Sou dos que, sem reservas, apoia as honrarias e demonstrações públicas de apreço prestadas a Cristiano Ronaldo. Incluo a última: Aeroporto Cristiano Ronaldo em substituição do Aeroporto da Madeira.
Não vou perder tempo com o "polémico" busto, remetendo o caso para o fait-diver de que alguma imprensa, comentadores ou humorismos se agarraram para preencher vazios. O facto do seu escultor ser um out-sider, pode justificar também alguma acrimónia protetora corporativa. O certo é que Cristiano, com a simplicidade e genuinidade a que nos habituou, o aprovou.
Voltando ao cerne da questão:
Cristiano, com os poucos anos de vida que leva - 32 - já conquistou um lugar na história portuguesa e estrangeira. No seu caso a história é unânime, antecipou o seu julgamento e credenciou suas habilitações.
Porque esperar mais tempo?
Ademais, é uma distinção regional visando, cumulativamente, maior promoção turística da ilha (de que depende) através do seu ‘endorsement’ mundial.
É certo que existe um lado efémero em Cristiano e que não resistirá muitos anos à erosão acelerada com que (quase) tudo se processa nas sociedades modernas, mas será reconhecido nos próximos 20/30 anos. Após isso, o Aeroporto da Madeira receberá outro nome (ou o mesmo), e a vida continuará, sendo que, entretanto, a honra e o mérito foi reconhecida a quem de direito.
Reservaria o Panteão Nacional para personalidades com outra abrangência e influência históricas. Ficaria bem, por exemplo, no Estádio Nacional.
A sua vida é o futebol. Fala de futebol, respira futebol. E, aí, tem sido exemplo de dedicação e muito trabalho (e goza a vida a seu gosto com os proventos daí oriundos).
À pergunta ‘como gostaria de ser recordado’ respondeu de pronto: ‘como craque do futebol’.
Esta revelação de autenticidade e de ausência de outras ambições não o diminuem: foi o melhor do mundo no seu tempo durante anos e isso não é coisa pouca.
Nota:
Não sou especialista em futebol nem frequentador de estádios. Estou atento sim aos fenómenos sociais que o movem.
