Prometida, onde já viviam os Palestinianos. Aí começaram a erguer o seu Lar, a sua nação; o lugar, de resto, das suas origens ancestrais: Canaã.
Deixo o lado bíblico, mais distante e romantizado para trás, e dou um salto na história.
Os vencedores da primeira guerra, Inglaterra concretamente, através do MNE chefiado por Lord Balfour e os judeus ricos, na divisão dos despojos, atribuíram-lhe este pedaço de terra, a Prometida, onde já viviam os Palestinianos. Aí começaram a erguer o seu Lar, a sua nação; o lugar, de resto, das suas origens ancestrais: Canaã.
Os seguidores do sionismo (retorno a Israel) aderiram e os outros continuaram, agora menos errantes, dispersos pelo mundo, em especial nos EUA: 5.700.000.
[Israel 6 533 842 . Estados Unidos 5 765 019 . França 490 000 . Canadá 374 000 . Reino Unido 295 000 . Rússia 221 000 . Argentina 184 000 . Alemanha 150 000 . Brasil 125 000 . Austrália 104 000 . Ucrânia 79 000 . Chile 75 000 . África do Sul 71 500 . Hungria 49 000 . México 39 600 . Bélgica 30 500 . Países Baixos 30 000 . Itália 28 400 . Bielorrússia 27 000 . Etiópia 26 196 . Suécia 20 000 . Suíça 18 000 . Uruguai 17 900 . Turquia 17 700 . Espanha 12 000 . Irã 10 700 . Letónia 10 000 . Áustria 9 000 . Azerbaijão 6 800 . Dinamarca 6 400]
No final da segunda guerra declaram a sua independência (1948) neste território com pouco mais de 20.000 Km2 (nosso Alentejo: 32.000 km2).
… e os problemas recomeçaram com todos os vizinhos árabes unidos contra eles.
[Israel 6 533 842 . Estados Unidos 5 765 019 . França 490 000 . Canadá 374 000 . Reino Unido 295 000 . Rússia 221 000 . Argentina 184 000 . Alemanha 150 000 . Brasil 125 000 . Austrália 104 000 . Ucrânia 79 000 . Chile 75 000 . África do Sul 71 500 . Hungria 49 000 . México 39 600 . Bélgica 30 500 . Países Baixos 30 000 . Itália 28 400 . Bielorrússia 27 000 . Etiópia 26 196 . Suécia 20 000 . Suíça 18 000 . Uruguai 17 900 . Turquia 17 700 . Espanha 12 000 . Irã 10 700 . Letónia 10 000 . Áustria 9 000 . Azerbaijão 6 800 . Dinamarca 6 400]
No final da segunda guerra declaram a sua independência (1948) neste território com pouco mais de 20.000 Km2 (nosso Alentejo: 32.000 km2).
… e os problemas recomeçaram com todos os vizinhos árabes unidos contra eles.
Juntos, num sentimento básico de sobrevivência - “Israel não se pode dar ao luxo de perder uma guerra senão desaparecerá do mapa do mundo” -, armaram-se até aos dentes com o que de mais moderno e letal a indústria que alimenta as guerras dispõe - nuclear incluído - com a ajuda da França, Alemanha e principalmente dos EUA.
[Capacidade militar em 2015: Entre 200/400 ogivas nucleares; Aviões F15 e F16 e mísseis Jericó de longo alcance, 10.000 kms, para as transportar; Mísseis de cruzeiro popeye turbo e muitos outros; Submarinos Dolphins alemães; 14 Baterias anti-míssil (americanas); Esquadra (americana) no mediterrâneo; 300.000 militares efectivos, masculinos / femininos e rapidamente mobilizáveis +2.000.000; Hierarquias militares selecionadas por aptidão e não por academismo(como era o caso português no tempo colonial)]
Em 1967, antecipando-se a uma frente de ataque para o seu extermínio, concertado entre o Egipto, Síria, Jordânia e Iraque, tiraram dos paióis todo o seu arsenal bélico e, em seis dias, surpreenderam o mundo ao derrotarem esta enorme quadri-aliança de exércitos numerosos e poderosos mas comparativamente ineficazes.
O mundo em geral e o árabe em particular ficou informado e avisado do eram capazes e dos amigos que os escudavam. Em resultado, de há cinquenta anos para cá, salvo algumas escaramuças ou intifadas, a tensão entre eles não diminuiu, mas confrontos bélicos sérios têm sido contidos pelo consabido equilíbrio de forças entre as partes.
[Capacidade militar em 2015: Entre 200/400 ogivas nucleares; Aviões F15 e F16 e mísseis Jericó de longo alcance, 10.000 kms, para as transportar; Mísseis de cruzeiro popeye turbo e muitos outros; Submarinos Dolphins alemães; 14 Baterias anti-míssil (americanas); Esquadra (americana) no mediterrâneo; 300.000 militares efectivos, masculinos / femininos e rapidamente mobilizáveis +2.000.000; Hierarquias militares selecionadas por aptidão e não por academismo(como era o caso português no tempo colonial)]
Em 1967, antecipando-se a uma frente de ataque para o seu extermínio, concertado entre o Egipto, Síria, Jordânia e Iraque, tiraram dos paióis todo o seu arsenal bélico e, em seis dias, surpreenderam o mundo ao derrotarem esta enorme quadri-aliança de exércitos numerosos e poderosos mas comparativamente ineficazes.
O mundo em geral e o árabe em particular ficou informado e avisado do eram capazes e dos amigos que os escudavam. Em resultado, de há cinquenta anos para cá, salvo algumas escaramuças ou intifadas, a tensão entre eles não diminuiu, mas confrontos bélicos sérios têm sido contidos pelo consabido equilíbrio de forças entre as partes.
Até quando?
Até que um deles identifique fragilidades na contraparte ou até que os seus interesses vitais sejam ameaçados.
Creio que os israelitas serão sempre reativos mas retaliarão por antecipação.
Nota_04
Nota_04
Maio/2017 - Donald Trump assina em Riade um acordo de 110 mil milhões de dólares para a venda de armas à Arábia Saudita (aviões, navios e mísseis) - que pode chegar a 380 mil milhões nos próximos dez anos -, ficando a Arábia Saudita com o segundo exército mais bem equipado do Médio Oriente logo a seguir a Israel.
Até então a Arábia Saudita, por não ter armamento nuclear, protegia-se com o instalado no Paquistão sunita cujos mísseis têm um grande raio de ação, alcançando não só toda a Índia vizinha mas também e principalmente o Irão xiita e Israel.
Nota_05
Nota_05
O cinema americano dos anos 50/60 encheu os ecrãs do mundo com grandes produções de caráter bíblico, promovendo assim a ideia judaico-cristã e a reabilitação mundial dos judeus depois do negro período do holocausto da II guerra, através, nomeadamente, da conhecida Metro-Goldwyn-Mayer.
“Os vencedores escrevem livros de história; os vencidos romances” / Jaime Gama.
II) Depois da viagem
Observações gerais
i) Condensar, triar e ordenar tanta informação, muitas vezes perceção que, apesar do ritmo acelerado, consegui absorver, é empreendimento exigente e seguramente com falhas. Mas prefiro um registo lacunoso, tosco, atabalhoado e até adúltero, a deixá-las à solta, sem ponta por onde se lhe pegue. Estou certo que amanhã contentar-me-ei por tê-lo feito a quente, i.e., ainda no rescaldo da sua captura: será mais vivo e autêntico. Levará algum tempo a coser tudo e utilizarei alinhavos tantos quantos os necessários.
ii) A carga pesada expressa acima, ‘Antes da Viagem’, transportada ainda no avião que lá me levou, foi-se eterilizando aos poucos, não se tendo contudo evaporado inteiramente. E ainda bem pois essas emoções prévias são a cola que tudo une: o virtual e o real. Utilizei vários tipos de cola, raramente a mais forte, conforme o caso.
Primeiras impressões
Não traduzindo estes pequenos países uma visão inteira do oriente médio, são, ainda assim, uma pequena mostra das grandes questões que pulverizam a área e incentivam ao conhecimento de outros sobretudo do Irão, Arábia Saudita e Egipto, sem menosprezo pelos demais, obviamente, com os quais a zona e o mundo conflita.
“Os vencedores escrevem livros de história; os vencidos romances” / Jaime Gama.
II) Depois da viagem
Observações gerais
i) Condensar, triar e ordenar tanta informação, muitas vezes perceção que, apesar do ritmo acelerado, consegui absorver, é empreendimento exigente e seguramente com falhas. Mas prefiro um registo lacunoso, tosco, atabalhoado e até adúltero, a deixá-las à solta, sem ponta por onde se lhe pegue. Estou certo que amanhã contentar-me-ei por tê-lo feito a quente, i.e., ainda no rescaldo da sua captura: será mais vivo e autêntico. Levará algum tempo a coser tudo e utilizarei alinhavos tantos quantos os necessários.
ii) A carga pesada expressa acima, ‘Antes da Viagem’, transportada ainda no avião que lá me levou, foi-se eterilizando aos poucos, não se tendo contudo evaporado inteiramente. E ainda bem pois essas emoções prévias são a cola que tudo une: o virtual e o real. Utilizei vários tipos de cola, raramente a mais forte, conforme o caso.
Primeiras impressões
Não traduzindo estes pequenos países uma visão inteira do oriente médio, são, ainda assim, uma pequena mostra das grandes questões que pulverizam a área e incentivam ao conhecimento de outros sobretudo do Irão, Arábia Saudita e Egipto, sem menosprezo pelos demais, obviamente, com os quais a zona e o mundo conflita.
Israel é uma peça especialmente importante e única daquele grande xadrez geopolítico, social e religioso. O Joker, apetece dizer.
A informação que detinha da Jordânia, antiga e contemporânea, comparável a Portugal nas vertentes territorial e populacional mas com rendimentos per capita inferiores, 11.000/29.000 usd, não me motivou o bastante para a pré-conhecer.
A informação que detinha da Jordânia, antiga e contemporânea, comparável a Portugal nas vertentes territorial e populacional mas com rendimentos per capita inferiores, 11.000/29.000 usd, não me motivou o bastante para a pré-conhecer.
Para além do seu ícone maior - Petra - estava disponível para as novidades que confirmadamente há. Uma surpresa que mais à frente realçarei.
Israel e Jordânia
Estes países têm uma parte em comum, refiro-me aos aspetos bíblicos, pelo que se justifica tratá-los neste ponto em conjunto. Nem até hoje, apesar das escaramuças entre eles, alguém a conseguiu separar. Mais, o mundo cristão, e laico também, não o deseja. Há nessa zona um património que interessa à explicação da humanidade e esta obriga-os a tolerarem-se e a manter estes pontos intactos.
No rio Jordão, no Mar Morto e no deserto, estão as fronteiras físicas que lhes define os recortes e contiguidade. Ou seja estas questões: água doce, água rica em sais e deserto, são biunívocas e a sabedoria aconselha tratamentos partilhados num clima de boa vizinhança. Devia ser, mas sabemos que assim não é. As águas do rio Jordão, por exemplo, estão a ser desviadas unilateralmente por Israel, para Israel. O Mar Morto definha também em razão da perda das águas do seu único afluente, o Jordão. Este Mar, um património de todos nós, está praticamente abandonado à sua sorte. Este enorme depósito, tão rico em sal e outros sais diminui a um ritmo aflitivo. Dramático para o ecossistema local, regional e global.
Voltando à componente bíblica.
Indistintamente, Israel, Jordânia e Palestina, tratam e mantêm com igual cuidado todos os locais bíblicos. Passamos, creio, por todos ou por quase todos e a manutenção é boa, tendo em conta os dois mil anos da sua existência e o esforço financeiro necessário. Obviamente, sabemos, ambos faturam muito com esta afluência mundial massiva, mas sabemos também que é com o esse retorno económico que tudo se mantém. De alguma forma se pode dizer que é esta comunidade mundial visitante que a financia e, nesta linha de raciocínio, tem pois os seus direitos sobre esses locais. Na Jordânia é, inclusive, a atividade mais importante em percentagem do PiB. Creio que em Israel também.
Levava, como disse ‘Antes da Viagem’, uma curiosidade grande em tentar ler nos rituais, na postura e no fácies das pessoas que por lá circulam ou vivem, como exteriorizariam e posicionariam perante o toque físico com a sua religiosidade ou ausência dela. Queria tentar perceber como se expressam no nosso tempo, num tempo de um sentimento de paz generalizado.
Ao isolarmos para efeito a ‘Rota da Espiritualidade’ ou Bíblica e em especial a exteriorização das pessoas que a percorre, é arriscado mas possível criar alíneas:
Turismo fundamentalista
Israel e Jordânia
Estes países têm uma parte em comum, refiro-me aos aspetos bíblicos, pelo que se justifica tratá-los neste ponto em conjunto. Nem até hoje, apesar das escaramuças entre eles, alguém a conseguiu separar. Mais, o mundo cristão, e laico também, não o deseja. Há nessa zona um património que interessa à explicação da humanidade e esta obriga-os a tolerarem-se e a manter estes pontos intactos.
No rio Jordão, no Mar Morto e no deserto, estão as fronteiras físicas que lhes define os recortes e contiguidade. Ou seja estas questões: água doce, água rica em sais e deserto, são biunívocas e a sabedoria aconselha tratamentos partilhados num clima de boa vizinhança. Devia ser, mas sabemos que assim não é. As águas do rio Jordão, por exemplo, estão a ser desviadas unilateralmente por Israel, para Israel. O Mar Morto definha também em razão da perda das águas do seu único afluente, o Jordão. Este Mar, um património de todos nós, está praticamente abandonado à sua sorte. Este enorme depósito, tão rico em sal e outros sais diminui a um ritmo aflitivo. Dramático para o ecossistema local, regional e global.
Voltando à componente bíblica.
Indistintamente, Israel, Jordânia e Palestina, tratam e mantêm com igual cuidado todos os locais bíblicos. Passamos, creio, por todos ou por quase todos e a manutenção é boa, tendo em conta os dois mil anos da sua existência e o esforço financeiro necessário. Obviamente, sabemos, ambos faturam muito com esta afluência mundial massiva, mas sabemos também que é com o esse retorno económico que tudo se mantém. De alguma forma se pode dizer que é esta comunidade mundial visitante que a financia e, nesta linha de raciocínio, tem pois os seus direitos sobre esses locais. Na Jordânia é, inclusive, a atividade mais importante em percentagem do PiB. Creio que em Israel também.
Levava, como disse ‘Antes da Viagem’, uma curiosidade grande em tentar ler nos rituais, na postura e no fácies das pessoas que por lá circulam ou vivem, como exteriorizariam e posicionariam perante o toque físico com a sua religiosidade ou ausência dela. Queria tentar perceber como se expressam no nosso tempo, num tempo de um sentimento de paz generalizado.
Ao isolarmos para efeito a ‘Rota da Espiritualidade’ ou Bíblica e em especial a exteriorização das pessoas que a percorre, é arriscado mas possível criar alíneas:
Turismo fundamentalista
Turismo peregrino
Turismo religioso
Turismo curioso
Turismo laico
Turismo ateu
Turismo histórico
Turismo letrado
Os grupos dos peregrinos e dos fundamentalistas, em pequeno número, e um ou outro individual, sim, mantêm vivos os rituais tradicionais ou antigos. Peregrinando pelas ruelas ou prostrados perante seu Deus, rezam fervorosamente e expiam os males próprios e do mundo. Está-lhes estampado nos rostos e nos gestos, carregados de expressões pesadas e lágrimas de incontida alegria, a felicidade pela proximidade com as origens tangíveis da sua crença.
Turismo religioso
Turismo curioso
Turismo laico
Turismo ateu
Turismo histórico
Turismo letrado
Turismo simplesmente
...
Residentes
Judeus ortodoxosOs grupos dos peregrinos e dos fundamentalistas, em pequeno número, e um ou outro individual, sim, mantêm vivos os rituais tradicionais ou antigos. Peregrinando pelas ruelas ou prostrados perante seu Deus, rezam fervorosamente e expiam os males próprios e do mundo. Está-lhes estampado nos rostos e nos gestos, carregados de expressões pesadas e lágrimas de incontida alegria, a felicidade pela proximidade com as origens tangíveis da sua crença.
Quanto aos outros grupos e que serão a grande maioria, estão longe das manifestações dos idos anos 20/50 (pós guerras). O mundo e o pensar das sociedades e das pessoas em geral mudou muito nas últimas sete décadas. E continuará a evoluir. Há um bom sentimento instalado acerca da segurança e da continuidade da paz mundiais que vivemos. Esse conforto liberta as pessoas de medos e aflições, augura-lhes futuro e, consequentemente, alivia-as da necessidade da recorrência ao divino. Diz Bertrand Russell no seu 'Porque Não Sou Cristão': "as pessoas agarram-se à religião por medo" - (cito de cor). Karl Marx, por seu turno, dizia no seu 'O Capital' que "a religião é o ópio do povo".
Enfim, deixemos por agora os ‘gurus’ a degladiarem-se com a suas dialéticas sobre o assunto, na certeza que continuarão a agitar as dúvidas e a preconizar soluções.
Vale dizer que as normas sociais geradas nas religiões são um bom tempero e conduta orientada para todas as sociedades democraticamente estabilizadas.
De resto, o número de alíneas atrás escaladas fala por si, pelo que vou deter-me apenas nos ortodoxos.
Do pouco que observei deambulando no meio deles, são um mundo à parte. Têm e vivem o seu próprio mundo. Bastam-se. O link para outros mundos ou não existe ou se resume ao estritamente necessário. Cifram-se entre os 20/30% da comunidade judaica fechando-se entre si, nos seus usos e costumes. O diálogo com estranhos não flui: curto e com modulação de voz distanciadora. O Shabat é um tempo semanal para, segundo a sua bíblia, nada fazer; dedicado ao descanso e à família numerosa: 11/12 filhos é norma e norma é também serem os irmãos mais velhos a cuidar deles. Levam o Dia de Descanso a sério, aos extremos, digo eu. Um exemplo paradigmático: alguns elevadores dos hotéis onde também descansam e familiarizam têm gravado no tablier do hall ‘Shabat’ (mesmo em hebraico). Isto quer dizer que param automaticamente em todos os pisos evitando assim o gesto de carregar no botão!. Não há pão fresco nem para os turistas e, deduzo, que o país a meio-gás funcione com o trabalho dos outros 70%.
Enfim, deixemos por agora os ‘gurus’ a degladiarem-se com a suas dialéticas sobre o assunto, na certeza que continuarão a agitar as dúvidas e a preconizar soluções.
Vale dizer que as normas sociais geradas nas religiões são um bom tempero e conduta orientada para todas as sociedades democraticamente estabilizadas.
De resto, o número de alíneas atrás escaladas fala por si, pelo que vou deter-me apenas nos ortodoxos.
Do pouco que observei deambulando no meio deles, são um mundo à parte. Têm e vivem o seu próprio mundo. Bastam-se. O link para outros mundos ou não existe ou se resume ao estritamente necessário. Cifram-se entre os 20/30% da comunidade judaica fechando-se entre si, nos seus usos e costumes. O diálogo com estranhos não flui: curto e com modulação de voz distanciadora. O Shabat é um tempo semanal para, segundo a sua bíblia, nada fazer; dedicado ao descanso e à família numerosa: 11/12 filhos é norma e norma é também serem os irmãos mais velhos a cuidar deles. Levam o Dia de Descanso a sério, aos extremos, digo eu. Um exemplo paradigmático: alguns elevadores dos hotéis onde também descansam e familiarizam têm gravado no tablier do hall ‘Shabat’ (mesmo em hebraico). Isto quer dizer que param automaticamente em todos os pisos evitando assim o gesto de carregar no botão!. Não há pão fresco nem para os turistas e, deduzo, que o país a meio-gás funcione com o trabalho dos outros 70%.
O seu espírito grupal é notório. As suas roupas e chapéus uma farda. Seus penteados e barbas uma identificação.
Assistir às suas rezas é um exercício de estupefação que oscila entre a teatralidade e a respeitosa espiritualidade: de longe um teatro; de perto uma verdade religiosa extrema.
Circulei por entre centenas deles em dia de Shabat, de dia e de noite, mesmo na praça do muro das lamentações (antiga parede do palácio de Herodes, séc I a.C., construído sobre o Palácio de Salomão, séc X a.C.) e gruta adjacente. Impressionante. Uniformemente vestidos com a sua jaqueta preta, chapéus pretos de abas largas ou kipás multicolores, sentados uns, de pé outros e naquele movimento pendular muitos, em gestos de profundo alheamento mundano e isolamento com o seu deus, lêem as sagradas escrituras individual ou colectivamente por tempo indeterminado. Para não perturbar sua concentração, afastei-me para uma sombra da gruta e por lá estacionei uns minutos. Em frente, o grande muro fortemente iluminado lembrava um enorme painel ou placar onde todos os desejos vão parar. Parar ou esbarrar. Nas frinchas das suas velhas pedras, velhos e novos papelinhos amarrotados aguardam que se cumpram os desejos que contêm. Não deixei lá nenhum nem lamentei nada mas lembrei-me da minha família mais pequena, maior e ainda maior, dos amigos e da paz no mundo. Oxalá não amareleçam.
Sabe-se da importância dos ortodoxos para a causa judaica: eles são o cimento que une e fortalece o passado e o conjuga com o futuro. Sem eles a alma judia perder-se-ia e as novas gerações o futuro.
De países com tão pouco tempo de vida independente (70 anos), um percurso atribulado e bélico, desérticos e com um clima severo e de extremos (+45/-15º), não se pode esperar muito mais. Israel, democrático (40 partidos) e com ajudas externas de peso - incluindo a de judeus ricos e influentes -, caminha a boa velocidade. Jordânia, sob o poder único monárquico (o guia temia falar), segue mais lento.
Para quem os percorre pela primeira vez e a ritmo apressado, fica com look deles muito semelhante. E sabemos que não.
Israel
De países com tão pouco tempo de vida independente (70 anos), um percurso atribulado e bélico, desérticos e com um clima severo e de extremos (+45/-15º), não se pode esperar muito mais. Israel, democrático (40 partidos) e com ajudas externas de peso - incluindo a de judeus ricos e influentes -, caminha a boa velocidade. Jordânia, sob o poder único monárquico (o guia temia falar), segue mais lento.
Para quem os percorre pela primeira vez e a ritmo apressado, fica com look deles muito semelhante. E sabemos que não.
Israel
Esperava encontrar um Israel mais a ‘ferro e fogo’, pegando nesta velha expressão. A informação que circula é de tal maneira armada que gerou expectativa alinhada. E não, esse lado armado não só a nível individual mas também a nível de país não é visível. Obviamente que os grandes centros de defesa estarão invisíveis e inacessíveis ao comum cidadão, nacional ou estrangeiro. A desleixada visibilidade da pistola, tipo Walther (minha conhecida) ou Glock que logo no início o bagageiro exibia no coldre, foi excepção. Nos centros populosos, pequenos núcleos de militares bem armados e coletes à prova de bala, posicionavam-se estrategicamente. A exibição da segurança pública, ficou muito aquém do que pensava. Existirá mas disfarçada. Mas o país para poder esconder essa demonstração interna não a esconde e até a ostenta nas fronteiras. A começar logo aqui em Portugal e continuada à entrada em Israel. Nas fronteiras de entradas, as formalidades são deliberadamente demoradas, aumentadas e exigentes. Subjugantes. Os ocidentais, nomeadamente, habituados à livre circulação, conformam-se cabisbaixos e surdos monossílabos. Conhecem as regras do jogo e seguem-nas.
Jordânia
Jordânia
Uma agradável surpresa.
E aqui acrescento que, quando viajo principalmente para países de PiBs per capita baixos, deixo o poeta que há ou haverá em mim bastante à solta. Costuma ser bom companheiro e aqui foi-o.
Para além da parte templária ou bíblica já suficientemente tratada, destaco a capital, Amã, Mar Morto, Resorts turísticos e, a grande distância, o desfiladeiro Siq e a cidade antiga Petra.
Para além da parte templária ou bíblica já suficientemente tratada, destaco a capital, Amã, Mar Morto, Resorts turísticos e, a grande distância, o desfiladeiro Siq e a cidade antiga Petra.
Amã, vista a correr, se calhar por isso mesmo, é uma cidade grande e bonita. Vista dos pontos certos, é um encanto. O casario, de semelhante arquitetura e mesma cor - obrigatório -, distende-se pelas encostas das sete colinas até á base numa policromia fascinante. Esta vista distanciada camufla ou faz esquecer problemas no seu interior; a começar pelos necessários depósitos brancos de água expostos nos telhados. A água para a serventia doméstica escasseia, melhor dizendo, o abastecimento é temporizado. Faltou tempo, bastante mais tempo para a calcorrear e compreender.
Resorts: ao melhor nível. Maioritariamente sediados nas encostas do Mar Morto (432 m abaixo do nível do mar vermelho), aproveitam a acalmia das suas águas, suas lamas ricas em sais e a bonomia do clima, para, em largas piscinas, bons Spas, boas áreas sociais e jardins esmerados, aliciarem clientes de todo o mundo. Para rematar, a gastronomia é cuidada e de bom comer.
Apetece lá voltar.
Massada, Israel
Resorts: ao melhor nível. Maioritariamente sediados nas encostas do Mar Morto (432 m abaixo do nível do mar vermelho), aproveitam a acalmia das suas águas, suas lamas ricas em sais e a bonomia do clima, para, em largas piscinas, bons Spas, boas áreas sociais e jardins esmerados, aliciarem clientes de todo o mundo. Para rematar, a gastronomia é cuidada e de bom comer.
Apetece lá voltar.
Massada, Israel
UNESCO/2001
Último forte dos combatentes pela liberdade judia contra os romanos. Emblemática, ainda hoje.
Local absolutamente incrível continuado a erigir por alguém absolutamente genial ou louco: Herodes (séc I a.C.).
Imagine-se um imponente planalto escarpado, encimado por penhascos íngremes a 450 m acima do Mar Morto. Imagine-se que o arquiteto do projeto mandara seccionar parte deles pela base. Retirados estes ficou a descoberto uma bem dimensionado área plana. Aí em cima mandou construir Herodes uma fortaleza inexpugnável mesmo para as temíveis forças militares imperiais romanas. Dentro das suas muralhas mandou construir o seu Palácio. Com engenho ainda hoje admirável, dotou-a de todas as infra-estruturas capazes de assegurar a sua defesa. Armazéns, cisternas (especialmente engenhoso o sistema de captação de água!), zona hortícola, pombais… garantiriam a subsistência de si próprio, da família, do séquito e dos trabalhadores do Palácio, admitindo um isolamento prolongado.
Vale a pena ficar a conhecer toda a sua história, nomeadamente o suicídio, quase, coletivo que a votaria ao esquecimento por séculos. A primeira exterminação dos judeus ia acontecendo aí.
Último forte dos combatentes pela liberdade judia contra os romanos. Emblemática, ainda hoje.
Local absolutamente incrível continuado a erigir por alguém absolutamente genial ou louco: Herodes (séc I a.C.).
Imagine-se um imponente planalto escarpado, encimado por penhascos íngremes a 450 m acima do Mar Morto. Imagine-se que o arquiteto do projeto mandara seccionar parte deles pela base. Retirados estes ficou a descoberto uma bem dimensionado área plana. Aí em cima mandou construir Herodes uma fortaleza inexpugnável mesmo para as temíveis forças militares imperiais romanas. Dentro das suas muralhas mandou construir o seu Palácio. Com engenho ainda hoje admirável, dotou-a de todas as infra-estruturas capazes de assegurar a sua defesa. Armazéns, cisternas (especialmente engenhoso o sistema de captação de água!), zona hortícola, pombais… garantiriam a subsistência de si próprio, da família, do séquito e dos trabalhadores do Palácio, admitindo um isolamento prolongado.
Vale a pena ficar a conhecer toda a sua história, nomeadamente o suicídio, quase, coletivo que a votaria ao esquecimento por séculos. A primeira exterminação dos judeus ia acontecendo aí.
(A informação que está na Net dá uma ideia razoável dos acontecimentos)
Lá de cima um vão imenso sobre o Mar Morto provoca a criatividade de qualquer arquiteto ou a imaginação do simples visitante.
Lá de cima um vão imenso sobre o Mar Morto provoca a criatividade de qualquer arquiteto ou a imaginação do simples visitante.
Caminhar por entre suas ruelas, já com algum conhecimento do que ali se passou (ou não passou) na sua longa existência de 2.000 anos, é um caminhar lento pelos contornos e por dentro do andamento das civilizações.
Apetece escalar o seu pináculo maior, para assim ficar imune a influências, e, sem recorrer a binóculos por desnecessário, alongar a vista pelos muitos infinitos que dali se descobrem. A mente assim esterilizada ora navega pelo Mar Morto, ora se passeia pelos vales infindáveis e não desperdiça a oportunidade para planar como o Condor andino pelas cordilheiras alcantiladas. Umas tantos vezes, ou porque levada por boomerangs ou porque bate nas encostas inférteis das montanhas irmãs, retorna tão virgem como partiu.
Se o limbo do mundo fosse aqui, aprovaria.
Apetece escalar o seu pináculo maior, para assim ficar imune a influências, e, sem recorrer a binóculos por desnecessário, alongar a vista pelos muitos infinitos que dali se descobrem. A mente assim esterilizada ora navega pelo Mar Morto, ora se passeia pelos vales infindáveis e não desperdiça a oportunidade para planar como o Condor andino pelas cordilheiras alcantiladas. Umas tantos vezes, ou porque levada por boomerangs ou porque bate nas encostas inférteis das montanhas irmãs, retorna tão virgem como partiu.
Se o limbo do mundo fosse aqui, aprovaria.
Uma maravilha para a alma e para o coração; um tempo de pausa para a bonomia e para a paz.
As montanhas áridas, sequiosas, desérticas não são tão estéreis como longe delas se possa pensar: produzem Paz.
Petra / Siq, Jordânia
As montanhas áridas, sequiosas, desérticas não são tão estéreis como longe delas se possa pensar: produzem Paz.
Petra / Siq, Jordânia
Uma das 7 maravilhas do mundo.
O desfiladeiro Siq leva-nos lá.
O desfiladeiro Siq leva-nos lá.
Da muita informação que existe sobre este lugar, vou reter por agora que é um desfiladeiro com 3 km de extensão e que foi um ponto de passagem obrigatório pelo deserto, servindo vários povos ao longo dos tempos.
O acesso pedonal a partir da cidade atual, faz-se pelo sopé das montanhas, por um largo e extenso vale, em caminho arenoso e partilhado com caleches beduínas. Nas encostas os buracos-casa escavados nas rochas e restos de esculturas esculpidas nas fragas e já muito roídas pelo tempo, mostram evidências do passado. Por irresistível dei um salto até elas para um ‘touch’ com estes nossos antepassados, animado por um sentimento humanitário intemporal.
A boa distância, bem lá no alto no pátio-casa de uma saliência rochosa, gente beduína “filma” com indiferença a multidão passante.
A boa distância, bem lá no alto no pátio-casa de uma saliência rochosa, gente beduína “filma” com indiferença a multidão passante.
Transitando calmamente por aqui vai-se aos poucos entrando pelo tempo adentro.
Até que…
Chega-se à boca do desfiladeiro! À entrada do túnel do tempo!
Um primeiro look clica a curiosidade.
Lentamente, tanto quanto possível, vamos entrando pelo labirinto das rochas e do tempo aspirando com alguma sofreguidão as vidas de toda essa gente e que ainda escorrem nas faces das escarpas, maquiadas por feixes de luz solar. O mesmo sol que outrora os aqueceu.
Mais uns metros percorridos, mais um click e todos os sentidos entram em estado de alerta. A visão e a audição entram em ebulição. Há que libertá-los para exponenciá-los. Não se pode perder pitada.
O encantamento chega devagar, camada após camada, vai-se instalando, fixando, grudando… dura ainda e suponho que por cá permanecerá.
Olha aquela rocha!
Chega-se à boca do desfiladeiro! À entrada do túnel do tempo!
Um primeiro look clica a curiosidade.
Lentamente, tanto quanto possível, vamos entrando pelo labirinto das rochas e do tempo aspirando com alguma sofreguidão as vidas de toda essa gente e que ainda escorrem nas faces das escarpas, maquiadas por feixes de luz solar. O mesmo sol que outrora os aqueceu.
Mais uns metros percorridos, mais um click e todos os sentidos entram em estado de alerta. A visão e a audição entram em ebulição. Há que libertá-los para exponenciá-los. Não se pode perder pitada.
O encantamento chega devagar, camada após camada, vai-se instalando, fixando, grudando… dura ainda e suponho que por cá permanecerá.
Olha aquela rocha!
Olha, aqui não há teto!
Que apertado é aqui!?
Olha esta clareira!
Olha, esta rocha parece um peixe!
Aquela não cairá!?
E esta, quantos anos terá!?
Olha ali em cima um beduíno.
Olha este buraco! E aquele!
Este pedaço de céu, visto daqui de baixo, é bem bonito!
Aquele azul é bem forte!
Olha a mancha escura naquela nuvem!
Isto assim iluminado parece mágico!
Olha aquele raio de sol a iluminar aquela reentrância!
E aquela poalha tão suave!
Olha aquela esfinge!
Aquela escultura quase desapareceu!
Então era aqui que sacrificavam cordeiros aos deuses?!
Olha o tamanho desta rocha!
Não há nenhuma rocha isolada; parecem coladas!
Serão irmãs gêmeas!?
Chega para lá que quase não cabemos!
Aqui, sim, cabemos.
Por aqui passava a água!
Mas aqui não a há!
Como fariam para a terem neste local tão inóspito e desértico!?
Parecia dia de festa grande na natureza até porque as rochas estavam vestidas de gala para receberem os convidados.
Que apertado é aqui!?
Olha esta clareira!
Olha, esta rocha parece um peixe!
Aquela não cairá!?
E esta, quantos anos terá!?
Olha ali em cima um beduíno.
Olha este buraco! E aquele!
Este pedaço de céu, visto daqui de baixo, é bem bonito!
Aquele azul é bem forte!
Olha a mancha escura naquela nuvem!
Isto assim iluminado parece mágico!
Olha aquele raio de sol a iluminar aquela reentrância!
E aquela poalha tão suave!
Olha aquela esfinge!
Aquela escultura quase desapareceu!
Então era aqui que sacrificavam cordeiros aos deuses?!
Olha o tamanho desta rocha!
Não há nenhuma rocha isolada; parecem coladas!
Serão irmãs gêmeas!?
Chega para lá que quase não cabemos!
Aqui, sim, cabemos.
Por aqui passava a água!
Mas aqui não a há!
Como fariam para a terem neste local tão inóspito e desértico!?
Parecia dia de festa grande na natureza até porque as rochas estavam vestidas de gala para receberem os convidados.
Os humanos, extasiados por estas preciosidades com que a imprevisível natureza aqui resolveu, mais uma vez, surpreendê-los, admiravam incrédulos tais façanhas. Ainda meti o relógio no bolso numa vã tentativa de fazer parar os seus ponteiros, mas não resultou.
Tenho visto, felizmente, alguns locais no nosso mundo de uma beleza esmagadora, e este desfiladeiro entrou direto e definitivamente para o meu Top Ten.
No términus deste caminhar ilustrado, pela nesga de uma rocha imponente a brilhar ao sol, começa a abrir-se aos poucos, num zoom lento, a porta da cidade antiga (300 anos a.C.). A frontaria do seu ícone maior irradia luz e história: chegamos a Petra. Mesmo à nossa frente, tocável, tínhamos alcançado ‘O Tesouro’ - Al-Khazneh. Um dos seus muitos tesouros. E há tantos…
Tenho visto, felizmente, alguns locais no nosso mundo de uma beleza esmagadora, e este desfiladeiro entrou direto e definitivamente para o meu Top Ten.
No términus deste caminhar ilustrado, pela nesga de uma rocha imponente a brilhar ao sol, começa a abrir-se aos poucos, num zoom lento, a porta da cidade antiga (300 anos a.C.). A frontaria do seu ícone maior irradia luz e história: chegamos a Petra. Mesmo à nossa frente, tocável, tínhamos alcançado ‘O Tesouro’ - Al-Khazneh. Um dos seus muitos tesouros. E há tantos…
Das entranhas daquela rocha gigantesca retiraram os humanos pedaços, tantos quantos os necessários até lá caberem a sua alma, a sua espiritualidade, as interrogações existenciais que os acompanhavam.
Não há tempo para hierarquizar encontros com as marcas do tempo e com o belo.
Uma ladeira desafiadora provocou 4 aventureiros(as) a escalar pelas laterais da rocha em frente para atingir um ponto de observação ainda mais abrangente. Com espírito aventureiro e com precauções de leigos no métier, não exitamos até alcançarmos o penhasco eleito. Conseguimos.
Não há tempo para hierarquizar encontros com as marcas do tempo e com o belo.
Uma ladeira desafiadora provocou 4 aventureiros(as) a escalar pelas laterais da rocha em frente para atingir um ponto de observação ainda mais abrangente. Com espírito aventureiro e com precauções de leigos no métier, não exitamos até alcançarmos o penhasco eleito. Conseguimos.
Daí, dessa balaustrada altaneira, desse camarote majestático, capturamos visões dignas do World Press Photo. Uma visão soberba.
Não satisfeitos mas apressados, ladeados com a animação do colorido comércio de rua misturado com os cheiros dos animais de carga, camelos incluídos, fomos descendo até uma clareira maior. Aí, pelas muitas mostras gravadas nas falésias, foi fácil imaginar a vida intensa, rica e até faustosa dos Nabateus, o povo que outrora lhe deu origem e aqui viveu. Um anfiteatro a céu aberto, de proporções consideráveis, sulcado numa escarpa apropriada, será um exemplo apenas da grandeza atingida.
Iniciamos o caminho de regresso, o mesmo, utilizando o ‘carro vassoura’ para mais e mais ‘fotos’ poder apanhar. E havia. Há sempre.
No canal National Geografic passou um documentário bastante elucidativo sobre Petra, sua origem, apogeu, decadência, até aos dias de hoje. Lá é admitido como hipótese provável ter sido a frontaria do Templo de Petra esculpida na rocha de cima para baixo, numa peça única. Impressionante. Os seus arquitetos e executores deixaram bem gravadas nestas rochas cor de rosa a dimensão da sua criatividade e o domínio dos espaços.
Petra e Siq serão uma memória duradoira.
Mar Morto
[Com uma superfície de aproximadamente 650 km² em 2014, um comprimento máximo aproximado de 50 km e a uma largura máxima de 18 km, é alimentado pelo rio Jordão e banha a Jordânia, Cisjordânia e Israel. Em 1930, quando o mar Morto começou a ser monitorado continuamente, sua superfície era de aproximadamente 1050 km², com um comprimento máximo de 80 km e uma largura máxima de 18 km. O Mar Morto tem esse nome devido à quase ausência de vida em suas águas que decorre da grande concentração de sal naquele repositório, cerca de dez vezes superior à dos outros oceanos. Entretanto existem alguns tipos de arqueobactérias e algas que sobrevivem naquelas águas. Qualquer peixe que seja transportado pelo Rio Jordão morre imediatamente, assim que desagua neste lago de água salgada. A sua água é composta por vários tipos de sais, alguns dos quais só podem ser encontrados nesta região do mundo. Na média, os oceanos não têm mais do que 3 g por 100 ml de água, no Mar Morto essa taxa é de 30 a 35 g de sal por 100 ml de água, ou seja, dez vezes superior]
[147 km3 de volume de água. Profundidade máxima 307 m. Situado na parte mais baixa do planeta, a 432 m do nível das águas dos outros mares]
Em 80 anos desapareceram, pois, 400 km2 de Mar...
Cada litro desta água contém 300/350 g de sal e com tendência a aumentar pela diminuição da água em constante evaporação, pela recorrente ausência de chuvas e pelo desvio das águas do rio Jordão no território israelita; único afluente, repete-se.
Foi dito pela guia que há um acordo entre os países limítrofes no sentido do transvase das águas do Mar Vermelho, acordo apenas em papel faz tempo. Por outro lado existe o receio fundado de que outras águas diferentemente salinizadas e com índices de sais também desiguais venham a alterar substancial e irremediavelmente o status quo atual. E este receio, que afetaria interesses económicos instalados, trava as ações no terreno. Acrescente-se a estas dificuldade o enorme investimento exigível, embora acredite que os dinheiros judeus oriundos de diversas partes do mundo não faltariam. E os outros países, como financiariam o projecto?
Mar sem vida mas que dá muita vida aos vivos.
Foi dito pela guia que há um acordo entre os países limítrofes no sentido do transvase das águas do Mar Vermelho, acordo apenas em papel faz tempo. Por outro lado existe o receio fundado de que outras águas diferentemente salinizadas e com índices de sais também desiguais venham a alterar substancial e irremediavelmente o status quo atual. E este receio, que afetaria interesses económicos instalados, trava as ações no terreno. Acrescente-se a estas dificuldade o enorme investimento exigível, embora acredite que os dinheiros judeus oriundos de diversas partes do mundo não faltariam. E os outros países, como financiariam o projecto?
Mar sem vida mas que dá muita vida aos vivos.
Com efeito, muitos dos sais exóticos só aqui existentes são canalizados para a indústria da saúde e da cosmética. As suas lamas ricas nestes sais, acredita-se, tratam bem problemas de pele. A indústria do turismo dispersa pelas suas margens promove a ideia em causa própria.
Deixo o lado ‘técnico’ e passo para o lúdico.
Ver de perto o Mar Morto, boiar nas suas águas impenetráveis é uma novidade tentadora, mas mergulhar uma imprudência perigosa e de resto muito avisada.
Tive a feliz sorte de viajar com um pequeno grupo conhecido noutras viagens, em que a proximidade, cumplicidade e até familiaridade andam juntas (sentimos a falta dos ausentes). E tudo isso fez a diferença. Todos queriam divertir-se e aproveitar ao máximo a circunstância marmórtica. Foi o que fizemos. Brincamos até fartar. Rimos a bom rir. Boiamos juntos. Enlameamo-nos por entre gargalhadas gostosas. Vimos o sol a desaparecer lá longe no oriente e deixar um rasto de luz-arco-íris impresso nas suas águas. Pessoalmente foram uns momentos de total descontração, animação partilhada com estes amigos e mais uns tantos que entretanto chegaram. Momentos ímpares que guardo cioso e com carinho. Arrisco em dizer que todos dirão, pelo menos, o mesmo. Ter como companhia pessoas que se deixam animar pelos princípios de bem-viver e bem-divertir e a vontade de sugar o lado bom da vida a cada instante, é… como dizer, muito bom.
O Mar Morto não acabou aqui. Ao contorná-lo em muitos pontos e planos e com informação sobre ele que simultaneamente nos estava a ser passada, ficamos com uma ideia interessante do todo. Tem pontos de observação verdadeiramente deslumbrantes, onde abundam buganvílias e acácias multicolores a corrigir, colorir e suavizar a aridez do deserto sequioso.
Deserto
Deixo o lado ‘técnico’ e passo para o lúdico.
Ver de perto o Mar Morto, boiar nas suas águas impenetráveis é uma novidade tentadora, mas mergulhar uma imprudência perigosa e de resto muito avisada.
Tive a feliz sorte de viajar com um pequeno grupo conhecido noutras viagens, em que a proximidade, cumplicidade e até familiaridade andam juntas (sentimos a falta dos ausentes). E tudo isso fez a diferença. Todos queriam divertir-se e aproveitar ao máximo a circunstância marmórtica. Foi o que fizemos. Brincamos até fartar. Rimos a bom rir. Boiamos juntos. Enlameamo-nos por entre gargalhadas gostosas. Vimos o sol a desaparecer lá longe no oriente e deixar um rasto de luz-arco-íris impresso nas suas águas. Pessoalmente foram uns momentos de total descontração, animação partilhada com estes amigos e mais uns tantos que entretanto chegaram. Momentos ímpares que guardo cioso e com carinho. Arrisco em dizer que todos dirão, pelo menos, o mesmo. Ter como companhia pessoas que se deixam animar pelos princípios de bem-viver e bem-divertir e a vontade de sugar o lado bom da vida a cada instante, é… como dizer, muito bom.
O Mar Morto não acabou aqui. Ao contorná-lo em muitos pontos e planos e com informação sobre ele que simultaneamente nos estava a ser passada, ficamos com uma ideia interessante do todo. Tem pontos de observação verdadeiramente deslumbrantes, onde abundam buganvílias e acácias multicolores a corrigir, colorir e suavizar a aridez do deserto sequioso.
Deserto
Clama por humidade; ou não. A biodiversidade que equilibra o funcionamento da natureza, porventura, reclama espaços desérticos. Pois, se assim for, aqui cumpre-se esse seu desiderato.
Ao longo dos dias que por lá andamos o deserto foi uma presença inseparável, apenas intercalado por oásis de mão humana. Neste ponto devo acrescentar que não sou fã do ambiente do deserto mas, ao fim destes dias de contato com ele, compreendo os que dizem gostar. Admito que exerça sobre esses efeitos idênticos ou justamente contrários mas igualmente apreciáveis aos que sobre mim exerce o verde-minho ou tropical, que prefiro. Eles dirão.
Ao longo dos dias que por lá andamos o deserto foi uma presença inseparável, apenas intercalado por oásis de mão humana. Neste ponto devo acrescentar que não sou fã do ambiente do deserto mas, ao fim destes dias de contato com ele, compreendo os que dizem gostar. Admito que exerça sobre esses efeitos idênticos ou justamente contrários mas igualmente apreciáveis aos que sobre mim exerce o verde-minho ou tropical, que prefiro. Eles dirão.
O silêncio prolongado e interrogativo que seus montes e vales e planícies estéreis(?) despoletam, as mais das vezes com efeitos boomerang como mais atrás referi, causam incômodo e paralisam a ação. De onde, aparentemente, nada há, pouco ou nada se pode tirar. E não estou a pensar na reconversão agrícola da região...
Mas gostei muito de ver de perto esta componente da nossa natureza que, ao que se diz, está a tomar conta deste nosso pequeno planeta. Oxalá a natureza encontre novos equilíbrios onde possamos caber.
Reconversão agrícola
Mas gostei muito de ver de perto esta componente da nossa natureza que, ao que se diz, está a tomar conta deste nosso pequeno planeta. Oxalá a natureza encontre novos equilíbrios onde possamos caber.
Reconversão agrícola
Um verdadeiro milagre. E aqui a palavra milagre tem peso próprio e original. Absolutamente espantoso o que estes povos estão a conseguir. De todo o vale do rio Jordão continua a sair ‘leite e mel’. Se outrora assim era, hoje, não obstante as alterações climáticas e o controlo das águas, continua a ser. Não sei até se em termos quantitativos não haverá mais produção. O vale do Jordão já sobe pelas encostas. Cresceu para muitos mais lados em resultado da inovadora engenharia da utilização das águas, incluindo a dessalinização para a agricultura.
Para além das tradicionais oliveiras que dominam(?), as tamareiras, de tantas, parecem de nascimento espontâneas. Extensões enormes de oliveiras, tamareiras, bananeiras, mangueiras, videiras… pintam a paisagem de verde. A tal ponto que, Israel especificamente, é auto-suficiente em quase tudo, excepto arroz, café, açúcar.
Notável.
Migrantes
Para além das tradicionais oliveiras que dominam(?), as tamareiras, de tantas, parecem de nascimento espontâneas. Extensões enormes de oliveiras, tamareiras, bananeiras, mangueiras, videiras… pintam a paisagem de verde. A tal ponto que, Israel especificamente, é auto-suficiente em quase tudo, excepto arroz, café, açúcar.
Notável.
Migrantes
Esses inocentes escorraçados das próprias casas.
Jordânia: 3.000.000 | israel: 2.000.000
Há-os de muitos lados e em quantidade anormal. Pensar como sobrevivem neste país pequeno, pobre, de PiBs per capita baixos e amplitudes térmicas elevadas, já é suficientemente penoso. Pensar que a rica e envelhecida Europa que da mão de obra deles precisa, se arrasta em discussões estéreis, na burocracia da democracia e no populismo emergente ou já instalado, é crime de lesa europa e lesa humanidade.
Flores
Há-os de muitos lados e em quantidade anormal. Pensar como sobrevivem neste país pequeno, pobre, de PiBs per capita baixos e amplitudes térmicas elevadas, já é suficientemente penoso. Pensar que a rica e envelhecida Europa que da mão de obra deles precisa, se arrasta em discussões estéreis, na burocracia da democracia e no populismo emergente ou já instalado, é crime de lesa europa e lesa humanidade.
Flores
Este retrato ficaria incompleto sem uma referência às flores.
Foi uma surpresa bonita.
Daqueles países encastoados no deserto e vizinhos do mar sem vida, com pouca água, não esperava tanto colorido. Não esperava tanto cuidado no seu plantio generalizado e manutenção eficaz.
É verdade. As flores, em especial buganvílias e acácias estão, sabe bem dizer, por todo o lado. Nem quero imaginar o que seriam muitos daqueles espaços sem elas.
Apetece dar os parabéns aos engenheiros(as) paisagistas e cuidadores: Parabéns.
É verdade. As flores, em especial buganvílias e acácias estão, sabe bem dizer, por todo o lado. Nem quero imaginar o que seriam muitos daqueles espaços sem elas.
Apetece dar os parabéns aos engenheiros(as) paisagistas e cuidadores: Parabéns.
Subscrever:
Mensagens (Atom)