Com os holofotes internacionais - a Agências de Rating e U.E. à cabeça - a incidirem sobre a nossa dívida, nacional e principalmente internacional, as diversas soluções já elencadas para a resolver são claras: i) cortar nas despesas, ii) aumentar os impostos ou iii) um mix das duas.
1. Cortar nas despesas seria, òbviamente, a solução mais aconselhada e duradoira(todos o dizem): reduzir as transferências para as Autarquias; para os Governos Regionais; para as Empresas Públicas; Eliminar Institutos e Fundações; reduzir os ordenados da Função Pública ...
Aplicar esta receita seria relativamente pacífica, excepto no último ponto. Como reduzir, silenciosamente, os ordenados dos Polícias, dos Professores, dos Militares, dos Médicos, dos Enfermeiros, por exemplo? (só nestes 5 grupos está 80% da despesa). Lembremo-nos que são os grupos com maior força corporativa, que melhor ganham - pagos pelo OGE -, capazes de se organizarem em 'lobi' e de enfrentar qualquer Governo, principalmente se for minoritário. Um solução que, se não for suportada pelos vários partidos, não é passível de execução. E mesmo assim ...
2. Aumentar os impostos, o mais possível equitativamente, seria a solução socialmente menos dolorosa e de resultados mais rápidos. Porém, os mais ilustres economistas nacionais e não só, dizem que tal atitude tem efeitos muito perversos no crescimento da economia de curto, médio e longo prazos. E que, digo eu, contribuiriam, òbjectivamente, para a manutenção das disparidades salariais conhecidas, em particular da função pública. (este ano, mesmo sem aumentos salariais oficiais, os ordenados da Função Pública aumentaram mais de 4%, só pela aplicação do clausulado contratual). Evidentemente, traria algumas convulsões sociais. (vejam-se as greves que, pelas mesmas razões, ocorrem na Grécia e em Espanha).
Os Partidos da oposição, dizem que tem de ser do lado das despesas, tentando encurralar o Governo, encostando-o às tábuas, e obrigando-o a ficar com o ónus das enormes contestações que as Corporações lhe moveriam, tententado assim capitalizar votos. O Governo sabendo disso, diz que está disposto a negociar com os outros partidos, mas, sabendo das contestações, preferirá ser o FMI/U.E. - entidades externas - a ditarem o caminho a seguir, e por-se a salvo a tempo, alijando o ónus.
Neste quadro, não é difícil de admitir que, de facto, a solução seria a vinda destas Instituições e serem elas as 'responsáveis' pelas medidas necessárias, que serão brutais e socialmente cegas. Com eles as preocupações são mais com os resultados e menos com os meios para lá chegar. Aplicarão o mix de ambas de forma a obter resultados ràpidamente.
Ninguém gosta que sejam estranhos a mandar na nossa casa, mas com o actual status quo político, seria um mal necessário e aconselhável, quanto a mim.
Atendendo à crescente taxa de juros que nos é exigida em todos os prazos na colocação da nossa dívida (atingiu o máximo histórico e igual à Grécia quando esta foi intervencionada pelo FMI/U.E.), reafirmando, penso que estão - também por esta razão - criadas as condições para a intervenção do FMI.Com realismo e sem preconceitos, venham esses Senhores.
1. Cortar nas despesas seria, òbviamente, a solução mais aconselhada e duradoira(todos o dizem): reduzir as transferências para as Autarquias; para os Governos Regionais; para as Empresas Públicas; Eliminar Institutos e Fundações; reduzir os ordenados da Função Pública ...
Aplicar esta receita seria relativamente pacífica, excepto no último ponto. Como reduzir, silenciosamente, os ordenados dos Polícias, dos Professores, dos Militares, dos Médicos, dos Enfermeiros, por exemplo? (só nestes 5 grupos está 80% da despesa). Lembremo-nos que são os grupos com maior força corporativa, que melhor ganham - pagos pelo OGE -, capazes de se organizarem em 'lobi' e de enfrentar qualquer Governo, principalmente se for minoritário. Um solução que, se não for suportada pelos vários partidos, não é passível de execução. E mesmo assim ...
2. Aumentar os impostos, o mais possível equitativamente, seria a solução socialmente menos dolorosa e de resultados mais rápidos. Porém, os mais ilustres economistas nacionais e não só, dizem que tal atitude tem efeitos muito perversos no crescimento da economia de curto, médio e longo prazos. E que, digo eu, contribuiriam, òbjectivamente, para a manutenção das disparidades salariais conhecidas, em particular da função pública. (este ano, mesmo sem aumentos salariais oficiais, os ordenados da Função Pública aumentaram mais de 4%, só pela aplicação do clausulado contratual). Evidentemente, traria algumas convulsões sociais. (vejam-se as greves que, pelas mesmas razões, ocorrem na Grécia e em Espanha).
Os Partidos da oposição, dizem que tem de ser do lado das despesas, tentando encurralar o Governo, encostando-o às tábuas, e obrigando-o a ficar com o ónus das enormes contestações que as Corporações lhe moveriam, tententado assim capitalizar votos. O Governo sabendo disso, diz que está disposto a negociar com os outros partidos, mas, sabendo das contestações, preferirá ser o FMI/U.E. - entidades externas - a ditarem o caminho a seguir, e por-se a salvo a tempo, alijando o ónus.
Neste quadro, não é difícil de admitir que, de facto, a solução seria a vinda destas Instituições e serem elas as 'responsáveis' pelas medidas necessárias, que serão brutais e socialmente cegas. Com eles as preocupações são mais com os resultados e menos com os meios para lá chegar. Aplicarão o mix de ambas de forma a obter resultados ràpidamente.
Ninguém gosta que sejam estranhos a mandar na nossa casa, mas com o actual status quo político, seria um mal necessário e aconselhável, quanto a mim.
Atendendo à crescente taxa de juros que nos é exigida em todos os prazos na colocação da nossa dívida (atingiu o máximo histórico e igual à Grécia quando esta foi intervencionada pelo FMI/U.E.), reafirmando, penso que estão - também por esta razão - criadas as condições para a intervenção do FMI.Com realismo e sem preconceitos, venham esses Senhores.